Impeachment de Dilma Rousseff
Senadores do MA votam pela cassação de Dilma e põem fim a 13 anos de petismo
Política

Era necessários 54 votos para condenar a petista por crimes de responsabilidade e afastá-la do cargo

O Senado Federal cassou, às 13h35min desta quarta-feira 31, o mandato de Dilma Rousseff (PT), pondo fim a 13 anos de petismo. Foram 61 votos a favor e 20 contra o impeachment. Com o isso, Michel Temer (PMDB) assume, agora em caráter definitivo, a cadeira de presidente da República.

Do Maranhão, todos os três senadores, Roberto Rocha (PSB-MA), Edison Lobão e João Alberto Souza, ambos do PMDB-MA, votaram pela cassação da petista. O governador Flávio Dino, um dos principais defensores da manutenção do mandato de Dilma, prestou homenagem a aliada nas redes sociais, “Minhas homenagens à companheira Presidenta Dilma Roussef. A história a absolverá. Avante”, declarou.

Até o último momento do processo do processo, Dilma negou que tenha cometido crimes. “Não pratiquei ato ilícito. Está provado que não agi dolosamente em nada. Os atos praticados estavam inteiramente voltados aos interesses da sociedade. Nenhuma lesão trouxeram ao erário ou ao patrimônio público”, afirmou em discurso proferido no Senado, na segunda-feira 29.

De outro lado, a oposição sempre foi ferrenha ao afirmar que houve, sim, crime de responsabilidade – e recebeu o apoio de uma parcela relevante da sociedade, que saiu às ruas para pedir o afastamento. Em março deste ano, cerca de 3,5 milhões de brasileiros foram às ruas para protestar contra o governo, o que indicava que ele já estava com os dias contados.

A votação do Senado sacramenta o fim da Era PT, e encerra os nove meses durante os quais o processo de impeachment se arrastou pelo Congresso.

Contudo, apesar da confirmação da cassação de seu mandato, a ex-presidente conseguiu uma vitória, mesmo que de menor relevância: ela manteve os direitos políticos e poderá exercer cargos públicos. Em votação após o impeachment, os senadores decidiram por 42 votos a 36 – mais três abstenções – pela manutenção do direito.

‘É 30% de 25%. Ou 30% de 30%. Portanto, não é 30%’, diz Dilma no Senado
Política

Presidente explicava a distribuição dos recursos do pré-sal

Fernando Rodrigues / Uol

A presidente afastada, Dilma Rousseff, de 68 anos, falou anteontem (29.ago) por quase 14 horas no Senado Federal. Em seu discurso (eis a íntegra), a petista disse que é “vítima de um golpe” e que “não há crime de responsabilidade” na peça apresentada pelos advogados Miguel Reale Jr., Janaína Paschoal e Hélio Bicudo.

Perto das 20h30, em resposta à senadora Angela Portela (PT-RR), a presidente afastada protagonizou um momento de confusão. O vídeo da declaração de Dilma viralizou na internet.

A presidente falava sobre a distribuição de recursos explorados do pré-sal. “Não é 30% dos recursos da exploração [do pré-sal]. É 30% de 25%. Ou 30%… de 30%. Portanto, não é 30%. Está entre 7,5% e um pouco mais, 12,5%. Não se trata de 30%”, afirmou.

Dilma explicou mais tarde que se referia ao direito de a Petrobras receber de 70 a 75% dos recursos explorados do pré-sal. Os 25% ou 30% restantes cabem às demais empresas que integram o consórcio de exploração. Dentro dessa fatia que varia de 25% a 30%, a Petrobras tem direito a uma parcela de 30%.

Um vídeo de menos de 1 minuto com essa fala foi compartilhado em redes sociais. Dilma já protagonizou outros momentos de confusão em suas falas, como no caso em que “saudou a mandioca” e quando falou em “estocar vento”.

Eis o vídeo da resposta de Dilma Rousseff à senadora Angela Portela:

O impeachment e o Maranhão
Editorial

Editorial assinado por Robert Lobato, Yuri Almeida e Diego Emir

Amanhã, dia 29 de agosto de 2016, a presidente afastada Dilma Rousseff irá ao Senado Federal fazer sua defesa contra as acusações de que teria praticado crime de responsabilidade, o que poderá levá-la ao seu afastamento definitivo da Presidência da República.

Estes editorialistas não entram no mérito de que a presidente deve ou não sofrer impeachment, posto que esta é uma questão para os senadores resolverem. O que nos interessa é saber o que o Maranhão ganhará com a volta de Dilma ou a permanência do Michel Temer à frente do Palácio do Planalto.

Os três senadores do Maranhão, Edson Lobão e João Alberto, ambos do PMDB, e Roberto Rocha, do PSB, têm nas mãos talvez a maior responsabilidade da história das suas vidas enquanto políticos.

Até aqui, o que interessa não é saber o que os três representantes maranhenses estão negociando para votar contra ou a favor do impeachment, mas o que se espera é que eles estejam colocando os interesses do povo em primeiríssimo lugar.

O Maranhão foi o estado que deu a maior votação tanto para Lula quanto para Dilma, mas não estamos certos de que essas votações foram reconhecidas pelos governos petistas em forma de obras estruturantes para o estado.

Não obstante, programas sociais como o Bolsa Família, Mais Médicos, Minha Casa Minha Vida, Projovem, Pronatec, ProUni, Luz para Todos, Água para Todos e outros tenham beneficiados milhões de maranhenses, não podemos deixar de registrar nossa indignação pelo fato do Maranhão ser passado para trás no caso da Refinaria Premium, por exemplo. Isso sem falar no “encolhe-estica” da duplicação da BR-135, que na prática encontra-se paralisada.

Temos a clara compreensão de que o três senadores do Maranhão devem colocar na mesa de negociação com um e outro lado, ou seja, com Temer e com Dilma, um conjunto de demandas que possam fazer deste pedaço de chão brasileiro um lugar melhor de viver.

Edson Lobão, João Alberto e Roberto Rocha estão na condição de fies da balança no processo de impeachment. Se votarem unidos, como anda anunciando a imprensa local e nacional, poderão “eleger” o presidente ou a presidente.

Exatamente por esta condição de juízes que podem mudar os rumos da história do Brasil, e por conseguinte do Maranhão, é que a bancada maranhense no Senado Federal tem a condição real e concreta de imprimir uma outra realidade local.

Nunca o Maranhão esteve numa situação tão importante na República quanto agora.

Nunca os senadores maranhenses tiveram tanta chance de honrar cada voto que conquistaram nas urnas.

Enfim, não se trata apenas de uma questão de escolha de Edson Lobão, João Alberto, ambos do PMDB, e Roberto Rocha.

Trata-se de uma questão estratégica histórica que não pode ser desperdiçada.

Trata-se, por fim, de colocar o Maranhão em primeiro lugar.

Ao menos dessa vez!

Por 59 votos a 21, Senado torna Dilma ré no processo de impeachment
Política

Presidente afastada vai a julgamento em plenário por crime de responsabilidade

Em longa sessão que começou na manhã de terça-feira 9 e se estendeu até a madrugada desta quarta-feira 10, o Senado decidiu tornar a presidente afastada Dilma Rousseff (PT) ré no processo de impeachment, sob a acusação de ter cometido crime de responsabilidade. O placar foi de 59 votos a favor do início do julgamento e 21 contra - o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), não votou. Eram necessários ao menos 41 votos para que o processo prosseguisse. As informações são do Gazeta do Povo e de Veja.

Dilma é acusada de editar três decretos de créditos suplementares sem aval do Congresso e de usar verba de bancos federais em programas que deveriam ser bancados pelo Tesouro, as chamadas “pedaladas fiscais”.

Até às vésperas da votação, o Planalto, comandado interinamente por Michel Temer (PMDB), trabalhava informalmente com cerca de 60 votos contra Dilma, o que acabou se confirmando. Já a presidente afastada, que contava com apoio de alguns dos indecisos, acabou decepcionada com a confirmação de votos contrários, como os de Cristovam Buarque (PPS-DF) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Atendendo a apelos do Planalto, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) quer dar início à etapa final do julgamento em plenário no dia 25 de agosto. Mas o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, só pretende fazê-lo no dia 29, o que empurraria o afastamento definitivo de Dilma para setembro

Lewandowski também já disse ao presidente da Comissão do Impeachment, Raimundo Lira (PMDB-PB), que não pretende marcar sessões no fim de semana. O Planalto pressiona pela celeridade porque Temer quer viajar para a reunião do G20 na China. no início de setembro, já como presidente da República.

Apoio de Waldir Maranhão a Dilma custou R$ 105 milhões
Política

Dinheiro foi empenhado pela petista em emendas do parlamentar dias antes de ser afastada pelo Senado

A mudança de posicionamento do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), em relação ao impeachment de Dilma Rousseff (PT) custou muito mais do que a garantia da vaga ao Senado pela coligação do governador Flávio Dino (PCdoB) e um ministério no governo federal. Segundo o colunas Lauro Jardim, de o Globo, o voto favorável a petista custou R$ 105 milhões.

O dinheiro é referente a liberação de emendas parlamentares de Maranhão liberados pela presidente dias antes de ser afastada pelo Senado Federal, em retribuição ao ato do deputado do PP.

A jogada, porém, pode não se concretizar. É que o dinheiro foi apenas empenhado por Dilma, não sendo ainda executado. É que, com Michel Temer (PMDB) na presidência interina da República, os empenhos devem ser cancelados.

Senado afasta Dilma da Presidência; Temer assume nesta quinta
Política

Afastamento foi confirmado por 55 votos a 22. Pelo Maranhão, apenas Roberto Rocha e Edison Lobão votaram pela admissibilidade do impeachment

O Senado Federal aprovou a admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). A decisão foi tomada às 6 horas e 30 minutos, após uma sessão de quase 21 horas no plenário do Casa. O vice Michel Temer (PMDB), deve assumir seu lugar interinamente nesta quinta-feira 12. Será a 41ª pessoa a ocupar o cargo de presidente da República.

Com 78 senadores presentes, 55 votaram contra Dilma e 22 a favor. Não houve abstenções. Pelo Maranhão, dos três os senadores, apenas Roberto Rocha (PSB) e Edison Lobão (PMDB) votaram pela admissibilidade do impeachment. Era preciso maioria simples, ou seja, a maioria dos senadores presentes, para que o pedido fosse aceito.

Agora, o Senado terá até 180 dias para julgar o mérito da acusação contra a presidente. Se o placar desta votação for repetido quando o Senado julgar o mérito da acusação contra Dilma, em até 180 dias, chegará ao fim definitivo da era do PT no poder, iniciada com a posse de Luiz Inácio Lula da Silva em 2003. Isso porque são necessários, nesta próxima etapa, 54 votos para Dilma perder o mandato presidencial.

A presidente é acusada de editar decretos de créditos suplementares sem aval do Congresso e de usar verba de bancos federais em programas do Tesouro, as chamadas "pedaladas fiscais". Sua defesa entende que não há elementos para o afastamento.

Lobão Filho assume mandato do pai no Senado na próxima semana
Política

Articulação para a troca foi antecipada pelo Atual7. Edinho votará a favor do impeachment de Dilma

O suplente de senador Lobão Filho assume na próxima semana o mandato do pai no Senado, o ex-ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. A articulação para a troca foi antecipada pelo Atual7 há pouco mais de duas semanas, e chegou a ser desmentida nos bastidores por Edinho, como é mais conhecido, sob a alegação de que o seu pai era “contra esse tipo de operação”.

Pelo acordo, fechado pela cúpula sarneyzista do PMDB no dia 22 de abril passado e confirmado publicamente por Lobão Filho somente agora, o ex-ministro de Minas e Energia votará apenas a admissibilidade do processo de impeachment de Dilma, e sairá de licença em seguida para tratamento de saúde, por 180 dias, deixando o caminho livre para que o filho possa votar o mérito do impedimento presidencial.

Como esperado, o voto de Lobão Filho será favorável ao impeachment de Dilma. Na reunião, ele chegou a informar que essa será a resposta que pretende dar ao isolamento da petista durante a campanha ao governo do Maranhão em 2014, quando foi derrotado por Flávio Dino (PCdoB), aliado da presidente Dilma.

Medo de Moro

Programada para acontecer uma semana após o encontro da cúpula sarneyzista do PMDB, a saída de Edison Lobão do Senado para dar vez ao filho acabou vagando no tempo por conta de um suposto empecilho jurídico a que o ex-ministro de Dilma havia sido alertado.

Apontado pela força-tarefa da Lava Jato como beneficiário de pagamentos da UTC, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Odebrecht, Edison Lobão aguardou a confirmação de que, ao sair de licença, realmente não perderá o foro privilegiado. Ele temia que seu caso pudesse parar no colo do juiz federal Sério Moro, que cuida da Lava Jato.

Após a confirmação, reconfirmação, outra reconfirmação e outras confirmações e reconfirmações mais, Edison Lobão liberou então o filho para dar as boas novas à imprensa e aliados que não sabiam da reunião e nem da decisão até antes da revelação feita pelo Atual7.

“Meu pai vota a favor da admissibilidade. E como tem restrições éticas em relação à votação do mérito eu vou assumir o mandato na próxima semana”, declarou.

Flávio Dino diz que Waldir Maranhão teve a coragem que poucos tiveram
Política

Governador foi o mentor da decisão de anular o impeachment da presidente Dilma Rousseff

O governador Flávio Dino (PCdoB) usou as redes sociais, no início da manhã desta terça-feira 10, para comentar a decisão do presidente interino da Câmara e aliado, Waldir Maranhão (PP-MA), de revogar decisão própria anterior de anular a sessão que autorizou o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) na Casa. A decisão foi tomada após um intensivação de conselhos do comunista no último fim de semana.

Apesar de discordar do recuo de Maranhão, Dino afirmou que o respeita o deputado do PP e que o deputado "teve a coragem que poucos tiveram”.

“O deputado Waldir Maranhão teve a coragem que poucos tiveram: votou NÃO ao golpe e tentou conter a marcha da insensatez. Tem o meu respeito”, declarou o comunista.

Ainda em defesa do aliado — que também é investigado na Lava Jato e por outras supostas traquinagens com dinheiro público — o governador lembrou que o presidente interino da Câmara contrariou a cúpula do Partido Progressista (PP), e votou contra o impeachment. Segundo Flávio Dino, Maranhão “tentou conter a marcha da insensatez”. Como o parlamentar, porém, não suportou a pressão de ser expulso do PP e de ter as prerrogativas de parlamentar suspensas pelo Conselho de Ética, acabou voltando atrás. Para Dino, é “muito difícil discordar e se manter firme diante dessa onda avassaladora e ‘consensual’”. “Foi assim em 1964 e está sendo assim novamente”, criticou.

Na linha adotada desde que passou a atacar quem é favorável ao afastamento da presidente Dilma, Flávio Dino voltou a dizer que defende a “Constituição, a Democracia e o Estado de Direito, princípios que estão muito acima de conjunturas difíceis” e repetiu que o processo de impeachment é “um absurdo político e jurídico”.

Waldir Maranhão revoga a própria decisão de anular o impeachment
Política

Ato aconteceu após ameaça de expulsão do PP e suspensão de suas prerrogativas parlamentares

O presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), revogou, no final da noite dessa segunda-feira 9, a própria decisão que havia tomado mais cedo de anular a sessão que autorizou o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) na Casa, realizadas nos dias 15, 16 e 17 de abril .

Além do documento de quatro linhas, confirmado pela assessoria de imprensa da Câmara, um ofício também foi assinado por Waldir Maranhão e encaminhado ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), informando da revogação.

De acordo com interlocutores de Maranhão, ele foi aconselhado — desta vez, não foi pelo governador Flávio Dino (PCdoB) — , a voltar atrás após a ameaça de expulsão do PP e de suspensão de suas prerrogativas parlamentares pelo Conselho de Ética da Câmara.

Horas antes de assinar a revogação da própria decisão, o presidente interino da Câmara havia dado coletivo informando que o ato de anular o processo de afastamento da presidente foi tomado para “salvar a democracia brasileira”, mas como não suportou a pressão e decidiu seguir a orientação dos aliados, terminou o dia tentando salvar apenas o mandato e a filiação partidária.

Waldir Maranhão ainda tentou se explicar aos aliados, alegando que o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), José Eduardo Cardoso, havia lhe dado garantias de que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), bancaria a decisão de anular o processo. Em ligações disparadas já na madrugada desta terça-feira 10, porém, Cardoso negou que tenha feito qualquer tipo de promessa. O governador Flávio Dino, com quem o presidente interino esteve se aconselhando durante todo o último fim de semana, também foi colocado por Maranhão como outro que lhe deu garantias de que poderia fazer o que fez na manhã de ontem.

Apesar da mudança de posicionamento sobre o processo de impeachment ocorrido na Câmara, a expulsão de Waldir Maranhão do PP está marcada para às 10 horas de hoje.

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Renan ignora decisão de Waldir Maranhão e dá prosseguimento a impeachment
Política

Presidente do Senado afirmou que decisão do presidente interino da Câmara é 'brincadeira com a democracia'

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou, na tarde desta segunda-feira 9, que vai ignorar a decisão do presidente da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), de — após passar o último fim de semana sendo aconselhado pelo governador Flávio Dino (PCdoB) — anular a sessão que autorizou a continuação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

A decisão foi anunciada após reunião com os líderes dos partidos no Senado.

"Essa decisão do presidente da Câmara agora é, portanto, absolutamente intempestiva. Aceitar essa brincadeira com a democracia seria ficar pessoalmente comprometido o atraso do processo. E não cabe, ao fim e ao cabo, ao presidente do Senado dizer se o processo é justo ou injusto, mas ao plenário do senado, ao conjunto dos senadores, foi essa a decisão do STF", declarou.

O presidente do Senado disse ainda que seguirá fielmente a Constituição e os acórdãos do Supremo Tribunal Federal (STF) e ainda o precedente de 1992, do processo de impeachment do ex-presidente Fernando Collor. Ele lembrou que, em 1992, o Senado foi informado da decisão pela Câmara dos Deputados.

"A comunicação é etapa posterior ao ato já concluído. Não poderia a formalidade tornar nulo o ato prévio. Se aceitássemos tal argumento, que a autorização da Câmara deveria ter sido veiculada por meio de Resolução e não de ofício. A Lei do Impeachment de 1950 é por si só um fator de desestabilização política. Todos os presidentes, de lá para cá, sofreram pedidos de impeachment feitos por qualquer cidadão. Um pedido com tal consequência, que pode ser articulado por qualquer cidadão, é porta aberta para crises, impasses e turbulência, ao estalar de dedos da autoridade de plantão", disse Renan.

Waldir Maranhão anula processo de impeachment de Dilma
Política

Presidente interino da Câmara acatou recurso da AGU que anula o afastamento da presidente pela Câmara

O presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), acatou recurso da Advocacia-Geral da União (AGU) que anula a sessão que autorizou o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) na Casa, realizada no dia 17 de abril.

O ato acontece após Maranhão passar o fim de semana sendo aconselhado pelo governador Flávio Dino (PCdoB), um dos principais defensores da manutenção de Dilma no mandato. No final da noite de ontem 8, eles voaram para Brasília em um jatinho da FAB destinado ao deslocamento das autoridades federais.

Ainda não há detalhes sobre as consequências legais dessa decisão.

Em nota divulgada à imprensa, o presidente interino da Câmara diz que a petição da AGU ainda não havia sido analisada pela Casa e que, ao tomar conhecimento dela, resolveu acolher. Na decisão, ele argumenta “ocorreram vícios que tornaram nula de pleno direito a sessão em questão”. Em recado ao próprio partido, ele diz ainda os partidos políticos não poderiam ter fechado questão a favor ou contra o impeachment. Quando há o chamado fechamento de questão, os deputados devem seguir a orientação partidária sob pena de punição, como expulsão da legenda.

“Não poderiam os partidos políticos terem fechado questão ou firmado orientação para que os parlamentares votassem de um modo ou de outro, uma vez que, no caso deveriam votar de acordo com as suas convicções pessoais e livremente”, destacou.

Waldir Maranhão argumenta ainda que os deputados não poderiam ter anunciado suas posições antes da sessão da Câmara que decidiu dar continuidade ao processo de impeachment de Dilma. Ele também afirma que a defesa de Dilma deveria ter tido o direito de falar durante a votação do impeachment.

“Não poderiam os senhores parlamentares antes da conclusão da votação terem anunciado publicamente seus votos, na medida em que isso caracteriza prejulgamento e clara ofensa ao amplo direito de defesa que está consagrado na Constituição. Do mesmo modo, não poderia a defesa da senhora Presidente da República ter deixado de falar por último no momento da votação, como acabou ocorrendo”, afirma.

Por fim, o presidente interino  alegou que o resultado da votação deveria ter sido formalizado por resolução, por ser, segundo ele, o que dispõe o regimento interno da Câmara dos Deputados e o que estava previsto no processo de impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello.

“Por essas razões anulei a sessão realizada nos dias 15, 16 e 17 e determinei que uma nova sessão seja realizada para deliberar sobre a matéria no prazo de 5 sessões contados da data em que o processo for devolvido pelo Senado à Câmara dos Deputados”, disse.

“Para cumprimento da minha decisão, encaminhei ofício ao presidente do Senado, para que os autos do processo de impeachment sejam devolvidos à Câmara dos Deputados”, concluiu Waldir Maranhão.

Sarney Filho desbanca Roseana e garante ministério no governo Temer
Política

Ideia é aproximar o PV de camadas populares da sociedade e barrar o avanço da Rede Sustentabilidade

Uma das condicionantes impostas pelo ex-senador José Sarney ao vice-presidente Michel Temer para apoiar o impeachment da presidente Dilma Rousseff foi a concessão de pelo menos um ministério a um de seus filhos: Sarney Filho ou Roseana Sarney.

No início dessa semana, o vice-presidente bateu o martelo: deixaria o Ministério do Meio Ambiente nas mãos do PV, de Sarney Filho. Com isso, está descartada a possibilidade da ex-governadora do Maranhão assumir alguma pasta no governo Temer.

A articulação entre o PV e o PMDB começou cerca de dez dias antes da votação do impeachment, ocorrido no dia 17 de abril. O PV, que tem entre seus ícones o senador paranaense Álvaro Dias, recebeu aval de Temer de que ganharia pelo menos uma pasta. A preferida dos verdes sempre foi o Meio Ambiente. A ideia é aproximar o PV de camadas populares da sociedade e barrar o avanço da Rede Sustentabilidade, sigla criada por Marina Silva.

Tendo conhecimento disso, José Sarney passou a articular diretamente com Temer a concessão da pasta para Sarney Filho, tido como um representante ideal para o PMDB na fase de transição. Sarney Filho é reconhecido em Brasília com um nome intimamente ligado ao meio ambiente e, para Temer, ele se encaixa na lista de “notáveis” para integrar a equipe de recomposição ministerial.

Oficialmente, José Sarney e Sarney Filho negam a indicação. Mas fontes ligadas ao vice-presidente já falam de Sarney Filho como novo ministro do Meio Ambiente.

Juíza nega pedido de Waldir Maranhão e PP continua com Fufuca
Política

Vice-presidente da Câmara foi destituído do cargo após mudar de voto em relação ao impeachment da presidente Dilma Rousseff

A juíza Cristiane Ferraz, respondendo pela 14.ª Vara Cível da capital, negou pedido de liminar ao vice-presidente da Câmara, deputado Waldir Maranhão, e manteve o deputado federal André Fufuca na presidência do Diretório Estadual do PP no Maranhão.

Waldir foi destituído do controle do PP depois de mudar de voto em relação ao impeachment da presidente Rousseff (PT). Por orientação da sigla, ele votaria a favor do impedimento, mas mudou de posição após uma conversa com o governador Flávio Dino (PCdoB) e o ex-presidente Lula (PT), em Brasília, em troca de um ministério e da garantia de que será o candidato ao Senado Federal do Palácio dos Leões em 2018.

Ontem 27, após passar o segundo dia consecutivo no Palácio dos Leões com o secretário de Comunicação e Articulação Política, Márcio Jerry Barroso (PCdoB), ele decidiu reagir e deu entrada em uma ação na Justiça estadual pedindo a queda de Fufuca, e sua consequente recondução ao posto.

A ideia de Waldir, caso consiga retomar o comando do PP, é levar o partido para a coligação do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT), em detrimento da pré-candidatura do deputado estadual Wellington do Curso, que já aparece como terceira via no pleito, incomodando os Leões.

Uma audiência de conciliação entre Waldir Maranhão e o senador Ciro Nogueira, que o destituiu sumariamente por meio da Resolução n.º 10/2016, foi marcada para o dia 10 de junho próximo, às 9 horas. Caso não haja conciliação, será marcada então uma audiência instrução e de julgamento.

Michel Temer deve excluir Flávio Dino de ações do governo
Política

Outros governadores que se manifestaram oficialmente contra o impeachment já começam a articular uma aproximação com o vice-presidente

O vice-presidente Michel Temer (PMDB) tem afirmado a interlocutores que, em um eventual governo, dará como prioridade atender às necessidades de governos estaduais de coalização e dos gestores que não entraram diretamente na disputa política relacionada ao impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

Integrantes do PMDB afirmam que isso é um claro recado ao governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), que trabalhou intensamente contra o impeachment da presidente Dilma. Fontes próximas ao vice-presidente afirmam que Temer achou “desnecessária” a intromissão de Dino em assuntos relacionados ao impeachment presidencial.

Além disso, um outro fator que pode complicar a gestão Dino no futuro, caso Temer assuma o governo, é a influência do ex-senador José Sarney (PMDB-AP) e da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB). Ambos devem ter espaço cativo na administração peemedebista e já foram chamados por Temer a ajudar a dar os rumos do próximo governo.

Atualmente, até mesmo integrantes do governo admitem que Dino fez uma “aposta errada” ao fazer campanha em favor da presidente Dilma. O maior erro, na avaliação de membros do governo, foi fazer uma aposta na “fidelidade do PP”. “Se nem Lula conseguiu o apoio do PP, Dino dificilmente conseguiria”, disse um interlocutor do Palácio do Planalto ao Atual7.

Outros governadores que se manifestaram oficialmente contra o impeachment, como Wellington Dias (PT-PI), já começam a articular uma aproximação com Michel Temer. O vice-presidente tem se aproximado sobremaneira do PSDB mais ligado ao senador José Serra (PSDB), o que deve facilitar a interlocução do peemedebista com estados como São Paulo e Paraná. Na região Nordeste, Temer tem dito a aliados que pretende priorizar estados como Pernambuco e Bahia, que se declararam amplamente a favor o impeachment e cujas bancadas trabalharam pela saída da presidente Dilma Rousseff.

Favorável ao impeachment, Lobão Filho assumirá vaga do pai no Senado
Política

Ex-ministro de Minhas e Energia deixará o cargo para tratamento de saúde

O suplente de senador Edison Lobão Filho (PMDB-MA) deve assumir, nos próximos dias, a vaga de senador de seu pai, o ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão (PMDB-MA). Edinho, como é chamado, ficará no cargo para votar no processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Constrangido pelo cargo que ocupou do governo petista, o ex-ministro pedirá licença para tratamento de saúde.

A decisão foi tomada na noite de ontem 22, em reunião da alta cúpula sarneyzista do PMDB.

Candidato derrotado ao governo estadual em 2014, Lobão Filho tem o seu voto definido. Ele votará a favor do afastamento de Dilma. Assim como o ex-presidente José Sarney e a ex-governadora Roseana, Lobão Filho acredita que o isolamento da petista prejudicou sua campanha ao Palácio dos Leões.

Presente no encontro, o senador João Alberto ratificou que, diferente de Lobão, assim como instruiu o seu filho, o deputado federal João Marcelo Souza, votará contra o impedimento da presidente. Ele alegou ser “um homem de palavra”, “um homem sério”, e que teria prometido a Dilma que lhe seria favorável no Senado. O senador, porém, não descartou a possibilidade de ainda repensar o voto.

Caso mude, a bancada maranhense será toda favorável ao impeachment. Além de declarar a amigos mais próximos que votará pelo afastamento da presidente Dilma, o senador Roberto Rocha (PSB-MA) tem defendido abertamente que os três senadores do Maranhão adotem uma posição fechada sobre o processo.

Impeachment: Victor Mendes negociou saída de Luciano Genésio das eleições
Política

Parlamentar votou a favor do afastamento de Dilma em troca do PP negar legenda para o pré-candidato a prefeito. Negociação foi avalizada pelo senador Ciro Nogueira

Não foi apenas em resposta à ameaça de auditoria do governo Flávio Dino nas contas da gestão de seu pai, o prefeito de Pinheiro, Filuca Mendes (PMDB), que levou o deputado federal Victor Mendes (PSD) a mudar de voto em relação ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

Sabedor da ligação e influência do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira, Mendes negociou o voto a favor do afastamento de Dilma em troca da garantia de que o PP não dará legenda para o suplente de deputado Luciano Genésio em 2016.

Com Genésio fora do páreo, já que não há mais prazo para troca de partidos, Victor Mendes acredita que a reeleição de seu pai se torna ainda mais fácil.

Waldir será homenageado por Dino após limitar investigação contra Cunha
Política

Heroi ‘anti-golpe’ do governador do Maranhão manobrou para que Conselho de Ética não possa investigar as denúncias de que Eduardo Cunha recebeu propina

O primeiro vice-presidente da Mesa Diretora da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), será homenageado pelo governador Flávio Dino (PCdoB), a partir das 18 horas desta quarta-feira 20, na estrutura pública da Assembleia Legislativa do Maranhão. Juntamente com mais outros oito deputados, Waldir foi convidado pelo comunista a ser recebido e tratado como herói no evento, por votar contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), no domingo 17.

Nada mais justo, segundo o governador do Maranhão.

Ocorre que ontem 19, durante sessão na Câmara, o mesmo herói ‘anti-golpe’ de Flávio Dino voltou a auxiliar o principal artífice do ‘golpe contra a democracia e contra a Constituição’, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), como Dino mesmo gosta de afirmar nas redes sociais. Em meio aos rumores de um acordão para salvar o mandato de Cunha, Maranhão anunciou duras limitações às investigações do Conselho de Ética contra o aliado e apontou vícios que dão um passo decisivo para a anulação de todo o processo.

Aliado de Cunha, o herói ‘anti-golpe’ de Flávio Dino já havia sido o responsável por anular o primeiro parecer contra o presidente da Câmara. Agora, amplia as amarras ao colegiado, limitando bastante as investigações – entre outros pontos, impede que o Conselho use como prova grande parte das investigações da Lava Jato.

E será horas depois dessa nova manobra em favor de Eduardo Cunha que Maranhão, em mais uma marca da incoerência do governador Flávio Dino, será recebido com festa e tapete vermelho na sede do Poder Legislativo estadual, bancado com dinheiro público.