O suplente de senador Lobão Filho assume na próxima semana o mandato do pai no Senado, o ex-ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. A articulação para a troca foi antecipada pelo Atual7 há pouco mais de duas semanas, e chegou a ser desmentida nos bastidores por Edinho, como é mais conhecido, sob a alegação de que o seu pai era “contra esse tipo de operação”.
Pelo acordo, fechado pela cúpula sarneyzista do PMDB no dia 22 de abril passado e confirmado publicamente por Lobão Filho somente agora, o ex-ministro de Minas e Energia votará apenas a admissibilidade do processo de impeachment de Dilma, e sairá de licença em seguida para tratamento de saúde, por 180 dias, deixando o caminho livre para que o filho possa votar o mérito do impedimento presidencial.
Como esperado, o voto de Lobão Filho será favorável ao impeachment de Dilma. Na reunião, ele chegou a informar que essa será a resposta que pretende dar ao isolamento da petista durante a campanha ao governo do Maranhão em 2014, quando foi derrotado por Flávio Dino (PCdoB), aliado da presidente Dilma.
Medo de Moro
Programada para acontecer uma semana após o encontro da cúpula sarneyzista do PMDB, a saída de Edison Lobão do Senado para dar vez ao filho acabou vagando no tempo por conta de um suposto empecilho jurídico a que o ex-ministro de Dilma havia sido alertado.
Apontado pela força-tarefa da Lava Jato como beneficiário de pagamentos da UTC, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Odebrecht, Edison Lobão aguardou a confirmação de que, ao sair de licença, realmente não perderá o foro privilegiado. Ele temia que seu caso pudesse parar no colo do juiz federal Sério Moro, que cuida da Lava Jato.
Após a confirmação, reconfirmação, outra reconfirmação e outras confirmações e reconfirmações mais, Edison Lobão liberou então o filho para dar as boas novas à imprensa e aliados que não sabiam da reunião e nem da decisão até antes da revelação feita pelo Atual7.
“Meu pai vota a favor da admissibilidade. E como tem restrições éticas em relação à votação do mérito eu vou assumir o mandato na próxima semana”, declarou.
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