A senha utilizada pelo senador Edison Lobão (PMDB-MA) em um dos supostos recebimentos de dinheiro no esquema de propina da Odebrecht, referentes às obras na usina hidrelétrica de Belo Monte, era 'praia'. É o que aponta planilha obtida pelo ATUAL7 relacionadas à Lava Lato, maior esquema de corrupção no país já desbaratado pela Política Federal.
A documentação foi apreendida pela PF na casa do executivo Benedicto Barbosa Silva Júnior, o BJ, ex-presidente da empresa, durante a deflagração da 23ª fase da Operação Lava Jato, batizada de “Acarajé”.
Pela planilha, Lobão, já identificado em outros documentos como o dono do codinome ‘esquálido’, está entre os beneficiados com o recebimento de propina ocorrida entre os dias 11 e 15 de agosto de 2014. No mesmo documento, segundo codinomes atribuídos por delatores, há o detalhamento de pagamentos feitos para o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco (Angorá); o ex-deputado federal e ex-chefe da Casa Civil do Governo da Paraíba, Inaldo Leitão (Cunhado e Todo Feio); e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (Belém e M&M), dentre outros.
O pagamento ao senador maranhense, que ocupou o cargo de ministro de Minas e Energia nos governos Lula e Dilma, segundo o documento, teria ocorrido no penúltimo dia daquela “programação semanal” de repasses da Odebrecht para agentes públicos e políticos corrompidos pelo sistema. O valor embolsado pelo peemedebista, de acordo com a planilha, foi de meio milhão de reais.
Toda a operação foi registrada no célebre sistema Drousys, que controlava os repasses.