O motivo da mudança de direção no Teatro Arthur Azevedo (TAA), promovida esta semana pelo secretário de Cultura e Turismo, Diego Galdino, parece não ter incomodado a classe artística maranhense, que se preocupou apenas em lançar loas ao novo ocupante do cargo, o produtor cultural Celso Brandão.
Acostumados a serem bancados pelo dinheiro público e a não valorizar e não serem cobrados a valorizar a estrutura do TAA, produtores e artistas celebraram nas redes sociais a saída do jornalista e imortal Américo Azevedo Neto, que caiu após exonerar a funcionária fantasma Gabriela Pinheiro Chung Campos, e o esposo desta, Igo Mesquita, ambos protegidos por Galdino.
Apesar de maiores utilizadores do TAA nos últimos anos, gente como o ator César Boaes, do espetáculo Pão com Ovo; a bailarina Olinda Saul; a atriz Rosa Everton; o músico Paulinho Akomabu; o produtor cultural Moraes Júnior; e o cantor Mano Borges deram de ombros para a revelação pública do escândalo, silenciando sobre o caso, limitando a apenas parabenizar Brandão pela sua chegada.
São pessoas da música, teatro, dança, enfim, conhecedores profundos da cultura maranhense – que, mesmo de longe acompanharam desde coisas simples, mas nunca feitas por diretores anteriores, como a limpeza e aspiração do carpete, lavagem de cortinas, revisão da parte elétrica e a pintura do teatro; às mais complexas, como a parceria feita com as lojas Potiguar sem ônus para os cofres do governo estadual –, mas que ainda assim não se preocuparam em lançar uma nota conjunta, pessoal ou sequer uma linha de revolta ou de indignação em seus perfis nas redes sociais, pedindo a cabeça ou ao menos cobrando respostas de Diego Galdino ou mesmo de padrinho, o secretário de Educação Felipe Camarão – ou ainda do governador Flávio Dino (PCdoB), outro que assiste toda a crise da coxia.
Não que a a indicação de Celso Brandão possa ser um desastre para o TAA, ou que ele tenha menos capacidade ou inteligência que Américo Azevedo Neto, mas causa estranheza e impressiona o fato da classe artística ter assinado embaixo e acatado a ópera de Galdino em defesa da fantasma, ainda mais sabendo que o público está assistindo todo o espetáculo e não aplaude esse tipo de ato.
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