O candidato Eduardo Braide, durante sabatina com jornalistas de O Estado

Em sabatina, Eduardo Braide ironiza professor: “Por que ele não grava um vídeo?”

Candidato a prefeito pelo PMN é acusado de racismo. Ele desdenhou de Pedro Nery respondendo que sequer lembra dele como professor

O candidato do PMN a prefeito de São Luís, deputado estadual Eduardo Braide, falou nesta terça-feira 11, pela primeira vez, durante sabatina de O Estado, sobre a denúncia feita contra ele pelo ex-professor de Geografia do Reino Infantil, Raimundo Pedro Nery dos Santos, conhecido como Pedro Grafit, que é negro e atualmente leciona na Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

De acordo com Pedro Nery, em 1992, Braide, então com 16 anos, teve uma conduta impertinente e foi posto para fora da sala de aula. Não satisfeito com a punição, ele teria atacado o professor, proferindo palavras racistas, como “preto urubu”, e ainda ameaçou agredi-lo.

Contudo, ao ser questionado sobre o desabafo do professor, o candidato do PMN demonstrou arrogância e desdenhou respondendo que sequer lembra de Pedro Nery, limitando-se a declarar que, segundo informação do Reino, ele teria sido um professor temporário na escola, por apenas dois meses. Apesar da denúncia ter partido do próprio professor, o candidato do PMN o ironizou, insinuando que ele seria uma pessoa desconhecida da população e que por isso deveria gravar um vídeo.

“A denúncia não tem cara. Surgiu primeiro um comentário em grupo de WhatsApp e, agora, num áudio, sabe-se lá gravado por quem. Por que ele não grava um vídeo?”, ironizou.

Ocorre que, diferente do que prega Eduardo Braide, além de Pedro Nery, a denúncia de suposto racismo tem autoria confirmada, como comprova entrevista exclusiva de Pedro Nery ao blog do Neto Ferreira, e ainda recebeu a reafirmação de peso de outro professor universitário, Cristiano Capovilla, mestre em ética e filosofia da linguagem pela Universidade Federal do Piauí (UFPI) e professor de metodologia científica da UFMA.

Segundo Capovilla, que usou as redes sociais para externar criticas ao candidato a prefeitura de São Luís pelo PMN, Eduardo Braide se portava como aluno agressivo, que se recusava a assistir aula e bagunçava o ambiente escolar. O próprio Capovilla também aponta a arrogância demostrada por Braide na sabatina de O Estado. No depoimento feito no Facebook, ele definiu Eduardo Braide como alguém “arrogante, grosseiro e agressivo”.


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