Terceiro colocado no primeiro turno na eleição para prefeito de São Luís, com expressivos 103.951 votos conscientes, o deputado estadual Wellington do Curso (PP) deve anunciar, no início da próxima semana, que posição tomará para o segundo turno. O pronunciamento é aguardado desde o dia 2 de outubro, quando as urnas apontaram para a disputa entre Edivaldo Holanda Júnior (PDT) e Eduardo Braide (PMN), que será decidida no próximo dia 30.
Diante da responsabilidade política e legitimidade popular, o progressista deve optar pelo caminho da coerência e anunciar que seu posicionamento será o da neutralidade, isto é, o voto nulo.
Explica-se:
De todas as possibilidades, a mais impossível de acontecer é que Wellington decida por apoiar Edivaldo Júnior. Isso ocorre porque o parlamentar se tornou o principal opositor do pedetista em São Luís, desde que iniciou seu mandato na Assembleia Legislativa do Maranhão, no início de 2015. Foi o progressista, por exemplo, quem investigou e denunciou o esquema dos R$ 33,2 milhões do Isec (Instituto Superior de Educação Continuada), e praticamente obrigou o Ministério Público do Maranhão a acompanhar o caso.
Como o deputado do PP é avesso à corrupção, seria incoerente, portanto, declarar apoio e voto em Edivaldo.
Já em relação a Eduardo Braide, foi o próprio Wellington quem relembrou, durante debate realizado na TV Mirante, no dia 28 de setembro, que o candidato do PMN, enquanto parlamentar, seguia investigado pela Polícia Federal por envolvimento com integrantes da Máfia de Anajatuba. Segundo relembrou o deputado do PP, Braide teria enviado parte de suas emendas parlamentares para o município por meio de empresas participantes da Organização Criminosa (Orcrim), fato já comprovado por meio de documentos oficiais da própria Assembleia Legislativa e publicados pela imprensa local.
Também pela aversão à corrupção – até mais em relação ao candidato do PMN, já que o esquema de Anajatuba atuou em quase 70 prefeituras e desviou, segundo a PF e o Gaeco, muito mais dinheiro público que o esquema do Isec –, Wellington apoiar Braide é ir de encontro a tudo que ele sempre pregou na tribuna da AL-MA, e até fora dela. Conta ainda o fato de que Braide, enquanto vice-presidente da CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania) da Assembleia, foi quem barrou diversos projetos de lei de Wellington, para depois reapresentá-los como de sua própria autoria.
Apoiar os investigados Edivaldo Júnior ou Eduardo Braide seria, portanto, trocar seis por meia dúzia, ou até mesmo numa linguagem mais contextualizada, seria como trocar zero por nada.
Por outro lado, se declarar neutralidade nesse segundo turno do pleito, além de agir com coerência já quase extinta na política maranhense nos dias atuais, Wellington já mantém a independência que vem marcando seu mandato legislativo, independente de quem seja o eleito.
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