Plenário do TCE do Maranhão

Conselheiros do TCE-MA voltam a furar teto do funcionalismo

Resultado é reflexo dos chamados penduricalhos, que escapam ao corte feito justamente para impedir os supersalários

Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Maranhão, que deveriam zelar pela correta aplicação do dinheiro público, voltaram a furar o teto constitucional do funcionalismo e embolsaram supersalários no final de 2016. Do total de 10 conselheiros do Pleno, apenas o novo presidente da Corte de contas, José de Ribamar Caldas Furtado, recebeu a folha de pagamento abaixo do equivale aos vencimentos de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), correspondente a R$ 33,7 mil.

O levantamento foi feito pelo ATUAL7 na remuneração dos membros do TCE-MA do mês de dezembro. Reportagem anterior já havia revelado que, durante os outros meses de 2016, todos os conselheiros ultrapassaram o limite constitucional, por diversas vezes. O resultado é reflexo dos chamados penduricalhos – auxílios e verbas indenizatórias, por exemplo, que escapam ao abate-teto, corte feito justamente para impedir os supersalários.

Dentre os que mais furaram o teto em dezembro, destacam-se o atual corregedor e novo vice-presidente, Raimundo Nonato de Carvalho Lago Júnior, que embolsou R$ 84.945,67 (oitenta e quatro mil, novecentos e quarenta e cinco mil e sessenta e sete centavos); o conselheiro-substituto Osmário Freire Guimarães, com R$ 79.285,59 (setenta e nove mil, duzentos e oitenta e cinco reais e cinquenta e nove centavos); e o novo ouvidor, conselheiro Washington Luiz de Oliveira, que já ocupou o cargo de vice-governador, que levou R$ 61.798,22 (sessenta e um mil, setecentos e noventa e oito mil e vinte e dois centavos) dos cofres do tribunal.

O conselheiro Jorge Jinkings Pavão, que deixou a Presidência do TCE-MA em dezembro, furou o teto no último mês de sua gestão recebendo R$ 55.675,94 (cinquenta e cinco mil, seiscentos e setenta e cinco reais e noventa e quatro centavos).

O artifício que beneficiou os conselheiros, apesar de normativo, suscita discussões e levou o Senado a aprovar três projetos de lei que podem limitar esses salários inflados. Os textos tornam claro o que deve ou não ser incluído no teto, estabelecem maior transparência na divulgação dos vencimentos e preveem punições ao gestor que fizer pagamentos em desacordo com as novas regras. Mas para entrarem em vigor, as propostas ainda precisam passar pela Câmara dos Deputados e pela sanção presidencial.


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