Em apenas dois anos e três meses, o governo Flávio Dino, do PCdoB, já foi alvo de pelo menos quatro operações da Polícia Federal (PF). Todas por possível envolvimento em atos de corrupção.
De acordo com relatório relacionado ao inquérito da Operação Sermão aos Peixes, deflagrada no Maranhão em 2015, primeiro ano do regime comunista, a PF pediu compartilhamento de provas colhidas durante as investigações na gestão do ex-secretário estadual da Saúde, Ricardo Murad, para a instauração de um novo inquérito policial com o objetivo de apurar possíveis irregularidades encontradas na SES, já no governo Dino.
O pedido teve por base interceptações telefônicas feitas com a autorização da Justiça. Durante a escuta, os agentes descobriram, dentre outros ilícitos, que proprietários de institutos que ganharam licitações milionárias na SES já sabiam, antecipadamente, de todo o conteúdo sigiloso dos processos licitatórios. Até mesmo a sinecura dada a uma amiga de Imperatriz pelo secretário estadual de Comunicação e Articulação Política, Márcio Jerry Barroso, foi confirmada nas escutas. À época, a SES era comandada pelo médico Marcos Pacheco.
Um ano depois, em 2016, o alvo da Polícia Federal no governo comunista foi a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema), por duas vezes.
A primeira, Operação Hymenaea, teve como objeto de investigação uma organização criminosa ligada à extração e à comercialização de grandes quantidades de madeira ilegal, provenientes da Terra Indígena Caru e da Reserva Biológica do Gurupi. Durante coletiva de imprensa, a PF afirmou que servidores da Sema participavam do esquema. O titular da pasta, Marcelo Coelho, chegou a ser procurado pela PF durante a ação.
Já a segunda, Operação Ouro Negro, foi deflagrada em dezembro do mesmo ano. A ação teve por objetivo desarticular criminosos que também extraiam e comercializavam madeira ilegalmente. Um dos alvos de busca e apreensão foi a própria Sema. Documentos relacionados a processos administrativos de autorização de extração de madeira em fazendas de Sucupira do Norte, Buriti, Parnarama, Santa Quitéria e Caxias foram apreendidos na sede da pasta. Segundo a PF e o Grupo de Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), servidores públicos da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) também faziam parte do esquema criminoso.
Além dessas três operações, na semana passada, a deflagração da Operação Turing teve como alvo principal o Agente de Polícia Federal (ADP) Danilo dos Santos Silva, ex-secretário adjunto de Logística e Inovação da Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (Seap).
Segundo material divulgado pela própria PF, durante sua passagem na Seap, agora no governo Flávio Dino, Danilo teria utilizado recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) em possíveis favorecimentos por dispensa irregular de certames ou em licitações direcionadas, visando o desvio de verbas públicas. A Polícia Federal também descobriu que o ex-secretário adjunto da Seap estava nomeando e contratando familiares e amigos na pasta por critérios de “compadrio” e “troca de favores”.
Apesar das irregularidades apontadas pela PF, até agora, não há confirmação de que algum dos servidores envolvidos nos possíveis crimes ambientais e de sangria dos cofres públicos tenha sido preso ou, pelo menos, processado administrativamente, por iniciativa do Palácio dos Leões.
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