Dois dias após a realização das provas do concurso da Polícia Militar do Maranhão haverem sido realizadas na cidade de Teresina, no Piauí, o chefe do Ministério Público do Maranhão, Luiz Gonzaga Martins Coelho, e o presidente da Seccional maranhense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Thiago Diaz, permanecem em silêncio tumular sobre o caso.
Ainda na última sexta-feira 15, ambos foram procurados pelo ATUAL7 por meio de suas assessorias a se posicionarem a respeito de denúncia protocolada pelo deputado estadual Wellington do Curso (PP), exatamente sobre a realização do certame em outro estado e em local fora do edital. Até o momento não houve qualquer resposta.
Nessa segunda-feira 18, diante do estranha mudez dos chefes do MP-MA e da OAB-MA, o parlamentar alertou para a possibilidade de judicialização do concurso, por parte dos candidatos que se sentirem lesados com a situação.
Wellington chamou a atenção, também, para a tentativa de fraude do certame.
“Fatos como esse, além do descumprimento do edital, abrem precedente para a judicialização de ações por parte daqueles que se sentirem lesados. Infelizmente, muitos maranhenses estão nessa situação. O governo, que deveria ter articulado ações para evitar que isso ocorresse, nada fez. Ao contrário: apenas descumpriu o edital, dando fundamento suficiente para que se ingresse no âmbito jurídico”, pontuou.
Segundo divulgado pelo próprio Governo do Maranhão, pelo menos dois candidatos do concurso da PM-MA foram detidos na cidade de Caxias, após serem flagrados com o gabarito da prova em aparelhos celulares.
O fato ainda não foi plenamente esclarecido pela Polícia Civil maranhense, que investiga o caso, mas aponta para possível envolvimento de outros candidatos e de pessoas que tiveram acesso às provas quando ainda produzidas pelo Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cespe/Cebraspe), responsável pelo concurso.
Sobre a realização das provas para preenchimentos de cargos da PM no Maranhão haverem sido realizadas no Piauí, o Cespe/Cebraspe informou em nota que a distribuição estava prevista no edital, no item que prevê que as provas poderiam ser realizadas em outras localidades, caso houvesse indisponibilidade de locais suficientes ou adequados na localidade declarada nominalmente no documento.
Contudo, não foi dado qualquer esclarecimento sobre quem determinou a mudança que beneficiou os candidatos do Piauí, onde o governador Wellington Dias (PT) é aliado do governador Flávio Dino (PCdoB), e nem sobre a distribuição não ter sido feita para um município no próprio Maranhão em vez de uma cidade no estado vizinho.
O ATUAL7 solicitou do Cespe/Cebraspe um posicionamento a respeito da tentativa de fraude no concurso da PM-MA e aguarda retorno.
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