Quando o médico Mariano de Castro Silva saiu da superintendência da Polícia Federal do Maranhão direto para o Complexo Penitenciário de Pedrinhas, ele levou para uma das prisões mais violentas do país o que tem de mais valioso: segredos que dizem respeito a peixes graúdos dos poderes Executivo e Legislativo, que não revelou aos agentes da força-tarefa da Sermão aos Peixes, e dificilmente pretende revelar, porque são a garantia de sua vida e de sua família.
Considerado homem-bomba por ser o operador da organização criminosa que tomou de assalto mais de R$ 18 milhões dos cofres da saúde no governo Flávio Dino, do PCdoB, Mariano sabe que o grupo político beneficiado com os esquemas na saúde estadual é o mesmo que governa atualmente o sistema penitenciário.
E sabe mais: segundo revelado por membros de entidades de direitos humanos no Maranhão, ainda no início de 2016, há uma espécie de acerto entre o Governo do Estado e lideranças de facções criminosas que comandam o crime dentro e fora de Pedrinhas.
Desde a prisão de Mariano, pelo menos duas informações crescem nos bastidores: a primeira diz respeito a uma possível rebelião prestes a estourar na ala onde o operador do esquemão da saúde está preso; a segunda, mais assustadora, sobre um possível mal-estar que o médico piauiense poderia sofrer na prisão, levando-o à morte.
Boatos ou não, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) precisam ficar atentos a esses possíveis movimentos. Se durante depoimento quando da deflagração da Operação Pegadores Mariano Silva não ultrapassou o limite que estabeleceu como garantidor de sua vida, não é sendo deixado aos desleixos do próprio sistema que ele alimentou com dinheiro da corrupção que vai se conseguir uma eventual delação.
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