Apesar do silêncio já semestral no Twitter — plataforma escolhida para se comunicar com a população e mandar recados para aliados e adversários — em relação às críticas quase diárias à sua gestão pelo governador Flávio Dino (PCdoB), o presidente Jair Bolsonaro (PSL) demonstrou sentir-se incomodado com o comunista, ou mesmo que o vê como possível ameaça para 2022.
Nessa sexta-feira 19, durante edição do café com jornalistas, no Palácio do Planalto, Bolsonaro teve conversa captada por microfones da TV Brasil em que orienta o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, a retaliar o governo de Dino.
“Daqueles governadores de ‘paraíba’, o pior é o do Maranhão. Não tem que ter nada com esse cara”, afirmou o presidente, sem perceber que estava sendo gravado.
Flávio Dino é postulante ao Palácio do Planalto em 2022, e um dos principais nomes da centro-esquerda.
Sobre o ataque, ele usou as redes sociais para repudiar a fala de Bolsonaro. Para o comunista, o presidente atacou todos os nordestinos ao citar o termo “paraíba” — forma pejorativa usado principalmente no Rio para se referir a migrantes nordestinos.
“Parece chamar todos os nordestinos de ‘paraíba’ e me ameaça, com estranha raiva. Lamento e espero explicações, pois isso é algo realmente inédito e incompatível com a Constituição”, escreveu o governador do Maranhão.
Bolsonaro tem viagem prevista para o Maranhão no próximo mês. Ele participará de inaugurações e anúncio de obras em São Luís, Alcântara e Rosário.
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