O deputado Wellington do Curso, durante discurso na Assembleia Legislativa do Maranhão. Foto: Divulgação/Agência Assembleia

“É muita cara de pau”, diz Wellington sobre contrato entre SES e Jamil Gedeon

Deputado afirma que locação de imóvel de desembargador pela gestão Flávio Dino tem características de ‘aluguel camarada’

O deputado Wellington do Curso (PSDB) disse ao ATUAL7, nessa sexta-feira 30, que o contrato assinado entre a SES (Secretaria de Estado da Saúde) e o desembargador Jamil Gedeon, do Tribunal de Justiça do Maranhão, tem características de ‘aluguel camarada’ – como passaram a ser conhecidas as locações de imóveis de parentes ou aliados do Palácio dos Leões, sob Flávio Dino (PCdoB).

“Quem conhece sabe que uma das características de Flávio Dino é exatamente o tal do aluguel camarada!”, afirmou Wellington, até o momento, único membro da oposição ao governo estadual a se manifestar sobre o assunto.

Revelado pela Folha do Maranhão na última quinta-feira 29, e confirmado pelo ATUAL7, o contrato diz respeito à locação de um imóvel pertencente a Gedeon, pelos próximos 36 meses, ao custo total de 745,2 mil aos cofres públicos. Mensalmente, a SES deverá repassar ao desembargador exatos R$ 20,7 mil, sendo que R$ 156.630,00 já estão empenhados.

De acordo com o objeto, no local, que fica na Alameda Mearim, 200, no bairro do Olho d’Água, em São Luís, funcionará um novo CER (Centro Especializado em Reabilitação e Tratamento) para pessoas com TEA (Transtorno de Espectro Autista). Embora assinado desde maio, até o momento, nada funciona no imóvel, e sequer há alguma placa de obras sobre eventual reforma para adaptação das dependências, como determina a lei.

Sobre essa situação, Wellington disse que “é muita cara de pau” a gestão comunista justificar a locação do imóvel para reabilitação e tratamento de pessoas com autismo e, após três meses de contrato, manter o local sem qualquer funcionalidade.

“Vai gastar R$ 745,2 mil para alugar uma mansão sob o argumento de que seria um centro para reabilitação e tratamento para pessoas com autismo. Se isso fosse verdade, seria o primeiro a apoiar! Mas se é pra isso mesmo, por que escolheram o bairro em que já existe um centro de reabilitação? Por que uma mansão, se temos tantos prédios públicos que poderiam ser usados? Outra, se é pra funcionar o centro para atender as pessoas, por que que está fechado até hoje, sendo que o contrato já foi feito há três meses? É muita cara de pau mesmo!”, disse, garantindo que vai formalizar representação junto ao Ministério Público na próxima semana, para que sejam tomadas providências sobre o caso.

Procurados pelo ATUAL7 desde quinta, por e-mail, para se posicionar a respeito do contrato, o governo Flávio Dino e o desembargador Jamil Gedeon ainda não retornaram o contato.


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