Apesar de não ter a gestão alvo de mandado de prisão ou de busca e apreensão na primeira fase da Operação Falsa Esperança, o prefeito de Maracaçumé, Francisco Gonçalves de Sousa Lima, o Chico Velho (Republicanos), tem sido assombrado pela iminência de afastamento do cargo e desdobamentos das investigação da Polícia Federal contra suposta associação criminosa voltada à fraude em licitação e desvio de recursos públicos destinados ao enfrentamento ao novo coronavírus.
Além de Miranda do Norte, Santa Rita e Bacabeira, alvos da PF e da CGU (Controladoria-Geral da União) no início de agosto, a Prefeitura de Maracaçumé contratou testes para detecção de Covid-19 da J J da Silva & Santos Ltda, a Ecosolar. Localizada em Paço do Lumiar, segundo os investigadores, a empresa nunca havia atuado no ramo médico hospitalar, mas na comercialização de acessórios para instalação de aparelhos de ar-condicionado e de energia solar.
Foram 150 testes rápidos, ao custo de R$ 200, cada. Sob alegação de combate à pandemia, a contratação foi celebrada por dispensa de licitação.
Por conta do forte indício de irregularidade, a gestão Chico Velho virou alvo de investigação da força-tarefa, e pode ser surpreendida por visita dos federais.
Também baseada no suposto ilícito com o dinheiro público, uma ação popular foi protocolada no Poder Judiciário maranhense, na semana passada, pedindo o afastamento do prefeito de Maracaçumé e a suspensão dos contratos com a Ecosolar e com a G R B Nunes Eireli, a Farma Régia, de Santa Helena, também sem licitação, para a aquisição de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e material de higiene destinados a proteção e prevenção ao novo coronavírus.
De acordo com o documento, em relação ao contrato com a Farma Régia, distribuidora que já possui diversos outros contratos com a gestão Chico Velho, houve superfaturamento na tabela de preços apresentada pela empresa.