Ventilado como possível postulante ao Palácio dos Leões em 2022, o senador Roberto Rocha (PSDB) afirmou ao ATUAL7 que deseja renovar o mandato na Câmara Alta, em Brasília. Segundo o tucano, porém, o fechamento da questão depende da conjuntura política no próximo ano. Com boa articulação no Palácio do Planalto, ele é um dos principais aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em nível estadual e nacional.
“Normalmente, candidatura majoritária é fruto das circunstâncias políticas. Minha vontade pessoal é renovar o mandato de senador, que, modéstia à parte, tem sido muito útil ao Maranhão. Contudo, eleição de senador, especialmente no Norte/Nordeste, é na conjuntura de governador. E este, na conjuntura de presidente da República. Portanto, é preciso aguardar para saber como estará a conjuntura”, declarou.
Rocha foi eleito ao Senado Federal em 2014, então pelo PSB, na mesma chapa de Flávio Dino (PCdoB) ao governo do Maranhão. Cerca de um ano depois, após ser traído e ter tomado espaços no Executivo estadual pelo comunista, deixou o grupo e passou a atuar em oposição a Dino. Em 2018, ele disputou o governo, mas foi derrotado pelo ex-aliado, que foi reeleito.
Segundo o senador maranhense, embora ele possa novamente concorrer ao Palácio dos Leões, já não seria com o mesmo entusiasmo.
“Claro que posso disputar o governo do estado. Mas, não nego, já tive muito mais apetite. Flávio Dino está quebrando o Estado. Já milito na política do Maranhão há 30 anos, e nunca tinha visto um governador aumentar imposto como Flávio Dino. As consequências são terríveis”, disse.
“Primeiro, acabou a capacidade de investimento. Só restou dois caminhos para investir: empréstimo e aumento de impostos. Depois, acabou a capacidade de endividamento. Não consegue mais pegar dinheiro emprestado, por isso só aumenta impostos. Paralelo a isso aumentou muito o gasto público. Essa é a melhor receita para quebrar um Estado. É muita falta de sorte do Maranhão. Chegou o ‘gênio’, falando na campanha em choque de capitalismo e revolução burguesa, e depois, no governo, implantou o comunismo. Só aumenta a arrecadação tributária se aumentar o crescimento econômico. É só há crescimento econômico se houver investimento privado. Quem tem coragem de investir no Maranhão?”, provocou.
Sobre conversas com lideranças partidárias por 2022, Roberto Rocha afirma que, diferentemente do campo dinista –onde o senador Weverton Rocha (PDT) tenta diariamente desgastar o vice-governador Carlos Brandão (Republicanos), sucessor natural de Flávio Dino, e até já busca consolidar aliança com Roseana Sarney (MDB)–, ele não tem agido com pressa ou atropelos.
“Não é hora ainda de formar chapa. No nosso campo político as coisas estão caminhando muito bem. Os conflitos estão na outra ‘margem do rio’”, garante.
Se confirmado na disputa pelo Senado, Roberto Rocha terá como adversário Flávio Dino, que deve deixar o cargo em abril do próximo ano.
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