Olindo Menezes, do TRF-1, manda para primeira instância inquérito da PF que investiga Braide
Política

Olindo Menezes, do TRF-1, manda para primeira instância inquérito da PF que investiga Braide

Investigação apura fatos relacionados à chamada Máfia de Anajatuba. Ele é suspeito de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro

O desembargador federal Olindo Menezes, do TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região, mandou para a primeira instância um inquérito da Polícia Federal que investiga a suspeita de participação de Eduardo Braide (Podemos), prefeito de São Luís, em um caso de suposto desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro à época em que ele era deputado estadual. A decisão foi publicada na terça-feira 16.

O magistrado entendeu que a corte não possui competência para processamento e julgamento do caso, por ausência de foro privilegiado de Braide. Com isso, ele revogou decisão anterior, tomada em setembro 2019, de remessa dos autos ao STF (Supremo Tribunal Federal), e julgou prejudicado os embargos de declaração protocolados pela defesa de Eduardo Braide naquele mesmo ano.

A investigação ficará agora aos cuidados da Justiça Federal do Maranhão, inclusive de um outro inquérito, de 2018, relacionado à quebra de sigilo bancário. Ambos seguem sob segredo de Justiça.

Conforme mostrou ponto a ponto o ATUAL7, a apuração que resultou no procedimento investigatório contra Eduardo Braide foi iniciada em 2014, a partir de notícia crime aberta com base em movimentações financeiras atípicas envolvendo o então parlamentar e as sociedades empresarias Vieira e Bezerra Ltda - ME, A.J.F Júnior Batista Vieira - ME, Escutec - Pesquisas de Mercado e de Opinião Pública Ltda e A4 Serviços e Entretenimento Ltda, também alvos da apuração. O inquérito, porém, foi instaurado pela PF, por solicitação da Procuradoria Regional da República da 1ª Região, apenas em 2016.

A investigação, vem mostrando o ATUAL7 desde quando Eduardo Braide ainda ocupava uma cadeira na Assembleia Legislativa do Maranhão, tem relação com fatos apurados pela Polícia Federal e pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público do Maranhão, na operação que desbaratou a chamada Máfia de Anajatuba, em outubro de 2015. Parte das reportagens teve de ser retirada do ar, por determinação do Poder Judiciário do Maranhão, que decidiu censurar as informações.

Durante a campanha eleitoral de 2020, quando abandonou o perfil técnico e adotou o de político raposa, apesar de ter constituído defesa nos autos no TRF-1, às custas de dinheiro de fundo público, Braide faltou com a verdade e afirmou, por diversas vezes, que não era nem nunca foi investigado pelo Polícia Federal.



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