Vidraça, Braide terá de explicar ao eleitor porque mentiu sobre ser investigado pela PF
Política

Vidraça, Braide terá de explicar ao eleitor porque mentiu sobre ser investigado pela PF

Candidato tem a chance de admitir que espalhou fake news e apresentar suas justificativas ao eleitorado de São Luís

Um dos pontos frágeis que abateram Eduardo Braide em 2016 e que podem aniquilá-lo nas urnas, agora em 2020, a investigação da Polícia Federal sobre fatos relacionados ao inquérito da chamada Máfia de Anajatuba terá de ser explicada pelo candidato do Podemos no segundo turno da disputa pela prefeitura de São Luís. Mais: Braide terá de explicar ao eleitor porque mentiu.

Nas semanas antecedentes ao primeiro turno, Eduardo Braide usou o tempo de propaganda eleitoral e redes sociais para dizer, sob a batida estratégia de apresentação de certidões de nada consta, que não é investigado.

“Meus adversários tentam enganar você dizendo que sou investigado. Essa é a mesma mentira que usaram na eleição de 2016. Reafirmo para você: não sou investigado”, garantiu.

Ocorre que, conforme mostrou ponto a ponto o ATUAL7, além das certidões não observarem inquéritos sob sigilo, Braide tem pleno conhecimento de que é alvo de investigação no inquérito 0969/2016-DPF/MA, que apura suposto desvio de recursos públicos, lavagem de dinheiro e crime de responsabilidade. Em setembro de 2019, quando o caso estava prestes a subir para o STF (Supremo Tribunal Federal) por conta de foro privilegiado, ele constituiu defesa nos autos do processo 058214-57.2016.4.01.0000, instaurado a partir de investigação iniciada em 2014 e que tramita no TRF (Tribunal Regional Federal) da 1º Região há quatro anos, sob sigilo.

Além disso, segundo a parcial mais recente de prestação de contas do candidato do Podemos, a produção da propaganda eleitoral e publicações nas redes sociais relacionadas à campanha eleitoral estão sendo bancadas com recursos públicos do fundão eleitoral —regalia custeada com recursos oriundos erário cujo aumento Braide votou contra na Câmara, mas vem recebendo e utilizando para pagar as contas de campanha.

Procurado pelo ATUAL7 por meio de sua assessoria, desde o último dia 14, para se explicar a respeito do assunto, ele não retornou o contato.

Para neutralizar a vidraça, Eduardo Braide terá de admitir que espalhou fake news, assumir que é investigado e que sabia da investigação. Terá também de apresentar ao eleitor suas justificativas sobre a mentira que produziu na primeira etapa do pleito —ao ponto de, inclusive, ter processado a imprensa por simplesmente reportar a verdade sobre o caso.



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