Em vitória para Pacovan, CPI dos Combustíveis na Alema segue suspensa
Política

Em vitória para Pacovan, CPI dos Combustíveis na Alema segue suspensa

Sob pretexto de contenção da pandemia, suspensão teve início após convocação de laranja do agiota. Paralisação entra na terceira semana

Em vitória para o agiota Josival Cavalcante da Silva, o Pavocan, a CPI dos Combustíveis na Assembleia Legislativa do Maranhão segue com as atividades suspensas e sem data para retorno, faltando cerca de um mês para o encerramento dos trabalhos.

A paralisação, que entra na terceira semana, obedece determinação de sexta-feira (11) da Mesa Diretora da Casa pela prorrogação da resolução administrativa que suspendeu a realização das sessões e atividades presenciais nas dependências do Palácio Manuel Beckman, sede do Poder Legislativo estadual, como medida de contenção à pandemia do novo coronavírus. Segundo dados epidemiológicos da SES (Secretaria de Estado da Saúde), o Maranhão vem enfrentando escalada de novos casos de Covid-19 e colapso na ocupação de leitos para pacientes com a doença na rede hospitalar pública e privada, principalmente em São Luís.

Apesar da alegação da cúpula da Assembleia Legislativa maranhense para paralisar os trabalhos presenciais no âmbito da Casa até o próximo dia 18, a maioria dos deputados estaduais segue realizando atividades externas, inclusive provocando aglomerações, ainda que com uso de máscaras. Sessões ordinárias também continuam sendo realizadas no período, remotamente.

Com a suspensão total das atividades para data indeterminada, a CPI segue sem tomar o depoimento de Rafaely de Jesus Souza Carvalho, proprietária no papel do Posto Joyce VII, localizado em Paço do Lumiar. Foi após a convocação dela no mês passado, na condição de testemunha, que os trabalhos foram suspensos.

Segundo investigações do Ministério Público estadual e Federal, e das polícias Civil e Federal, Rafaely Souza é laranja de Pavocan, proprietário oculto do empreendimento. Diversas apurações apontam o uso do Posto Joyce VII em lavagem de dinheiro, desvio de recursos públicos e agiotagem.

Documentos da CPI dos Combustíveis obtidos pelo ATUAL7 apontam que, embora tenha realizado pouca compra de combustíveis, o posto efetuou diversas operações de venda durante todos os dias do período levantado, janeiro deste ano.

Antes da suspensão dos trabalhos, em estranha reviravolta, os integrantes da CPI decidiram, por unanimidade, descartar o compartilhamento de informações e documentos com o Procon do Maranhão e a Defensoria Pública do Estado, que pretendiam o acesso conjunto aos dados para estudo e formulação de parecer técnico.

Instalada em 15 de março, a CPI dos Combustíveis na Assembleia Legislativa do Maranhão teve como foco inicial apurar supostas irregularidades na distribuição, comercialização e na qualidade dos combustíveis no estado. Segue barrada, porém, desde que tentou ampliar seu potencial de impacto ao centralizar os trabalhos de investigação em possível esquema de descaminho e lavagem de dinheiro.

O presidente é Duarte Júnior (Republicanos), e o relator, Roberto Costa (MDB).



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