CPI dos Combustíveis
CPI dos Combustíveis ainda não enviou relatório a órgãos de fiscalização e investigação
Política

Colegiado foi encerrado sem nenhum indiciamento e com o valor cobrado pelos combustíveis mais alto do que no início dos trabalhos

Quase três semanas após o desfecho da CPI dos Combustíveis na Assembleia Legislativa do Maranhão, a documentação relacionada ao relatório final dos trabalhos ainda não foi enviada a nenhum órgão de fiscalização e de investigação para tomada de providências.

A remessa dos registros foi aprovada, por unanimidade, desde o dia 9 de julho. A votação ocorreu após o retorno dos trabalhos, paralisados por cerca de um mês por conta da pandemia e da tentativa frustrada de tomar o depoimento do empresário do ramo de postos e, segundo investigações das polícias Civil e Federal, do mercado financeiro paralelo Josival Cavalcante da Silva, o Pacovan.

Sem o compartilhamento da íntegra do relatório circunstanciado e anexos, nenhuma medida sobre o apurado pode ser tomada.

O deputado Duarte Júnior (PSB), que presidiu a CPI dos Combustíveis, alegou ao ATUAL7 que a responsabilidade pelo envio não é dele.

“Isso é com o relator”, respondeu, referindo-se ao deputado Roberto Costa (MDB). O emedebista não retornou a tentativa de contato.

Instalada em março deste ano, a CPI dos Combustíveis teve como objetivo inicial apurar supostas irregularidades envolvendo sucessivos aumentos de preços dos combustíveis no Maranhão no início de 2021, que estariam acima dos reajustes autorizados pela Petrobras.

Após quebra de quebra de sigilo fiscal de quase 190 postos de combustíveis, tentou avançar em investigações sobre suposto descaminho e lavagem de dinheiro, tendo Pacovan como alvo.

Contudo, a CPI perdeu prestígio e foi finalizada sem nenhum indiciamento e com o preço dos combustíveis cobrado na bomba em valor bem mais alto do que quando os trabalhos tiveram início.

Relator, Roberto Costa confirma que não haverá prorrogação da CPI dos Combustíveis
Política

Instalada em março, comissão parlamentar de inquérito teve como objetivo inicial apurar supostas irregularidades nos preços dos combustíveis no Maranhão

O deputado estadual Roberto Costa (MDB), relator da CPI dos Combustíveis na Assembleia Legislativa do Maranhão, confirmou nesta quarta-feira (7) o que já havia adiantado ao ATUAL7 no início da semana: não haverá prorrogação dos trabalhos da comissão parlamentar de inquérito.

Segundo o emedebista, já há elementos suficientes para apresentação de relatório conclusivo sobre as investigações, apesar do colegiado não ter conseguido tomar o depoimento do empresário Josival Cavalcante da Silva, o Pacovan.

“O relatório, baseado na documentação que está com a Assessoria Técnica da Assembleia, será imparcial e prezará, acima de tudo, pela verdade, independentemente de quem seja atingido ou beneficiado”, garantiu.

Durante pronunciamento na tribuna da Alema, Costa ressaltou não concordar com o pedido de prorrogação dos trabalhos da CPI, formulado pelo deputado Duarte Júnior (PSB), que preside a comissão, conforme já havia votado a maioria.

Apesar do insucesso na tentativa solitária de manter as investigações por mais 60 dias e de não conseguir realizar as oitivas de Pacovan, ao ATUAL7, Duarte Júnior se disse satisfeito com as ações desenvolvidas pela CPI dos Combustíveis.

“Todo o trabalho já foi feito. Já comprovamos que mais de 64% dos postos aumentaram o valor abusivamente na primeira quinzena de fevereiro, que em mais de 16 regiões/corredores existem fortes indícios de práticas de cartel e que supostamente na rede de postos Joyce existe lavagem de dinheiro ou combustível adulterado ou sem procedência comprovada”.

“Tudo isso foi possível comprovar graças a quebra de sigilo fiscal de todas as empresas que atuam no Maranhão. Todos esses documentos e dados estão com o relator e com os demais membros. Inclusive, ele mesmo afirmou em entrevistas. Agora, é inserir no relatório e levar os fatos para que sejam apurados na justiça”, declarou.

Segundo o deputado Roberto Costa, o relatório circunstanciado da CPI deverá já na sexta-feira 9.

Conforme prevê o regimento interno da Assembleia Legislativa, o documento deve ser publicado no Diário Oficial da Casa e encaminhado à Mesa Diretora, Ministério Público, Governo do Maranhão e à comissão permanente da Casa que tenha maior pertinência com a matéria, à qual incumbirá fiscalizar a adoção de providências saneadoras de caráter disciplinar e administrativo pelo Poder Executivo estadual.

Instalada em março deste ano, a CPI dos Combustíveis teve como objetivo inicial apurar supostas irregularidades envolvendo sucessivos aumentos de preços dos combustíveis no estado no início de 2021, que estariam acima dos reajustes autorizados pela Petrobras.

João Santana, do TJ-MA, suspende comparecimento de Pacovan, que não fez o pedido, à CPI dos Combustíveis
Política

Defesa alega que comissão estaria cometendo arbitrariedades. Magistrado pediu informações ao colegiado para analisar o caso

O desembargador João Santana Sousa, do Tribunal de Justiça do Maranhão, suspendeu temporariamente no final da manhã desta terça-feira (6) o depoimento do verdadeiro proprietário do posto Joyce VII, Josival Cavalcante da Silva, o Pacovan, à CPI dos Combustíveis na Assembleia Legislativa do Maranhão. O empresário deporia na condição de testemunha.

Embora determinada pelo magistrado sob alegação de tempo exíguo para apreciação do caso devido à sessão da Primeira Câmara Criminal do TJ-MA, a qual integra, para o mesma data, a suspensão da oitiva não foi solicitada pela defesa de Pacovan.

De acordo com a decisão, João Santana achou por bem deferir a suspensão até o exame de pedido de liminar em habeas corpus para autorizar Pacovan a permanecer em silêncio quando foram realizadas perguntas que não tenham relação com o objetivo investigado na comissão –notadamente, prática de preços, aumentos abusivos, ou fatos que estejam ligados com a atividade no ramo dos combustíveis–; e abandonar a CPI em caso de constrangimentos, como tipificação de crime de falso testemunho e/ou ameaça de prisão em flagrante.

“Nesses termos, DEFIRO A SUSPENSÃO TEMPORÁRIA da oitiva do paciente JOSIVAL CAVALCANTI DA SILVA agendada para hoje, dia 06 de julho de 2021, às 14h30min, até o exame do pleito liminar”, escreveu.

Segundo a defesa de Pacovan, feita pelos advogados Rafael de Carvalho Borges e Rodolfo Vilar Macedo Sousa, CPI dos combustíveis estaria cometendo arbitrariedades na condução dos trabalhos, como violação a direitos e garantias constitucionais dos convocadas a prestar depoimentos, além de questionamentos impertinentes à finalidade das investigações.

Na decisão, o desembargador determinou que a CPI preste informações detalhadas sobre o caso, inclusive delimitando a finalidade da comissão, conforme previsto do regimento interno da Alema.

Questionado pelo ATUAL7 se recuou da garantia dada por ele próprio no início do mês, de que estava “contando os dias” para ir à CPI “responder tudo” e “mostrar a verdade”, Pacovan seguiu os argumentos de sua defesa, e respondeu que continua disposto à comparecer à comissão, “mas desde que seja para responder sobre assuntos relacionados às investigações”.

“Vou a qualquer hora, mas para responder o que realmente cabe à CPI. Falo tudo que perguntarem sobre combustível, mas não sobre minha vida particular, de minha família, a respeito de processo que já me defendo”.

“Não recuo de nada na vida. Comecei de baixo, nada me bota pra correr. Agora, eu não vou falar de processo que já está correndo na Justiça. Cadê que ele fez isso com os outros donos de postos? Estão apenas com um circo midiático armado de olho na campanha eleitoral, e querem me colocar nisso, com perguntas malucas sem relação com a CPI”.

“Nunca recebi uma multa do Procon, um ofício da Fazenda sobre o que estão me acusando, nada. Ele [Duarte Júnior] tá dizendo essas coisas, mas não mostra o documento. Cadê!? Não quebrou o sigilo fiscal!? Então mostra o documento comprovando que tem algo irregular. Nunca mostrou, mas agora vai ter que apresentar toda documentação para a Justiça”, declarou.

Procurado pelo ATUAL7, Duarte Júnior (PSB), que preside a CPI dos Combustíveis, não retornou o contato.

Durante coletiva para tratar sobre a suspensão da ausência de Pacovan na comissão, porém, bem como por diversas vezes durante a realização da sessão, ele faltou com a verdade a respeito da decisão de João Santana, ao afirmar que a suspensão determinada pelo desembargador do TJ-MA foi pedida pelo empresário.

Manobra por prorrogação

Durante a sessão da CPI mais cedo, como os 120 dias para conclusão das investigações terminam no próximo dia 13, o relator da comissão, Roberto Costa (MDB), já estava ausente, o presidente do colegiado tentou forçar uma votação pela prorrogação dos trabalhos, afim de que houvesse tempo para a CPI prestar as informações solicitadas pela Justiça e ouvir Pacovan.

Os demais integrantes da CPI dos Combustíveis, porém, alertaram sobre declaração de Costa ao ATUAL7, de que não haverá prorrogação dos trabalhos por mais 60 dias, e votaram contra o requerimento de Duarte Júnior.

Vencido na votação, Duarte se alterou contra o deputado Ciro Neto (PP) e, em uma manobra, suspendeu a sessão por cinco minutos para tentar ouvir Roberto Costa. Ao não obter êxito, decidiu suspender a votação, alegando, ao ser questionado pelo deputado progressista, ter poderes e estar seguindo o regimento interno da Assembleia Legislativa para a tomada da decisão.

Segundo documentos relacionados à quebra de sigilo fiscal do posto Joyce VII, que no papel tem Rafaely de Jesus Souza Carvalho como proprietária, no início deste ano, embora tenha realizado pouca compra de combustíveis, o empreendimento efetuou diversas operações de venda durante todos os dias.

Durante depoimento à CPI, ela afirmou que não possui qualquer controle sobre o empreendimento, e sim Pacovan, o que levou a comissão a tentar interrogá-lo.

CPI dos Combustíveis não terá prorrogação, adianta relator
Política

Marcada para esta terça-feira (6), oitiva de Pacovan marca fim da comissão instalada pela Alema para apurar supostas irregularidades nos preços dos combustíveis no Maranhão

O relator da CPI dos Combustíveis na Assembleia Legislativa do Maranhão, Roberto Costa (MDB), adiantou ao ATUAL7 nesta segunda-feira (5) que não pretende pedir a prorrogação dos trabalhos da comissão parlamentar de inquérito.

“Não terá prorrogação”, respondeu, enfático, ao ser questionado se tratou com o presidente do colegiado, Duarte Júnior (PSB), sobre a possibilidade das investigações continuarem por mais 60 dias.

Também procurado, Duarte não retornou as tentativas de contato.

A CPI vai ouvir nesta terça-feira (6) o verdadeiro proprietário do posto Joyce VII, Josival Cavalcante da Silva, o Pacovan.

Embora documentos relacionados à quebra de sigilo fiscal do empreendimento apontem suposto descaminho e lavagem de dinheiro, ele foi convocado na condição de testemunha, em vez de investigado. Neste sentido, é obrigado a responder todas os questionamentos dos deputados.

Ao ATUAL7, Pacovan disse ter recebido com tranquilidade a confirmação de sua convocação.

Contando os dias para eu ir. Espero que todos os deputados da Casa estejam lá, que perguntem tudo que quiserem. Vou responder tudo. E gostaria da cobertura em massa da imprensa, pois vou mostrar a verdade”, declarou.

Relator da CPI, o deputado Roberto Costa tem até o próximo dia 13 para apresentar relatório circunstanciado, com suas conclusões, fundamentado nos depoimentos e documentos em posse da comissão. O documento deve ser publicado no Diário Oficial da Alema e encaminhado à Mesa Diretora, Ministério Público, Governo do Maranhão e à comissão permanente da Casa que tenha maior pertinência com a matéria, à qual incumbirá fiscalizar a adoção de providências saneadoras de caráter disciplinar e administrativo pelo Poder Executivo estadual.

Criada em março deste ano, a comissão parlamentar de inquérito teve como objetivo inicial apurar supostas irregularidades envolvendo sucessivos aumentos de preços dos combustíveis no estado no início de 2021, que estariam acima dos reajustes autorizados pela Petrobras.

Após ser desprestigiada pelo secretário estadual da Fazenda, Marcellus Ribeiro, a CPI dos Combustíveis perdeu força, parou de compartilhar dados com órgãos que o próprio colegiado pediu auxílio nas apurações e tentou ampliar o foco das investigações. O avanço sobre Pacovan e da pandemia da Covid-19 no estado, porém, somado à quebra de sigilo de postos do senador Weverton Rocha (PDT), provocou novo revés aos trabalhos, que tendem a terminar como começou: com o litro da gasolina caro no Maranhão.

‘Contando os dias para eu ir’, diz Pacovan sobre convocação pela CPI dos Combustíveis
Política

Verdadeiro dono do posto Joyce VII diz que espera a presença de todos os deputados da Alema e cobertura em massa da imprensa quando depor

O verdadeiro proprietário do posto Joyce VII, Josival Cavalcante da Silva, o Pavocan, alvo da CPI dos Combustíveis na Assembleia Legislativa do Maranhão após quebra de sigilo fiscal apontar indícios de descaminho e lavagem de dinheiro pelo empreendimento, diz que recebeu com tranquilidade a confirmação de sua convocação para depor no colegiado.

“Contando os dias para eu ir. Espero que todos os deputados da Casa estejam lá, que perguntem tudo que quiserem. Vou responder tudo. E gostaria da cobertura em massa da imprensa, pois vou mostrar a verdade”, declarou ao ATUAL7.

O requerimento foi protocolado pelo deputado Duarte Júnior (PSB), presidente da CPI, e aprovado por unanimidade nessa quarta-feira (30), após a proprietária no papel do Joyce VII, Rafaely Carvalho, afirmar em depoimento à comissão que não possui qualquer controle sobre o posto de combustível.

Pacovan foi convocado para falar como testemunha. A oitiva será na próxima terça-feira (6).

“Ela não é laranja. A Rafaely é como uma irmã de criação, uma filha. Morou 20 anos em minha casa. Entrou no CNPJ de três postos meus por isso, pela confiança em nossa relação, e trabalhava na administração, na parte de cartão. Meus postos sempre foram no nome dela, de minha filha e minha esposa”, diz.

Segundo Pacovan, a CPI mudou o rumo das investigações e passou a focar apenas nele após não conseguir atingir o objetivo de sua instauração, que é a redução no preço dos combustíveis cobrado ao consumidor nas bombas dos postos e suposta formação de cartel.

“Eles mexerem, mexeram, não tiveram sucesso em nada, aí focaram em mim. E ainda botaram uma casca de banana para minha irmã cair [se referindo ao depoimento de Rafaely Carvalho]. Aquilo não se faz”.

“É uma CPI de Combustíveis. Não é uma CPI de investigação sobre coisas onde já respondo e estou recorrendo. É sobre preço de combustíveis, se tá alto ou tá baixo. E no mesmo posto não tem nada disso que estão acusando. Tudo que entra e sai é certinho”.

Pacovan comentou também sobre a venda de dois postos da Rede Joyce para o senador Weverton Rocha (PDT). Para ele, a CPI pode ser usada eleitoralmente para atingir o pedetista, em razão dos empreendimentos terem sido alvo de investigações relacionadas à agiotagem e desvio de recursos públicos.

“Estão querendo armar uma arapuca. Querem pegar alguém, mas comigo não vão conseguir. Eu faço negócio com quem eu quero. Todos sabem disso. Trabalho de forma correta. Ninguém me obriga a nada”, declarou.

Após depoimento de laranja, CPI dos Combustíveis vai ouvir Pacovan
Política

A oitiva está marcada para a próxima terça-feira (6). Ele será ouvido na condição de testemunha

A CPI dos Combustíveis na Assembleia Legislativa do Maranhão aprovou nesta quarta-feira (30), por unanimidade, a convocação do agiota Josival Cavalcante da Silva, o Pavocan.

A oitiva está marcada para a próxima terça-feira (6). Ele será ouvido na condição de testemunha.

Desta forma, caso falte à CPI, pode ser conduzido coercitivamente. Também pode ser preso em flagrante se não manter o compromisso de dizer a verdade aos parlamentares, conforme previsto na Constituição Federal e o Código de Processo Penal.

O depoimento de Pacovan foi aprovado pela Comissão Parlamentar de Inquérito após a proprietária no papel do posto Joyce VII, Rafaely de Jesus Souza Carvalho, confirmar que não tem qualquer controle sobre o empreendimento, e sim o agiota.

Segundo documentos relacionados à quebra de sigilo fiscal do Joyce VII, no início deste ano, embora tenha realizado pouca compra de combustíveis, o posto efetuou diversas operações de venda durante todos os dias.

À maioria esmagadora das perguntas feitas pela CPI, Rafaely Carvalho repetiu que não sabia o que falar a respeito do funcionamento do posto de combustíveis, ou ficou calada.

Apenas em relação a um posto no Angelim, em São Luís, onde segundo ela funcionava uma espécie de central dos postos controlados por Pacovan, ela soube responder, mas somente que foi vendido. Conforme mostrou o ATUAL7, um dos novos proprietários do antigo Joyce V, agora funcionando como Petro São Francisco, é o senador Weverton Rocha (PDT).

Sob expectativa de que laranja de Pacovan deponha, CPI dos Combustíveis retoma investigações
Política

Quebra de sigilo fiscal revelou que, embora tenha realizado pouca compra de combustíveis, posto Joyce VII efetuou diversas operações diárias de venda no início de 2021

Com a retomada dos trabalhos autorizada, a CPI dos Combustíveis na Assembleia Legislativa do Maranhão espera ouvir nesta quarta-feira (30) a proprietária do posto Joyce VII, Rafaely de Jesus Souza Carvalho.

A expectativa é que o colegiado avance nas investigações que apuram suposto esquema de lavagem de dinheiro e descaminho por meio do empreendimento. Segundo investigações das polícias Civil e Federal relacionadas à agiotagem e desvio de dinheiro público, o posto é operado pelo mercado paralelo pelo agiota Josival Cavalcante da Silva, o Pavocan.

Documentos relacionados à quebra de sigilo fiscal do Joyce VII revelaram que, no início deste ano, embora tenha realizado pouca compra de combustíveis, o posto efetuou diversas operações de venda durante todos os dias.

Ao ATUAL7, o presidente e o relator da CPI dos Combustíveis, respectivamente, deputados Duarte Júnior (PSB) e Roberto Costa (MDB), garantiram que a presença da empresária está confirmada. Também serão ouvidos os representantes das distribuidoras Ipiranga e Petrobras, respectivamente, Guido Rogério Filho e Alexandre de Lima Ferreira.

Rafaely Carvalho foi intimada desde o final do mês passado. Convocada na condição de testemunha, case falte à CPI, pode ser conduzida coercitivamente. Também pode ser presa em flagrante se não manter o compromisso de dizer a verdade aos parlamentares, conforme previsto na Constituição Federal e o Código de Processo Penal.

De acordo com precedentes do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e do STF (Supremo Tribunal Federal), pessoas convocadas como testemunhas por Comissão Parlamentar de Inquérito têm o dever de comparecer aos atos para os quais foram chamadas, para que prestem esclarecimentos e contribuam com as investigações. O direito ao não comparecimento está restrito aos investigados, apenas.

CPI dos Combustíveis reabre trabalhos e marca depoimento de laranja de Pacovan
Política

Rafaely Carvalho será ouvida nesta quarta-feira (30). Comissão Parlamentar de Inquérito na Alema tem apenas mais duas semanas para concluir os trabalhos

Está marcada para para esta quarta-feira (30) as oitivas de Rafaely de Jesus Souza Carvalho, proprietária no papel do Posto Joyce VII, em Paço do Lumiar, à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Combustíveis na Assembleia Legislativa do Maranhão.

Segundo inquéritos das polícias Civil e Federal referentes à agiotagem e desvio de recursos públicos, ela é laranja do agiota Josival Cavalcante da Silva, o Pavocan, e virou alvo do colegiado após quebra de sigilo fiscal apontar que o empreendimento pode estar sendo usado para lavagem de dinheiro e descaminho.

Paralisada por quase um mês, a CPI voltou à ativa após o ATUAL7 mostrar que a alegação de medida de contenção à pandemia da Covid-19, utilizada pela Mesa Diretora para suspender toda e qualquer atividade presencial na Casa desde o final de maio, não serviu para a produção de um arraial de São João nas dependências internas do Palácio Manuel Beckman, sede do Poder Legislativo, em São Luis.

Também na quarta, serão ouvidos representantes das distribuidoras Ipiranga e Petrobras, sobre suposto aumento abusivo no preço dos combustíveis e possível prática de cartel.

Nas redes sociais, o presidente da CPI, deputado Duarte Júnior (sem partido), voltou a publicar sobre indícios de irregularidades descobertos pelo colegiado, que, segundo ele, tem até a próxima semana para concluir os trabalhos.

“Como forma de garantir a continuidade e a conclusão das investigações da CPI dos Combustíveis, vou passar a expor nas redes informações que comprovam os fortes indícios de formação cartel e aumentos abusivos no preços dos combustíveis. O consumidor precisa e vai saber de tudo!”, escreveu.

No bastidor, as publicações foram recebidas como tentativa de Duarte Júnior de forçar o relator da CPI dos Combustíveis, deputado Roberto Costa (MDB), a apresentar um relatório fiel aos fatos apurados no âmbito da comissão.

Com CPI suspensa devido à pandemia, Alema vai realizar arraial nas dependências da Casa
Política

Produção da festa junina viola resolução administrativa que proíbe a realização de qualquer evento presencial na Assembleia Legislativa como medida de contenção ao avanço da Covid-19

A Assembleia Legislativa do Maranhão pretende iniciar, a partir das 19 horas desta quinta-feira (24) até o próximo sábado (26), o chamado Arraiá do Povo em Casa, evento para apresentação de grupos folclóricos do São João maranhense que será transmitido ao vivo pela TV Assembleia para amantes das brincadeiras juninas possam guarnicê em segurança em seus próprios lares, devido ao avanço do novo coronavírus.

A festança, que será realizada a partir de um cenário típico montado nas dependências da própria Casa, porém, não deveria acontecer no âmbito interno da Alema pelo menos até esta sexta-feira (25), conforme prazo estabelecido por resolução administrativa que mantém suspensas todas as atividades e serviços presenciais na Assembleia Legislativa, a fim de conter o avanço da pandemia, principalmente em São Luís, que enfrenta escalada de casos e colapso na ocupação de leitos Covid-19, e para resguardar a saúde dos servidores e dos parlamentares.

Ignorada para a realização do Arraiá do Povo em Casa, a norma tem sido usada há quase um mês para evitar o ampliação das investigações da CPI dos Combustíveis, que teve os trabalhos paralisados desde o final de maio, quando documentos de quebra de sigilo fiscal avançaram sobre postos controlados pelo agiota Josival Cavalcante da Silva, o Pacovan, e pertencentes ao senador Weverton Rocha (PDT) –que antes também eram operados por Pacovan.

Para liberar o ambiente interno da Assembleia Legislativa para a festa, a Mesa Diretora da Casa precisaria primeiro baixar nova resolução, com a permissão, o que também garantiria o retorno imediato da CPI dos Combustíveis.

Com quarta semana de paralisação, até Duarte Júnior silencia sobre CPI dos Combustíveis
Política

Última publicação do presidente sobre a comissão foi no dia 9. Trabalhos começaram a travar após quebras de sigilo de postos do agiota Pacovan e do senador Weverton Rocha

Entrando nesta segunda-feira (21) na quarta semana de suspensão total dos trabalhos, a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Combustíveis na Assembleia Legislativa do Maranhão caminha para terminar em pizza, ou seja, sem a garantia de resultados.

Com a paralisação, até mesmo o presidente e autor do requerimento de instauração da CPI, deputado Duarte Júnior (Republicanos), abandonou e tem evitado o debate público sobre suposta formação de cartel e aumento abusivo no preço dos combustíveis em postos do estado.

Nas redes sociais, a última publicação dele a respeito foi no dia 9 de junho, quando os trabalhos estavam travados há pouco mais de uma semana. Ele também tem ignorado solicitações do ATUAL7 a respeito da comissão, que, sem transparência sobre os poucos atos adotados, tem menos de um mês para apresentar relatório conclusivo sobre as investigações.

Conforme vem mostrando o ATUAL7, sob pretexto de contenção da pandemia do novo coronavírus, a CPI dos Combustíveis teve todo trabalho presencial e até remoto suspenso desde o fim do mês passado, após a cúpula do colegiado, sem saber o que estava votando, ter aprovado a tomada de depoimento de Rafaely de Jesus Souza, do Posto Joyce VII, em Paço do Lumiar.

Segundo inquéritos das polícias Civil e Federal referentes à agiotagem e desvio de recursos públicos, ela é laranja do agiota Josival Cavalcante da Silva, o Pavocan.

Em quebra de sigilo fiscal do Posto Joyce VII, a CPI apurou que, embora tenha realizado pouca compra de combustíveis, o estabelecimento efetuou diversas operações de venda durante todos os dias do período levantado, janeiro deste ano, apontando possível esquema de descaminho e lavagem de dinheiro.

Também foi quebrado sigilo fiscal da rede de postos do senador Weverton Rocha e do prefeito de Igarapé Grande e presidente da Famem (Federação dos Municípios do Estado do Maranhão), Erlânio Xavier, ambos do PDT. Localizados em São Luís e São José de Ribamar, os estabelecimentos comerciais pertenciam a Pacovan.

Em vitória para Pacovan, CPI dos Combustíveis na Alema segue suspensa
Política

Sob pretexto de contenção da pandemia, suspensão teve início após convocação de laranja do agiota. Paralisação entra na terceira semana

Em vitória para o agiota Josival Cavalcante da Silva, o Pavocan, a CPI dos Combustíveis na Assembleia Legislativa do Maranhão segue com as atividades suspensas e sem data para retorno, faltando cerca de um mês para o encerramento dos trabalhos.

A paralisação, que entra na terceira semana, obedece determinação de sexta-feira (11) da Mesa Diretora da Casa pela prorrogação da resolução administrativa que suspendeu a realização das sessões e atividades presenciais nas dependências do Palácio Manuel Beckman, sede do Poder Legislativo estadual, como medida de contenção à pandemia do novo coronavírus. Segundo dados epidemiológicos da SES (Secretaria de Estado da Saúde), o Maranhão vem enfrentando escalada de novos casos de Covid-19 e colapso na ocupação de leitos para pacientes com a doença na rede hospitalar pública e privada, principalmente em São Luís.

Apesar da alegação da cúpula da Assembleia Legislativa maranhense para paralisar os trabalhos presenciais no âmbito da Casa até o próximo dia 18, a maioria dos deputados estaduais segue realizando atividades externas, inclusive provocando aglomerações, ainda que com uso de máscaras. Sessões ordinárias também continuam sendo realizadas no período, remotamente.

Com a suspensão total das atividades para data indeterminada, a CPI segue sem tomar o depoimento de Rafaely de Jesus Souza Carvalho, proprietária no papel do Posto Joyce VII, localizado em Paço do Lumiar. Foi após a convocação dela no mês passado, na condição de testemunha, que os trabalhos foram suspensos.

Segundo investigações do Ministério Público estadual e Federal, e das polícias Civil e Federal, Rafaely Souza é laranja de Pavocan, proprietário oculto do empreendimento. Diversas apurações apontam o uso do Posto Joyce VII em lavagem de dinheiro, desvio de recursos públicos e agiotagem.

Documentos da CPI dos Combustíveis obtidos pelo ATUAL7 apontam que, embora tenha realizado pouca compra de combustíveis, o posto efetuou diversas operações de venda durante todos os dias do período levantado, janeiro deste ano.

Antes da suspensão dos trabalhos, em estranha reviravolta, os integrantes da CPI decidiram, por unanimidade, descartar o compartilhamento de informações e documentos com o Procon do Maranhão e a Defensoria Pública do Estado, que pretendiam o acesso conjunto aos dados para estudo e formulação de parecer técnico.

Instalada em 15 de março, a CPI dos Combustíveis na Assembleia Legislativa do Maranhão teve como foco inicial apurar supostas irregularidades na distribuição, comercialização e na qualidade dos combustíveis no estado. Segue barrada, porém, desde que tentou ampliar seu potencial de impacto ao centralizar os trabalhos de investigação em possível esquema de descaminho e lavagem de dinheiro.

O presidente é Duarte Júnior (Republicanos), e o relator, Roberto Costa (MDB).

Pandemia volta a adiar, para data indeterminada, depoimento de laranja de Pacovan à CPI dos Combustíveis
Política

Decisão segue resolução da Mesa Diretora da Alema, devido à escalada de casos e alta ocupação de leitos para pacientes com Covid-19 em São Luís

O agravamento da pandemia do novo coronavírus no Maranhão, principalmente em São Luís, levou a cúpula da CPI dos Combustíveis na Assembleia Legislativa a voltar a adiar, agora para data indeterminada, a tomada de depoimento de Rafaely de Jesus Souza Carvalho, proprietária no papel do Posto Joyce VII, localizado em Paço do Lumiar.

A decisão segue nova resolução da Mesa Diretora da Alema, que manteve a suspensão das atividades presenciais na Casa até o próximo dia 11.

Como a tendência é de que o registro de novos casos e ocupação de leitos para pacientes com Covid-19 na rede hospitalar pública e privada da capital permaneça em alta, após discussão entre os membros, a CPI decidiu que remarcará nova data para as oitivas somente após os trabalhos presenciais na Assembleia Legislativa serem restabelecidos.

É a terceira vez que o depoimento de Rafaely Souza, que deveria ser ouvida nesta segunda-feira (7), é adiado pela CPI dos Combustíveis.

Sem ter como avançar em outras frentes que necessitam de diligências presenciais, as reuniões do colegiado por videoconferência também estão suspensas, sem data para retorno.

Segundo investigações das polícias Civil e Federal, Rafaely Souza é laranja do agiota Josival Cavalcante da Silva, o Pavocan, que seria o proprietário oculto do empreendimento. Diversas apurações apontam o uso do Posto Joyce VII em lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos, em suposto esquema envolvendo agiotagem.

Documentos da CPI dos Combustíveis obtidos pelo ATUAL7 apontam que, embora tenha realizado pouca compra de combustíveis, o Posto Joyce VII efetuou diversas operações de venda durante todos os dias do período levantado, janeiro deste ano.

Presidida pelo deputado Duarte Júnior (Republicanos) e sob relatoria do deputado Roberto Costa (MDB), a CPI investiga supostas irregularidades na distribuição, comercialização e na qualidade dos combustíveis no Maranhão. O colegiado tem até meados do próximo mês para concluir os trabalhos.

 

CPI da Alema não pode interferir diretamente no preço dos combustíveis, diz especialista
Política

Mestre em economia diz que CPI não deve falar em tentar identificar cartel se ainda não há conclusão que confirme essa ‘anomalia de mercado’

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Combustíveis na Assembleia Legislativa do Maranhão, que investiga supostas irregularidades na distribuição, comercialização e na qualidade dos combustíveis no estado, não tem poder para reduzir o impacto do preço dos produtos no bolso do consumidor, diz o mestre em Economia Eden do Carmo Soares Júnior em entrevista ao ATUAL7.

Ele considera que, somente a partir de relatório circunstanciado do colegiado, com base nas investigações e na legislação consumerista, é que órgãos de fiscalização como o Ministério Público podem “ingressar com ações” na Justiçar que possam resultar na redução desses valores.

Eden Júnior acredita que eventual diminuição tributária ou na alíquota do ICMS nem sempre redundará num menor valor cobrado pelos combustíveis ao consumidor que paga pelos produtos direto na bomba dos postos, quando vai abastecer.

A CPI dos Combustíveis tem poder para diminuir o preço da gasolina, do gás de cozinha, e outros combustíveis?

Essa é uma questão mais jurídica, porém creio que, diretamente, a CPI não pode interferir no valor desses produtos, inclusive para reduzi-los. O que, provavelmente, pode acontecer é que a partir dos procedimentos de investigações próprios da CPI, como a inquirição de testemunhas e análise de documentos, o relatório da comissão pode ser enviado para órgãos de fiscalização competentes, como o Ministério Público. Então, o MP pode ingressar com ações, com base na legislação que protege o consumidor e objetiva promover a ampla concorrência, e essas medidas podem redundar na redução de valores. Mas, realmente, esse desdobramento é muito complexo. O que importa mais, no momento, é que a CPI desempenhe adequadamente seu papel de apurar supostos abusos nos preços dos combustíveis.

Qual é a solução para reduzir os preços? Reduzir as alíquotas ou tirar alguns impostos? E, quais seriam esses impostos?

Em tese, de acordo com a teoria econômica, o valor de qualquer produto varia conforme a oferta e a demanda, num tipo de mercado em que temos uma situação de “concorrência perfeita”, onde há muitos vendedores e muitos consumidores. Então, os compradores escolheriam comprar o produto naquele vendedor que tivesse o preço mais baixo. Porém, não é isso que ocorre no mercado de venda de combustíveis.

Nele temos muitos consumidores e poucos vendedores (postos). Assim, não é fácil se reduzir preços, somente pela regra da oferta e demanda nesse tipo de contexto. Então, em última instância, a solução, não necessariamente para reduzir o preço dos combustíveis, mas para que eles variem conforme a oferta e demanda, seria termos mais postos de combustíveis instalados e, assim, fatalmente, teríamos oscilação de preços conforme a oferta e a demanda.

Essa questão de impostos e suas alíquotas é importante para a formação dos preços em geral, porque quanto mais imposto, em tese, maior será o valor dos produtos. Mas se você tem um mercado com poucos vendedores, nem sempre uma diminuição no número de tributos ou no percentual das alíquotas desses redundará num menor valor para o consumidor final. Isso porque, os vendedores, sendo poucos, têm o poder de represar a redução dos preços conforme sua vontade. Agora, no “mundo ideal”, tributos como ICMS, PIS e Cofins, deveriam ter alíquotas módicas, para que o consumidor pudesse pagar menos pelos combustíveis.

Eventual redução na alíquota do ICMS produziria algum impacto no valor dos combustíveis no bolso do consumidor?

Como eu falei na questão anterior, uma redução da alíquota do ICMS, teoricamente, levaria a uma contração no valor dos combustíveis e isso seria benéfico para o consumidor. Agora, levanto questões como, se num mercado como o dos combustíveis, com poucos vendedores, essa redução de alíquotas seria repassada para o valor final dos combustíveis?; Ou, se o governo estadual poderia reduzir a alíquota, tendo em vista os compromissos orçamentários –como políticas públicas de saúde, educação e segurança, por exemplo– anteriormente assumidos?; ou mesmo, se o governo estadual não deveria fazer algum tipo de reforma administrativa, reduzindo o número de secretarias e de cargos comissionados, para, assim, poder abrir mão de receitas e diminuir a alíquota do ICMS sobre os combustíveis, objetivando a contração do valor dos mesmos?

É certo falar em reajustes abusivos? Isso pode estar acontecendo?

De pronto, não é certo falar em “reajustes abusivos”. Somente com instrumentos de investigação de instâncias como CPI, Ministério Público ou delegacias especializadas, é que se poderia chegar à conclusão de que ocorrem reajustes abusivos no mercado de combustíveis. Contudo, hipoteticamente, como dito, o mercado de combustíveis, em que não existem tantos vendedores, são estruturas que favorecem a ocorrência de reajustes abusivos. Mas não se pode imputar essa impropriedade a alguém, antes de uma investigação muito consistente que possa levar a essa constatação.

Qual poderia ser o principal fator econômico para estarmos vivendo essa situação, com o preço da gasolina quase a seis reais? Uma reforma tributária resolveria, e em que moldes?

Posso imaginar alguns fatores: um mercado com poucos vendedores, onde a concorrência não é a tônica ou é ‘fictícia’; elevada carga tributária incidente sobre os combustíveis, ou outros custos que recaem sobre os negócios de combustíveis e que dificultam a redução dos valores; poucas empresas exploradoras de petróleo, refinarias e distribuidoras, circunstâncias essas que fazem com que os próprios postos já tenham poucas opções de compra dos combustíveis e acarretam no encarecimento do produto para o consumidor final. Uma reforma tributária poderia ajudar, se resultasse na diminuição dos tributos que pesam sobre os combustíveis. Contudo, essa questão de reforma tributária não é fácil de fluir no Congresso Nacional, já que envolve interesses muito difusos, e temos aí mais um governo que não consegue impulsionar uma reforma, como estamos vendo agora.

A CPI fala em identificar, no decorrer de suas investigações, formação de cartel na Grande Ilha...

De antemão a CPI não deve falar em tentar identificar um cartel. E se ele não existir? No decorrer dos trabalhos, ela pode chegar até a essa conclusão, mas não deve ser um objetivo em si da comissão.

Economicamente, um cartel é caracterizado por um tipo de anomalia de mercado, em que existem poucas empresas operando num setor e essas podem combinar a quantidade de produtos que serão ofertadas ao consumidor e mesmo o preço das mercadorias. Dessa forma, as empresas que operam em cartel podem ter lucros extraordinários, em razão de poder impor o preço dos bens. Diferente das empresas que atuam num mercado em que existe uma concorrência verdadeira, no qual o consumidor pode optar entre muitos vendedores, por aquele que lhe ofereça o melhor preço.
Identificar, na prática, a existência de um cartel é um desafio gigante para qualquer órgão de investigação. O sucesso desse intento, se realmente existir um cartel, vai depender muito da qualidade da investigação empreendida e da robustez das provas que ela conseguir levantar. Mas essa não é tarefa das mais elementares, e dependerá muito dos depoimentos, documentos, inspeções e provas que a CPI conseguir obter.

De que forma o consumidor pode atuar para cooperar com o avanço da CPI, para que ela cumpra seus objetivos?

Creio que o consumidor poderá levar ao conhecimento da CPI, se existirem, indícios de abusos que observe em seu cotidiano. Como valores semelhantes de combustíveis praticados por postos numa mesma área da cidade ou num mesmo dia, por exemplo.

Escalada da pandemia adia depoimento de laranja de Pacovan à CPI dos Combustíveis
Política

Oitiva de Rafaely de Jesus Souza, do Posto Joyce VII, foi remarcada para o dia 7 de junho

A cúpula da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Combustíveis na Assembleia Legislativa do Maranhão decidiu adiar o depoimento de Rafaely de Jesus Souza, do Posto Joyce VII, para o dia 7 de junho.

Prevista inicialmente para a segunda-feira (31), a oitiva foi remarcada por conta da escalada da pandemia no Maranhão, principalmente em São Luís, onde a ocupação de leitos para pacientes com Covid-19 na rede hospitalar pública e privada está em colapso.

A decisão foi tomada com base em resolução administrativa da Mesa Diretora da Alema que suspendeu as atividades presenciais da Casa entre os dias 31 de maio e 4 de junho, próximas segunda e sexta-feira.

Proprietária no papel do Posto Joyce VII, localizado em Paço do Lumiar, Rafaely Souza é apontada em investigações das polícias Civil e Federal, referentes a agiotagem e desvio de recursos públicos, como laranja do agiota Josival Cavalcante da Silva, o Pavocan.

O pedido da oitiva foi apresentado pelo deputado Adelmo Soares, do PCdoB do governador Flávio Dino e um dos quadros do Palácio Leões na CPI dos Combustíveis.

Segundo documentos relacionados à quebra de sigilo fiscal em posse da CPI, embora tenha realizado pouca compra de combustíveis, o Posto Joyce VII efetuou diversas operações de venda durante todos os dias do período levantado, janeiro deste ano.

Ela já foi intimada, na condição de testemunha.

Isto quer dizer que, de acordo com precedentes do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e do STF (Supremo Tribunal Federal), tem o dever de comparecer à CPI para prestar esclarecimentos e contribuir com as investigações. Caso falte, pode ser conduzida coercitivamente. Também pode ser presa em flagrante caso não mantenha o compromisso de dizer a verdade aos parlamentares, conforme previsto na Constituição Federal e no Código de Processo Penal.

CPI dos Combustíveis amplia investigação e vai ouvir laranja de Pacovan
Política

Colegiado convocou Rafaely de Jesus Souza Carvalho, do Posto Joyce VII, na condição de testemunha. Pedido foi apresentado pelo deputado dinista Adelmo Soares

Instalada na Assembleia Legislativa inicialmente para apurar suposta formação de cartel e aumento abusivo no preço da gasolina no Maranhão, a CPI dos Combustíveis ampliou seu potencial de impacto e agora centraliza os trabalhos de investigação em possível esquema de descaminho e lavagem de dinheiro.

Um dos principais nomes suspeitos de integrar o suposto esquema é o empresário Josival Cavalcante da Silva, o Pavocan, estrela do crime de agiotagem há mais de uma década segundo investigações das polícias Civil e Federal, inclusive com uso de postos de gasolina no desvio de recursos públicos, mas em liberdade apesar de condenações e com forte atuação no mercado paralelo até hoje.

Na próxima segunda-feira (31), a CPI dos Combustíveis pretende ouvir Rafaely de Jesus Souza Carvalho, laranja de Pacovan no Posto Joyce VII, localizado em Paço do Lumiar. Documentos relacionados à quebra de sigilo fiscal em posse do colegiado mostram que, embora tenha realizado pouca compra de combustíveis, o empreendimento efetuou diversas operações de venda durante todos os dias do período levantado, janeiro deste ano.

A convocação, aprovada a pedido do deputado dinista Adelmo Soares (PCdoB), é na condição de testemunha, a mesma que será feita ao próprio Pacovan, posteriormente. Caso faltem, ambos podem ser conduzidos coercitivamente. Também podem ser presos em flagrante caso não mantenham o compromisso de dizer a verdade aos parlamentares, conforme previsto na Constituição Federal e o Código de Processo Penal.

De acordo com precedentes do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e do STF (Supremo Tribunal Federal), pessoas convocadas como testemunhas por CPI têm o dever de comparecer aos atos para os quais foram chamadas, para que prestem esclarecimentos e contribuam com as investigações. O direito ao não comparecimento está restrito aos investigados, apenas.

Por meio dos depoimentos, os deputados buscam confirmar informações que serão utilizadas no relatório circunstanciado previsto para ser entregue pelo deputado Roberto Costa (MDB), relator da CPI, em meados de julho, quando o prazo para a conclusão dos trabalhos se encerra.

O senador Weverton Rocha (PDT) e o presidente da Famem (Federação dos Municípios do Estado do Maranhão), Erlânio Xavier (PDT), que recentemente compraram dois postos controlados por Pacovan, também podem ser convocados pela CPI dos Combustíveis. Os postos adquiridos pelos pedetistas em transação empresarial –Joyce V, localizado no Angelim, em São Luís; e Joyce VI, em São José de Ribamar– também tiveram o sigilo fiscal quebrado pela CPI dos Combustíveis.

A denominação “Posto Joyce” faz alusão ao nome da filha do agiota Pacovan, Joyce Pereira Cavalcanti da Silva.

Em reviravolta, CPI dos Combustíveis descarta compartilhamento de dados com Procon e Defensoria
Política

Em março, comissão havia aprovado requerimento contrário, solicitando apoio desses órgãos nas investigações

Em uma reviravolta, os integrantes da CPI dos Combustíveis na Assembleia Legislativa do Maranhão decidiram nesta segunda-feira (24), por unanimidade, retirar de pauta requerimento conjunto feito pelo Procon e pela Defensoria Pública do Estado solicitando o repasse de informações e documentos da comissão para estudo e formulação de parecer técnico.

No início dos trabalhos da CPI, em março, o colegiado havia aprovado requerimento contrário, oficiando esses órgãos para que auxiliassem nas investigações. Contudo, houve mudança de posicionamento após questionamento na sessão de ontem feito pelo deputado Zé Inácio (PT), mesmo já havendo sido encerrada a votação sem manifestação dele, com aprovação, sobre o pedido de compartilhamento de dados com o Procon e a DPE.

Para o petista, qualquer informação só deve ser repassada a esses órgãos após apresentação do relatório final, pois o trabalho da CPI ainda não foi concluído.

“Não acho adequado que esses órgãos tenham acesso aos documentos que chegam nesta Comissão e venham tomar algum tipo de atitude com base nos documentos da CPI, a qual ainda está em andamento, com mais de um mês de trabalhos pela frente, para que possa ser concluída. Esse procedimento pra mim não é adequado”, ponderou, provocando a alteração de voto dos demais.

Já haviam votado pelo compartilhamento dos dados o presidente e o relator da CPI dos Combustíveis, respectivamente, Duarte Júnior (Republicanos) e Roberto Costa (MDB), e dos deputados Zito Rolim (PDT), Adelmo Soares (PCdoB) e Wellington do Curso (PSDB).

Com a mudança, o requerimento foi retirado de pauta, sem nova data para nova deliberação.

Os trabalhos da CPI dos Combustíveis foram iniciados em 15 de março, e têm prazo de 120 dias para serem concluídos.

CPI dos Combustíveis perde força após desprestígio de Marcellus Ribeiro e suposto abuso de Duarte Júnior
Política

Mesmo com o presidente da comissão afirmando que há provas de formação de cartel e outras irregularidades, nenhum relatório prévio foi apresentado pelo relator até o momento

Faltando menos de dois meses para a conclusão dos trabalhos, a CPI dos Combustíveis criada para investigar a suposta formação de cartel no preço da gasolina no Maranhão perdeu força e tende a terminar como começou: com o litro da gasolina caro no estado.

Na semana passada, na deflagração da fase de oitivas, o colegiado, formado em maioria esmagadora por parlamentares dinistas, foi desprestigiado pelo secretário estadual da Fazenda, Marcellus Ribeiro, que não compareceu à sessão extraordinária e mandou um representante da pasta, Felipe Caldeira, que confessou não ter conhecimento técnico sobre diversos questionamentos feitos pelo deputado Wellington do Curso (PSDB), suplente inserido de última hora e único oposicionista na comissão, sobre a relação entre o ICMS e o preço dos combustíveis cobrado na bomba.

Ao repudiar a ausência do titular da Sefaz, Wellington ainda teve de ouvir o presidente e o relator da CPI, respectivamente, Duarte Júnior (Republicanos) e Roberto Costa (MDB), defenderem o menosprezo de Ribeiro com a comissão, confirmando a parcialidade da cúpula da CPI. Segundo ambos, o secretário de Fazenda do Maranhão não era obrigado a comparecer, e poderia ser substituído por algum técnico, como ocorreu.

De baixo interesse público e interno, e sem transparência, a CPI dos Combustíveis também perdeu gás ao entrar em rota de colisão com a Seccional maranhense da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), após suposto abuso de autoridade cometido por Duarte Júnior.

Incitado pelo relator da comissão, Roberto Costa, Duarte mandou silenciar e ameaçou requerer a retirada do advogado Sidney Filho, que na qualidade de defensor do presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Maranhão, Leopoldo Santos, contestou a tomada de compromisso de seu cliente durante o depoimento à CPI. Na condição de convidado, o chefe do Sindcombustíveis não deveria ser submetido ao compromisso legal de dizer apenas a verdade na oitiva, sob pena de falso testemunho.

Costa, no caso, foi quem disse para Duarte Júnior que Sidney Filho não poderia ficar usando da palavra na CPI, mesmo que para defesa de seu cliente.

Em nota, a OAB do Maranhão repudiou a atitude do presidente da CPI dos Combustíveis. Advogado, Duarte Júnior pode ainda ser alvo de processo disciplinar na Seccional maranhense e de ação no Ministério Público por suposto abuso de autoridade.

Ao ATUAL7, ele negou que tenha agido de forma inadequada na condução da sessão extraordinária. “Na função de presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, tenho, entre outras atribuições, a de orientar, dirigir e garantir que os trabalhos sejam efetivamente realizados, conduzindo-os da melhor forma possível”, disse.

Ainda segundo Duarte Júnior, embora, como advogado, compreenda o papel do defensor do presidente do Sindcombustíveis, o alerta foi feito apenas para que a audiência parasse de ser interrompida “em momento inoportuno”.

“Cumpre informar que em nenhum momento o causídico teve seu direito de fala cassado ou tolhido, mantendo-se sempre o respeito pela figura do advogado e pela classe que representa”, completou.

Até o momento, mesmo com o presidente da CPI afirmando constantemente que há provas de formação de cartel, que 64% dos postos investigados –há poucas semanas eram aproximadamente 73%– aumentaram sem justificativa os preços cobrados aos consumidores e do colegiado ter descoberto com quebra de sigilo fiscal indícios de lavagem de dinheiro em um dos postos do agiota Pacovan, nenhum relatório prévio foi apresentado pelo relator da comissão, Roberto Costa.

Iniciada em 15 de março, a CPI dos Combustíveis tem 120 dias para concluir as investigações e fazer valer o direito do consumidor.