Apesar da bem-intencionada operação de acobertamento em torno da internação e quadro de saúde do governador Carlos Brandão (PSB), o Palácio dos Leões precisa dar tratamento adequado ao que realmente levou o chefe do Executivo maranhense a submeter-se a uma cirurgia dita como simples e, duas semanas depois, necessitar pedir afastamento do cargo para tratamento.
Todos têm direito à privacidade, mas a saúde do governador do Estado, que disputa uma reeleição difícil, é algo de interesse público.
No caso de Carlos Brandão, próximo de completar 64 anos e que, apegado ao poder, continuou no exercício do cargo direto do leito hospitalar, só agora disposto a passar temporariamente o bastão, exclusivamente por força da Constituição, com objetivo único de evitar ser legalmente apeado da cadeira de mandatário, a obrigação por transparência é ainda maior.
Até hoje, Brandão e o Palácio dos Leões jamais divulgaram oficialmente sequer que tipo de cirurgia foi realizada, nem para tratar exatamente o quê. Também nenhum boletim médico, praxe em situações desse tipo envolvendo autoridades e pessoas públicas, foi divulgado. Para se alcançar alguma informação, somente por meio de fontes, e ainda assim, reservadamente.
A falta de transparência também permeia qual hospital e em que estado do país o governador do Maranhão submeteu-se à cirurgia, e se permanece internado no mesmo local ou precisou ser transferido para outro.
Na única imagem pós-cirurgia, divulgada nas redes sociais pela esposa Larissa Brandão há pouco mais de uma semana, ele aparece debilitado, com cateter nasal para oxigênio.
Segundo fontes, Brandão estaria em São Paulo. O nome do hospital, porém, ninguém sabe informar –o que envolve ainda mais em mistério o real quadro de saúde de Brandão ou mesmo revela completo desinteresse do entorno e de integrantes do próprio Palácio dos Leões sobre o assunto, mesmo se tratando da saúde do chefe do Executivo do Estado.
Todas as informações que já deveriam ter sido divulgadas em transparência ativa foram solicitadas pelo ATUAL7 nessa segunda-feira (30) em email enviado às secretárias de Estado da Comunicação, de Governo e ao próprio Gabinete do governador, mas não houve retorno. Um pedido pela Lei de Acesso à Informação foi formalizado.
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