Francisco Carvalho
Vereadores reúnem assinaturas para criar CPI do Transporte Público de São Luís
Política

Instalação da comissão agora depende do presidente da Câmara, Osmar Filho

Os vereadores Francisco Carvalho (PSL) e Marquinhos Silva (DEM) reuniram assinaturas suficientes e protocolaram, cada, pedidos paralelos para instalação de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara Municipal de São Luís com objetivo de investigar suposto descumprimento nos contratos de concessão do transporte público entre a prefeitura da capital e empresas de ônibus vencedoras do certame.

O requerimento de Carvalho, primeiro a ser formalmente apresentado, ainda na segunda-feira (1º), via sistema eletrônico interno, conta com as 11 assinaturas necessárias para protocolar o pedido na Casa, e o de Silva tem uma assinatura a mais, mas foi apresentado apenas durante a sessão dessa quarta-feira (3).

Ainda assim, o presidente da sessão, Gutemberg Araújo (PSC), decidiu acolher ambos e encaminhar os documentos para a Procuradoria da Câmara, que deve analisar os termos dos requerimentos para, caso preenchido os requisitos legais, emitir parecer sobre a instalação de duas CPIs ou juntar os dois pedidos e formar apenas uma comissão especial de inquérito, possivelmente com fato determinante da apuração mais abrangente.

Após a emissão do parecer da Procuradoria, caberá ao presidente da Câmara de São Luís, Osmar Filho (PDT), decidir de instaura ou não a CPI. Pelo regimento interno do Parlamento municipal, o chefe da Casa é o responsável por indicar os vereadores que comporão a comissão. As indicações devem levar em conta a representação proporcional partidária, e o presidente do colegiado deve ser, obrigatoriamente, o autor da proposta.

O requerimento apresentado por Francisco Carvalho conta com o apoio quase integral de vereadores aliados do prefeito Eduardo Braide (Podemos) na Câmara. Já o do vereador Marquinhos Silva, de parlamentares da oposição.

A discussão sobre a instalação de uma CPI do Transporte Público de São Luís na Câmara de vereadores surgiu por pressão popular, principalmente nas redes sociais, em meio à paralisação dos rodoviários por quase duas semanas, em que 100% da frota dos ônibus foi mantida nas garagens, prejudicando os mais de 700 mil usuários de transporte coletivo da capital maranhense.

Embora a greve tenha sido encerrada, não houve transparência por parte da gestão municipal sobre a negociação para por fim ao movimento paredista, nem sobre a origem dos R$ 12 milhões que a prefeitura acertou pagar em subsídios às empresas de ônibus até o final deste ano. Deste modo, a CPI pretende também abrir e tornar públicas as planilhas que estabelecem os valores pagos pelo município e pelo usuário final para a manutenção do sistema.

O contrato assinado entre o SET (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís) e a empresa operadora do sistema de bilhetagem eletrônica da capital, a Dataprom, também será alvo da CPI.

Paralelo à discussão sobre a instalação da comissão especial de inquérito na Câmara, o TCE (Tribunal de Contas do Estado) do Maranhão também abriu fiscalização de acompanhamento, como é chamada internamento esse tipo de apuração, e pretende fazer uma varredura nos contratos do transporte público celebrados pela prefeitura.