O prefeito de Caxias, Leonardo Barroso Coutinho, vulgo Léo (PSB), é um sujeito que realmente incorpora bem o título de filhote de oligarquia. Eleito em 2012 como uma das representações do discurso da mudança fabricado pelo primo político e governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), assim que sentou na cadeira do Executivo municipal, Léo tratou logo de celebrar um contrato, o primeiro de sua administração, com a própria família.
O valor do repasse para os outros representantes da oligarquia Coutinho, uma das longevas do Maranhão: mais de 16.9 milhões de reais.
É o que mostra o contrato de n.º 001/2013, obtido com exclusividade pelo Atual7, assinado - sem passar pelo processo de licitação - entre a Prefeitura Municipal de Caxias, por meio da Secretaria Municipal de São Luís, e a empresa Casa de Saúde e Maternidade de Caxias Ltda, representada no contrato pela administradora legal, Ivanise Coutinho Araújo, tia do prefeito.
Além de Ivanise Coutinho, a maternidade privada tem ainda como sócios outros parentes de Léo Coutinho: os primos, George Barroso Coutinho e Georgia Andrea Barroso Coutinho; além da ex-deputada estadual ficha suja Cleide Barroso Coutinho, tia e esposa do presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, deputado Humberto Coutinho (PDT), chefe do clã.
Outro parente, que assina o contrato pela prefeitura, é Domingos Vinícius Araújo de Santos, titular da Saúde municipal e primo do coronel de Caxias. Uma verdadeira máfia!
Feito por Chamada Pública, o contrato teve duração de apenas 12 meses. Toda a verba utilizada para pagar de um lado e receber do outro lado do balcão saiu dos cofres públicos por meio do Fundo Municipal de Saúde (FMS).
Além do crime de improbidade administrativa caracterizado no negócio familiar com o dinheiro público de Caxias, o caso revela ainda que não foi por falta de dinheiro que o prefeito Léo Coutinho deixou de evitar a morte de quase 200 crianças, meses depois da oligarquia Coutinho embolsar o repasse milionário - verba que a Maternidade Carmosina Coutinho, a Maternidade da Morte, que é pública, nunca passou perto de receber.