João de Deus Souza Lima Júnior
Cobiça Fatal: Bomfim nega pedido de prisão de João de Deus, da Só Saúde Distribuidora
Cotidiano

PF pediu preventiva contra empresário após ele evadir-se com documentos, um computador e um notebook antes da deflagração da operação

O juiz federal substituto Luiz Régis Bomfim Filho, da 1ª Vara Federal, indeferiu pedido da Polícia Federal pela prisão preventiva do empresário João de Deus Souza Lima Júnior. Sócio-administrador da C. J. Comércio Saneantes, a Só Saúde Distribuidora, ele deveria ter sido preso preventivamente pela Operação Cobiça Fatal, deflagrada no início do mês passado, mas evadiu-se de sua residência antes da chegada dos agentes.

Em depoimento prestado à PF após conseguir no TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região a revogação do mandato que havia sido expedido contra ele, João de Deus disse que tomou conhecimento da operação por meio de postagens em blogs, que revelaram a expedição do mandado de prisão na véspera da ação policial.

Na decisão, Bomfim destaca que parecer do MPF (Ministério Público Federal) —que investiga a antecipação da operação em apuração específica— opinou pela desnecessidade da prisão do empresário, mesmo após ele confessar a fuga e que retirou de sua residência documentos, um computador e um notebook, sob a alegação de “necessidade de ser melhor orientado por seus advogados”.

O MPF diz que houve a apreensão de outro computador, de um aparelho celular e de um pen drive na residência do empresário, tendo com isso sido cumprido o mandado de busca e apreensão expedido pelo magistrado.

“Pelo exposto, INDEFIRO o pleito de prisão preventiva de JOÃO DE DEUS SOUZA LIMA JUNIOR, sem prejuízo de reavaliação de incidência dos motivos autorizadores”, escreveu Régis Bomfim.

O MPF analisa pedir o depoimento de um amigo de João de Deus, identificado como Ademar Souza Cândido. Ele teria ajudado o empresário a evadir-se com os documentos, um computador e um notebook.

Com o apoio da CGU (Controladoria Geral da União), a Operação Cobiça Fatal foi deflagrada em São Luís e em São José do Ribamar, com a finalidade de desarticular associação criminosa voltada à fraude em licitações e possíveis desvios de recursos públicos federais da Semus (Secretaria Municipal de Saúde), sob a gestão de Lula Fylho, que seriam usados no enfrentamento do novo coronavírus na capital.