UEB Barjonas Lobão
Bonde dos 40 se oferece para fazer a “segurança” de escola municipal de São Luís
Maranhão

Creche-escola fica no bairro do Jardim América. Secretário Geraldo Castro mandou fechar a unidade. Polícia apura o caso

A falta de vigilantes na rede pública de ensino de São Luís, de responsabilidade do comunista Geraldo Castro Sobrinho, titular da Secretaria Municipal de Educação (Semed) – em destaque na foto acima, provocou uma ação inusitada de uma das facções criminosas que controla parte do Complexo Penitenciário de Pedrinhas e do tráfico de drogas em dezenas de bairros da capital.

De acordo com relatos feitos ao Atual7 por pais e professores de alunos da creche-escola anexo da Unidade de Educação Básica (UEB) Barjonas Lobão, localizada no bairro Jardim América, integrantes do Bonde dos 40 fizeram uma visita – isto mesmo, uma visita – à unidade na segunda-feira 25, após tomarem conhecimento de que, um dia antes, dissidentes da facção rival Primeiro Comando do Maranhão (PCM) teriam arrombado e roubado objetos da escola, e se ofereceram para fazer a "segurança particular" da creche-escola.

Escalado como interlocutor do Bonde, um dos integrantes chegou ao local armado – poucos minutos após a polícia deixar o local – e pediu, educadamente, para falar com a direção da creche escola, e explicou que estava na unidade para acertar um valor mensal para vigiá-la, pelo período integral de 24 horas.

Afirmando que sabia de todos os passos da creche-escola, o integrante da facção criminosa ainda alertou que não adiantaria chamar a polícia, e exigiu um adiantamento pelo serviço, obrigando as professoras presentes e direção da escola a juntarem o que tinham nas bolsas e entregar tudo para ele, que prometeu ainda voltar ao local.

"Não adianta chamar ninguém, que a gente tá mais armado do que a polícia", alertou.

Assustadas, algumas professoras chegaram a ir até o prédio-sede da Semed, e relataram o ocorrido ao secretário Geraldo Castro, que apenas disse que nada poderia fazer, nem mesmo encaminhar um segurança particular para a unidade, pois o processo de pagamento das terceirizadas, que está em atraso de até seis meses, estaria "preso na Fazenda", e mandou fechar a creche-escola, deixando quase 400 crianças sem aula.

Procurado insistentemente pelo Atual7, o secretário Geraldo Castro não deu qualquer esclarecimento sobre o caso, confirmado pelo Tenente-Coronel Aritanã Lisboa do Rosário, comandante do 6º BPM, e responsável pelo Comando de Policiamento de Área Metropolitano II (CPAM 2), que cobre a área do Jardim América e bairros adjacentes.

De acordo com o TC Aritanã, uma equipe de inteligência está "acompanhando e fazendo o levantamento do caso para encontrar uma solução mais rápida possível".