Bonde dos 40
PF deflagra Operação Bigorna e prende membro do Bonde dos 40
Cotidiano

Investigado teria participado de assalto a uma agência dos Correios no Maranhão, em agosto do ano passado

A Polícia Federal (PF) realizou, na manhã desta sexta-feira 7, a Operação Bigorna, com o cumprimento de um mandado de prisão preventiva de um membro da facção criminosa Bonde dos 40.

A decisão foi exarada pela Justiça Federal de Bacabal, e cumprida por um efetivo de seis policiais federais. O investigado já se encontra custodiado na Penitenciária de Pedrinhas.

Segundo a PF, o alvo da operação teria participado de um assalto a uma agência dos Correios no Maranhão, ocorrido em agosto do ano passado, em conjunto com outro membro da facção e também o gerente da agência.

A operação é um desdobramento das operações Hermes e O Gado II, deflagradas simultaneamente em dezembro de 2018. Os investigadores chegaram ao assaltante do Bonde dos 40 após dados colhidos por meio da apreensão de aparelhos telefônicos durante essas duas operações.

A PF diz que o nome da nova operação se deve ao apelido utilizado pelo investigado.

PF deflagra Hermes e O Gado II no Maranhão e mira no Bonde dos 40
Maranhão

Criminosos simulavam assaltos às agências dos Correios, com auxílio de funcionários, para subtrair valores do Banco Postal. Integrantes da Orcrim teriam ligação com a facção. Quase R$ 1 milhão foram subtraídos

A Polícia Federal (PF), com apoio da Superintendência dos Correios no Maranhão, deflagrou, na manhã desta quinta-feira 13, a Operação Hermes e O Gado II, com a finalidade de reprimir, dentre outros, crimes de subtração de valores do Banco Postal cometidos por funcionários dos Correios no estado. Dentre as unidades investigadas estão as das cidades de Pio XII, São Luís Gonzaga, Matões do Norte, Urbano Santos, São Benedito do Rio Preto, Monção e Miranda do Norte.

Segundo a PF, foi identificado, notadamente no município de Pio XII, o envolvimento de pessoas ligadas à facção Bonde dos 40. Os desfalques à agência dos Correios da cidade foram utilizados como forma de capitalizar a organização criminosa (Orcrim).

A operação foi realizada na capital e nas cidades de Itapecuru, Imperatriz, Bacabal, Santa Inês e Santa Luzia, além de Redenção, no Pará. Foram cumprido quatro mandados de prisão preventiva, um mandado de prisão temporária e 11 mandados de busca e apreensão, além do afastamento de oito empregados públicos federais do Correios, em conjunto com outras medidas cautelares diversa de prisão. As ordens judiciais emanaram tanto da Justiça Federal de Bacabal quanto de São Luís.

A Hermes e Gado II diz que quase um milhão de reais foram subtraídos, mas o valor pode aumentar até o final das investigações. Há ainda um foragida sendo procurado pela PF. Participaram do desencadeamento mais de 60 policiais federais; duas equipes do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Maranhão, com a utilização de cães farejadores para a busca de drogas, que acabaram sendo encontradas em poder dos criminosos, além de R$ 6 mil apreendidos na residência de um deles. O trabalho ainda contou com o apoio da logística do Fórum da Justiça Estadual em Santa Inês.

As investigações apontam que o modus operandi estabelecido pelos criminosos se dava da seguinte forma: o gerente da agência dos Correios tem acesso tanto ao cofre do Banco Postal quanto ao sistema dos Correios interligado ao Banco do Brasil. Aproveitando-se desse poder de gerência, ele subtrai ou facilita a subtração de numerário do cofre do Banco Postal, deixando em caixa apenas quantidade suficiente para manutenção das atividades regulares da agência, informando, artificialmente, no sistema bancário que o cofre está cheio, como se o dinheiro subtraído ainda ali estivesse.

Como a subtração de dinheiro do cofre não é registrada no sistema do Banco Postal, torna-se necessária a criação de uma justificativa para a sua falta. Para isso, a Orcrim simula assaltos - alguns foram filmados pelas câmeras de circuito fechado de  televisão (CFTV) das agências - o que permite afirmar que o dinheiro foi todo levado naquele crime, ou seja, além de subtrair o dinheiro que restava no caixa, com o falso assalto a Orcrim abona o valor que fora antes subtraído, vez que, contabilmente, para os Correios e para os órgãos responsáveis pela apuração, todo o dinheiro que deveria estar no cofre - inclusive os valores oriundos de depósitos fictícios - acaba contabilizado como roubado.

Para aumentar o proveito da atividade criminosa, foram simulados depósitos no Banco Postal, cujos valores logo depois eram sacados e divididos entre os membros da Orcrim ligada ao Bonde dos 40, muitos dos quais são ligados tráfico de entorpecentes. Assim, entraram em cena os laranjas possuidores de contas no Banco do Brasil, que repassavam aqueles depósitos à organização criminosa, dando uma aparência legal ao dinheiro que alimentava o tráfico de drogas.

Ainda segundo as investigação, os criminosos praticavam, também, a subtração de aparelhos celulares de valor elevado, os quais eram distribuídos aos membros da Orcrim. Estes aparelhos, aponta a PF, acabavam sendo utilizados para a realização de tráfico de entorpecentes.

A Operação foi denominada Hermes e O Gado II em alusão ao conto mitológico de mesmo nome, que traz como tema a utilização de subterfúgios com a finalidade de encobrir os crimes cometidos pelo mensageiro de Zeus.

Outra vertente utilizada pelos criminosos foi a ativação de cartões de bolsa família e de benefícios previdenciários. O gerente possuía acesso aos sistemas corporativos, habilitava os cartões de benefício, até para pessoas mortas, o que possibilitava a obtenção de empréstimos bancários com os documentos ‘esquentados’.

“Fruto da situação social dos bairros mais pobres”, diz Flávio Dino sobre ataques
Política

Declaração foi feita nesta terça-feira 25, durante reunião no Palácio dos Leões para avaliação das ações de segurança

O governador Flávio Dino (PCdoB) atribuiu a problemas sociais nos bairros mais pobres da Região Metropolitana de São Luís a causa para os incêndios a ônibus ocorridos nos últimos cinco dias. Para o comunista, o combate à facção criminosa Bonde dos 40, autora dos ataques, vai muito além da repressão das forças policiais.

“São pequenos grupos inorgânicos, muitas vezes quase células autônomas, que tem como marca o recrutamento muito agudo de jovens, fruto da situação social dos bairros mais pobres. A negação total de direitos, de oportunidades, de cultura, esporte, trabalho, educação, gera uma massa, quase um exército industrial de reserva, para essas quadrilhas”, analisou o governador.

A declaração foi feita durante reunião no Palácio dos Leões, nesta terça-feira 24, para avaliação das ações de combate aos incêndios criminosos aos coletivos e definição de novas estratégias das forças de segurança do Estado.

De acordo com o governador do Maranhão, a situação é complexa e tem raízes profundas em razão das múltiplas injustiças de uma sociedade profundamente desigual do ponto de vista social, que, segundo ele, é a causa principal de todas as violências.

Flávio Dino destacou que acompanhamento diário e a atenção total das forças de segurança do Estado têm surtido efeito, e a união entre os Sindicatos das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET), dos Rodoviários do Maranhão (Sttrema), e órgãos do Governo como a Agência de Mobilidade Urbana (MOB) e o Procon, estão sendo essenciais no combate as ações criminosas.

Ele enfatizou também a chegada do efetivo da Força Nacional para auxiliar nas ações. “Hoje eles vão chegar e serão progressivamente engajados sob o comando do nosso sistema de segurança, somando as medidas relativas à prevenção, com a participação dos sindicatos, tanto de empresários como dos rodoviários, a atuação do nosso sistema de segurança, as medidas adotadas na penitenciária e pelo poder judiciário, creio que a gente vai conseguir debelar essa situação”, realçou.

Ordem de ‘Sadrak’ de dentro de Pedrinhas para iniciar ataques aponta para falha da Sejap
Política

SSP-MA negocia com líder da facção a retirada do ‘salve’. Ele é o mesmo que gravou um rap para Roseana, dentro de Pedrinhas, em 2014

Partiu do presidiário Eliakim Dávila Machado, preso do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, a ordem para que criminosos iniciassem a serie de incêndios aos ônibus na região metropolitana de São Luís, na noite de quinta-feira 19. ‘Sadrak’, como é mais conhecido, é líder da facção criminosa Bonde dos 40, e utilizou um aparelho celular para enviar uma gravação com o que os criminosos chamam de ‘salve’, que é a ordem para iniciar os ataques. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Maranhão, inclusive, já negocia com ‘Sadrak’ para que ele faça uma nova gravação, retirando o ‘salve’.

“Boa noite meus irmão da família 40! Tá dado aí um salve geral aí pra tá agarrando os ônibus, de preferencia no ponto final, pois não tem ninguém dentro, tá tocando fogo nos ônibus. Mas é pra pegar fogo todinho mesmo os ônibus. Forma de protesto contra a opressão que estamos sofrendo no sistema penitenciário”, convoca.

Num dos trechos do áudio, o líder da facção chega a dizer que no bairro do Maiobão, em Paço do Lumiar, um ônibus já teria sido alvo dos bandidos, e que na BR o ataque ainda iria acontecer – o que aponta para uma falha grave da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Sejap), já que o detento não só ordenou a ação de dentro de Pedrinhas, como ainda a coordenou, com um aparelho celular.

“Maiobão já está pegando fogo. Aqui na BR já vai tá pegando fogo. E vamos tá aí representando aí, meus irmãos. Quem puder tá fortalecendo aí, chegando nas quebradas, passando a visão. Essa que é a hora. Essa que é a hora. Toque de reconhecer tá dado”, ordena.

A gravação enviada por ‘Sadrak’ era parte do plano montado pela facção criminosa de dentro de Pedrinhas, e com o pleno conhecimento das Inteligências da Sejap e da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP) do Maranhão, pelo menos três dias antes do início dos ataques.

Ontem 21, o Atual7 revelou, com exclusividade, que os criminosos havia enviado uma carta aos outros integrantes da facção detalhando como seria executado os incêndios e outras ações, dentre elas a de dar ‘toque de recolher’ em shoppings e lojas, como já iniciado no bairro do Coroadinho. Essa carta vem sendo compartilhada desde o início da semana em grupos de WhatsApp, e chegou inclusive ao conhecimento da Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Participação Popular (SIDHPOP), por conter trechos em que os presos afirmam estar sofrendo ‘opressão’ no sistema penitenciário por parte dos agentes de segurança.

“Papo reto”

VÍDEO DO DIA
Bonde dos 40 grava vídeo diretamente da cadeia e manda recado para Roseana Sarney.

Publicado por Atual7 em Sexta, 25 de julho de 2014

Não é a primeira que ‘Sadrak’ utiliza aparelho celular para enviar gravações para fora do Complexo Penitenciário de Pedrinhas.

Em junho de 2014, quando o comando do Estado ainda estava sob responsabilidade da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), ele viralizou num vídeo em que aparece dentro da penitenciária mandando um “papo reto” para Roseana. O “recado” - até comemorado na época por pessoas que estavam na oposição e hoje estão no governo -, foi dado em forma de rap.

Passados dois anos do vídeo de ‘Sadrak’ para Roseana, com a descoberta de que ele ainda usa celular livremente dentro das celas de Pedrinhas, e agora até comanda e dá orientações sobre ataques a ônibus, o governo Flávio Dino precisa, além de montar força tarefa nas ruas da grande São Luís para conter a ação dos criminosos, apurar quem permitiu a permanência do aparelho dentro de Pedrinhas.

Afinal, a ordem e coordenação dos ataques partem de dentro do presídio.

Inteligência sabia que Bonde dos 40 atacaria os ônibus
Maranhão

Carta de integrante da facção detalha plano dos ataques. Criminosos pretendiam ainda dar toque de recolher em shoppings e lojas

O Atual7 teve acesso, com exclusividade, a uma carta de um detento do Complexo Penitenciário de Pedrinhas que detalha o plano exato dos ataques aos ônibus promovidos pela facção criminosa Bonde dos 40, nessa quinta-feira 19 e sexta-feira 20, além de novas tentativas neste sábado 21. O documento está sendo compartilhado em grupos de WhatsApp de agentes penitenciários desde o início da semana, o que aponta para o fato de que a Inteligência das forças de segurança pública do Maranhão sabia do plano e poderia ter evitado os ataques da facção.

O documento é uma especie de passo a passo de como deveriam ser os ataques, em represália aos supostos maus-tratos que os detentos estariam sofrendo. A carta é assinada por um membro do Bonde dos 40 identificado como 'Mano Silas', e detalha sobre um total de três planos a serem executados do lado de fora de Pedrinhas.

Um desses planos diz respeito aos incêndios aos ônibus, já executado, e outro a um toque de recolher que seria dado em shoppings, lojas e outros estabelecimentos comerciais, que não chegou a acontecer. De acordo com o documento, esse segundo plano tinha como mote paralisar a cidade e atingir o Estado, como forma de obrigar o governo estadual a atender as reivindicações dos presos no que diz respeito a melhorias do sistema prisional. O terceiro plano, diz o documento, seria a divulgação nos meios de comunicação de uma especie de 'relatório prisional' de Pedrinhas na visão dos próprios presidiários.

Incêndios e toque de recolher

Ônibus incendiado por membros da facção criminosa na quinta-feira 19
Reprodução Noite de terror Ônibus incendiado por membros da facção criminosa na quinta-feira 19

Sobre os incêndios aos ônibus, o autor da carta alerta que - como realmente aconteceu em todos os ataques - somente os ônibus em paradas de ponto final da linha deveriam ser incendiados, como forma de não comprometer a vida dos usuários de transporte coletivo. "Queimaremos um único ônibus só em ponto estratégico, mas precisamente em um ponto final (...), para não acontecer de botar a vida de nenhum morador em risco", alerta.

Em relação ao toque de recolher em shoppings e lojas, é explicado que seriam divulgadas mensagens aos proprietários dos estabelecimentos comercial, ordenando que estes só funcionassem em dias determinados pela facção. "Já os donos de lojas e sócios de shoppings, divulgaremos também as mensagens para que ninguém abra nada durante os dias em que decretarmos", explica.

'Mano Silas' pede ainda aos membros do Bonde dos 40 que se disponibilizem a montar equipes para tarefa específica de incendiar os ônibus. Os integrantes do Bonde que estão em Pedrinhas deveriam ser avisados assim que essas equipes já estivessem montadas. "Esperamos o mais urgente essa resposta de vocês", diz.

O documento, contudo, não detalha o dia exato em que os ataques seriam iniciados, mas pede para os membros da facção que se encontra de fora de Pedrinhas estejam em sintonia com os de dentro.

O Atual7 entrou em contato com a Secretaria de Estado da Comunicação e Articulação Política (Secap), para saber o motivo da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Maranhão não ter preparado as forças policiais para evitar os ataques criminosos mesmo tendo conhecimento antecipado do que aconteceria. Até a publicação desta matéria, porém, não houve resposta.

Confira abaixo a íntegra da carta:

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Maranhão

Ataques aconteceram no Vassoural e Nova Terra, em São José de Ribamar, e na Vila Maranhão, em São Luís

Mesmo com a polícia nas ruas, criminosos voltaram a incendiar mais três ônibus na Região Metropolitana de São Luís, agora no início da noite desta sexta-feira 20.

Os ataques aconteceram no Vassoural e no Residencial Nova Terra, em São José de Ribamar; e na Vila Maranhão, na capital. Ainda não há detalhes sobre como os ataques ocorreram e nem se os veículos ficaram totalmente destruídos pelo fogo.

Não há registro de feridos.

Em razão da nova audácia dos criminosos, de continuarem com os ataques mesmo após o reforço das autoridades policiais nas ruas, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Maranhão (Sttrema), Isaías Castelo Branco, confirmou que a frota de ônibus de São Luis será recolhida para garagens.

“A gente tentou conversar com a Secretaria de Segurança Pública. Não dá para deixar que os companheiros corram perigo. Vamos recolher todos os ônibus”, disse o presidente do Sttrema.

É o décimo ataque aos coletivos em menos de 24 horas. Houve ainda outras duas tentativas na manhã de hoje e outras quatro na noite de ontem. A facção criminosa Bonde dos 40 tem assumido a autoria dos ataques.

Mais cedo, o governador Flávio Dino (PCdoB) se pronunciou sobre os episódios ocorridos na noite de ontem e hoje pela manhã. Segundo o governador, todo o sistema de segurança pública do Maranhão está totalmente mobilizado para garantir a paz e evitar qualquer tipo de ocorrência - como as de agora a noite. O comunista havia dado a garantia de que a população poderia ficar tranquila.

“A cidade está em absoluta normalidade. Nós estamos prontos a continuar aquilo que temos feito. Muito recentemente tivemos o fato histórico de um ano sem registrar homicídios no sistema penitenciário. Mostra exatamente que nós estamos recuperando a autoridade do Estado que estava degradada”, disse Flávio Dino.

Mais informações em instantes.

Bonde dos 40 volta a incendiar ônibus na Região Metropolitana de São Luís
Maranhão

Ataques aconteceram na Vila Roseana Sarney, no município de Paço do Lumiar, e nos bairros da Cidade Operária e Liberdade, na capital

Quatro ônibus foram incendiados na noite desta quinta-feira 19, na Região Metropolitana de São Luís. Os ataques ocorreram na Vila Roseana Sarney, no município de Paço do Lumiar, nos bairros da Cidade Operária e Liberdade, na capital, e outro em Raposa. Houve ainda outras duas tentativas de incêndio aos coletivos, nos bairros Residencial Cidade Verde, no Paço do Lumiar, Vila Isabel Cafeteira, em São Luís.

Não há registro de feridos.

Segundo áudios compartilhados em grupos de WhatsApp logo após os ataques, o atentado foi promovido pela facção criminosa Bonde dos 40, em represália a supostos maus-tratos que integrantes da facção estariam sofrendo dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas.

Testemunhas relatam que os criminosos estavam encapuzados e conduzindo motos e um veículo ainda não-identificado.

Devido aos ataques, as empresas de ônibus decidiram recolher os coletivos, até as 22 horas.

Ataques e morte

Esta é a segunda vez que a facção criminosa promove esse tipo de ataque.

Em janeiro de 2014, um ataque a ônibus acabou resultando na morte da menor Ana Clara Santos Sousa, de apenas 6 anos. Ela sofreu queimaduras graves após o ônibus em que viajava ter sido incendiada no bairro do João Paulo, em São Luís.

PCM se divide e ameaça iniciar matança em Pedrinhas por controle do CDP
Maranhão

Dissidentes da facção criminosa criaram o CCO, Comando da Cidade Olímpica, que disputa ainda o controle pelo tráfico de drogas na maior ocupação urbana da América Latina

Inspirada e, posteriormente, ramificada ao Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo, a facção criminosa Primeiro Comando do Maranhão (PCM), que controla todo o Centro de Detenção Provisória (CDP) do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, maior presídio maranhense e um dos mais violentos do país, ameaça iniciar rebelião e matança na unidade, caso o diretor do CDP, Rubens Ferreira Alves, não aceite pedido feito pelos criminosos no final do ano passado.

De acordo com relato de monitores ao Atual7, o pedido consiste na transferência imediata de presos dissentes do PCM, que formaram uma nova facção criminosa dentro de Pedrinhas, criada oficialmente no dia 31 de dezembro de 2015, o CCO, Comando da Cidade Olímpica, que disputa agora com os ex-comparsas o controle pelo tráfico de drogas em bairro carente homônimo em São Luís, a Cidade Olímpica, considerada a maior ocupação urbana da América Latina.

Como os membros da CCO estão recolhidos no Pavilhão Gama do CDP desde o dia do desmembramento, embora ocupem e controlem os outros três pavilhões: Delta, Alfa e Beta, os membros do PCM não aceitam a presença dos dissidentes na mesma unidade, que se tornaram agora facção rival, e por isso prometem "quebrar a cadeia" – termo utilizado pelos presidiários e policiais para se referir a ocorrência de rebelião e mortes dentro das unidades prisionais.

O alerta foi feito por um dos líderes do PCM ao próprio "Rubão", como é chamado o diretor da unidade prisional pelos detentos, e ainda ao chefe de disciplina, Valter Serra. Ambos, inclusive, já teriam presenciado ameaças mútuas feitas por membros das duas facções durante o banho de sol.

Por conta desse acirramento entre o PCM e o CCO, inclusive, desde o início de 2016, homens do Grupo de Escolta e Operações Penitenciárias (GEOP) são deslocados diariamente para o Centro de Detenção Provisória de Pedrinhas para fazer a guarda da unidade durante a noite e a madrugada, e, algumas vezes, no decorrer da semana, durante a manhã e tarde.

CCO

Segundo o advogado Antônio Luis Pedrosa, ex-presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Seccional maranhense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a nova facção criminosa do Maranhão teria nascido após a exclusão de uma liderança do PCM, que seria "muito centralizado" e que "julga seus associados" num "tribunal do crime". Desligada da facção, essa liderança teria sido acompanhada por seus seguidores.

"É uma dissidência do PCM. O PCM é muito centralizado, ele julga seus associados. Uma liderança foi excluída e seus seguidores foram juntos. Eles [o PCM] têm o tribunal do crime, que julga os indisciplinados", revelou Pedrosa.

"Segurança particular"

Foram parte desses seguidores dessa liderança excluída do PCM, inclusive, que teriam arrombado e roubado objetos da creche-escola anexo da Unidade de Educação Básica (UEB) Barjonas Lobão, localizada no bairro Jardim América, no domingo 22.

Como além do PCM – e agora do CCO – o controle pelo tráfico de drogas na localidade é disputado ainda por uma outra facção, a Bonde dos 40, membros dessa facção rival chegaram a realizar uma visita à direção da unidade, na segunda-feira 23, para acertar um valor mensal em troca de "segurança particular". Responsável pelo rede municipal pública de ensino, o secretário Geraldo Castro Sobrinho declarou à direção da creche-escola que nada poderia fazer, e mandou fechar a unidade, deixando quase 400 crianças sem aula.

Embora Geraldo Castro tenha ficado calado ao ser questionado pela reportagem sobre o ocorrido, o arrombamento pelos dissidentes do PCM e a oferta de "vigilância 24 horas" por membros do Bonde dos 40 foi confirmado ao Atual7 pelo Tenente-Coronel Aritanã Lisboa do Rosário, comandante do 6º BPM, e responsável pelo Comando de Policiamento de Área Metropolitano II (CPAM 2), que cobre a área da Cidade Olímpica, Jardim América e bairros adjacentes. Ele afirmou que uma equipe de inteligência está "acompanhando e fazendo o levantamento do caso para encontrar uma solução mais rápida possível".

Bonde dos 40 se oferece para fazer a “segurança” de escola municipal de São Luís
Maranhão

Creche-escola fica no bairro do Jardim América. Secretário Geraldo Castro mandou fechar a unidade. Polícia apura o caso

A falta de vigilantes na rede pública de ensino de São Luís, de responsabilidade do comunista Geraldo Castro Sobrinho, titular da Secretaria Municipal de Educação (Semed) – em destaque na foto acima, provocou uma ação inusitada de uma das facções criminosas que controla parte do Complexo Penitenciário de Pedrinhas e do tráfico de drogas em dezenas de bairros da capital.

De acordo com relatos feitos ao Atual7 por pais e professores de alunos da creche-escola anexo da Unidade de Educação Básica (UEB) Barjonas Lobão, localizada no bairro Jardim América, integrantes do Bonde dos 40 fizeram uma visita – isto mesmo, uma visita – à unidade na segunda-feira 25, após tomarem conhecimento de que, um dia antes, dissidentes da facção rival Primeiro Comando do Maranhão (PCM) teriam arrombado e roubado objetos da escola, e se ofereceram para fazer a "segurança particular" da creche-escola.

Escalado como interlocutor do Bonde, um dos integrantes chegou ao local armado – poucos minutos após a polícia deixar o local – e pediu, educadamente, para falar com a direção da creche escola, e explicou que estava na unidade para acertar um valor mensal para vigiá-la, pelo período integral de 24 horas.

Afirmando que sabia de todos os passos da creche-escola, o integrante da facção criminosa ainda alertou que não adiantaria chamar a polícia, e exigiu um adiantamento pelo serviço, obrigando as professoras presentes e direção da escola a juntarem o que tinham nas bolsas e entregar tudo para ele, que prometeu ainda voltar ao local.

"Não adianta chamar ninguém, que a gente tá mais armado do que a polícia", alertou.

Assustadas, algumas professoras chegaram a ir até o prédio-sede da Semed, e relataram o ocorrido ao secretário Geraldo Castro, que apenas disse que nada poderia fazer, nem mesmo encaminhar um segurança particular para a unidade, pois o processo de pagamento das terceirizadas, que está em atraso de até seis meses, estaria "preso na Fazenda", e mandou fechar a creche-escola, deixando quase 400 crianças sem aula.

Procurado insistentemente pelo Atual7, o secretário Geraldo Castro não deu qualquer esclarecimento sobre o caso, confirmado pelo Tenente-Coronel Aritanã Lisboa do Rosário, comandante do 6º BPM, e responsável pelo Comando de Policiamento de Área Metropolitano II (CPAM 2), que cobre a área do Jardim América e bairros adjacentes.

De acordo com o TC Aritanã, uma equipe de inteligência está "acompanhando e fazendo o levantamento do caso para encontrar uma solução mais rápida possível".

Menor do Bonde dos 40 afronta a polícia e invade escola próxima à Seic
Maranhão

Conhecido como Vitinho, menor é traficante da região da Vila Sapo, localizada na Areinha.

Um menor conhecido como Vitinho, de 15 anos, afrontou a polícia do Maranhão ao invadir, na manhã dessa quinta-feira 12, a Unidade Escolar Dr. Antônio Jorge Dino, localizada no Bairro de Fátima, em frente à Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic).

Morador da Vila Sapo, na Areinha, o menor portava uma arma de fogo e estava acompanhado de mais dois comparsas durante a ação criminosa. Segundo testemunhas, ele teria tocado o terror na unidade estadual pública de ensino e fugido pelos fundos após a chegada da polícia ao local, mas prometido voltar.

Um vídeo, com parte do assalto, teria sido entregue à polícia.

Recentemente, na Rua do Peixe, também no Bairro de Fátima, durante troca tiros com facções rivais por disputa do tráfico de entorpecentes, Vitinho, que é traficante na região, acabou assassinando a adolescente Ana Paula de Sousa Soares, de 14 anos. Na confusão, outras três pessoas ficaram feridas a tiros. Uma semana antes, o menor teria assassinado Joedysson Reis Goulart, de 15 anos, a tiros, na mesma rua. Ele chegou a ser apreendido por homens da Polícia Militar, mas não chegou a passar um mês longe das ruas.

A briga entre traficantes da Rua do Peixe e da Vila Sapo é antiga e envolve as facções criminosas Primeiro Comando do Maranhão (PCM), que comanda a primeira, e o Bonde dos 40, que comanda a segunda.

Maranhão

Todas as pessoas foram liberadas após averiguação. Do total de detidos, 60 eram menores de idade

PM-MA precisou de três micro-ônibus para encaminhar todos os suspeitos

A Polícia Civil do Maranhão abriu inquérito para investigar a participação de menores de idade em uma festa realizada no bairro São Cristóvão, na madrugada deste domingo 18, no mesmo o local onde já havia sido estourada uma festa do Bonde dos 40 no ano passado. Baseada em denúncias anônimas informando que a comemoração estava sendo promovida e contava com a participação de integrantes da mesma facção criminosa, a Polícia Militar efetuou a condução de 180 pessoas, sendo 60 menores de idade.

Embora no local tenha sido encontradas bebidas alcoólicas e uma quantidade de entorpecentes, como merla e crack, após interrogatório e pesquisa dos nomes dos adultos no sistema informatizado da Secretaria de Estado da Segurança (SSP) do Maranhão, foi constatado que nenhum deles possui qualquer passagem pela polícia e registro ou ligação com a facção.

Todos foram liberados na manhã desta segunda-feira 19. Os menores também foram ouvidos e, na companhia de seus responsáveis, também foram liberados.

Sobre a operação, diretor da Superintendência Especial de Investigação Criminal (Seic), delegado André Gossain, explicou que o evento estava irregular pela permanência de menores em espaço onde havia consumo de bebida alcoólica, além de drogas. O inquérito foi encaminhado à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).

Maranhão

No fim do ano passado, na mesma residência, a PM-MA já havia estourado uma outra festa de membros da mesma facção

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A Polícia Militar do Maranhão prendeu mais de 100 pessoas suspeitas de integrar a facção criminosa Bonde dos 40, que atua na disputa pelo tráfico de drogas na capital maranhense. As prisões aconteceram no início da noite deste domingo 18 em uma casa no localizada na Avenida Santos Dummont, no bairro do São Cristovão, em São Luís. Foram precisos três micro ônibus da PM-MA para levar todos os suspeitos.

No fim do ano passado, na mesma residência, a PM-MA já havia estourado uma outra festa de membros da mesma facção. Assim como na vez anterior, neste domingo, todos os presos foram encaminhados para a Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), no Bairro de Fátima.

Também como na batida ocorrida no ano passado, havia uma quantidade considerável de menores na comemoração.

A Polícia Militar não revelou se encontrou armas e drogas na casa, mas informações extraoficiais apontam que mais 70 kg de entorpecentes tenham sido encontrados. Ao chegar à residência, alguns dos criminosos tentaram fugir, mas foram impedidos pelos policiais militares.

Além da festa estourada em dezembro de 2014, dois meses antes, uma festa no Araçagi já havia sido alvo de operação da polícia. Na ocasião, 39 pessoas, entre adultos e jovens integrantes da facção Bonde dos 40, foram detidos e encaminhados para a delegacia.

Em dois meses, sete adolescentes foram vítimas de disputa entre facções no MA
Maranhão

Para o delegado Augusto Barros, as jovens se identificam com as transgressões do PCM e do Bonde dos 40, mas nem sempre chegam a atuar no tráfico de drogas

Carla Nascimento
Do Extra, do edição do Atual7

A história de uma adolescente de 17 anos, Milena Coelho do Nascimento, que teve o pescoço cortado na saída da escola localizada na divisa dos bairros Divineia e Olho D’Água, na Região Metropolitana de São Luís, revelou mais um capítulo gerado pela guerra entre as facções Primeiro Comando do Maranhão (PCM) e Bonde dos 40 na região. O caso aconteceu na quinta-feira 15, e é o mais recente de uma série de sete envolvendo jovens entre 14 e 19 anos nos últimos dois meses: quatro delas morreram e outras três foram espancadas em disputas entre facções rivais, como mostra levantamento da ONG Instituto Cidadania Ativa.

Segundo o presidente da ONG, Maurício Miguel, em todos os casos registrados houve conflito entre relacionamentos amorosos e regras de facções, que não permitem que moradores de uma determinada área dominada por um grupo se relacionem ou mesmo frequentem o espaço das outras.

MARANHÃO DE TODOS NÓSNa abandonada Cidade Olímpica, localizada na capital do Maranhão, uma gangue de garotas espancou...

Posted by Atual7 on Domingo, 30 de agosto de 2015

— A morte é a pena para quem se envolve com moradores de áreas dominadas por facções rivais. Os grupos criminosos não toleram, independente de os envolvidos estarem ligados diretamente com o tráfico para garantir que não tenham informações sobre seu funcionamento divulgadas — diz Miguel, que descreve como crescente o número de jovens ligados a grupos criminosos.

Procurando pela reportagem, o delegado Geral da Polícia Civil do Maranhão, Augusto Barros, afirmou que as adolescentes e jovens se identificam com transgressões de grupos criminosos, mas nem sempre chegam a atuar no tráfico de drogas, a principal atividade das facções criminosas:

— Muitas vezes essas agressões e mortes não são parte de um mandado de execução eles nao têm uma participação efetiva. Algumas vítimas têm, outras não estão envolvidas com o crime. Mas, de fato, há uma cultura, uma identidade com esses grupos, até mesmo pela convivencia aproximada desses jovens com bandidos. Nas escolas, muitos acabam usando símbolos e “bandeiras” por uma questão de identificação — alega Barros.

Miguel diz que a sensação de poder de estar ligado ao crime seduz jovens, ainda em formação, em situação de pobreza e falta de perspectiva.

— Namorar um membro de uma facção é uma maneira de conseguir ascensão social, ir a festas e usar uma roupa legal, por exemplo — explica.

Em setembro, o EXTRA repercutiu em uma reportagem um vídeo compartilhado pelo Atual7 sobre uma adolescente de 14 anos que foi espancada por um grupo de jovens na Cidade Olímpica por ter se envolvido com integrante de facção rival. Chocante, a gravação - que pode ser visualizada ao lado - mostra que membros da facção não mentiram que populares ajudassem a menina que estava sendo espancada. "Não saí parceiro, não te mente não. Ela é 40, c******", ameaçavam.

Maranhão

Marcos André Silva Vieira, o Marquinhos da Matança, é apontado ainda como um dos líderes dos ataques aos coletivos em São Luís no início de 2014

Fora de circulação desde abril de 2013, após operação conjunta das polícias Civil, Militar e Grupo Tático Aéreo (GTA), o presidiário Marcos André Silva Vieira, o Marquinhos da Matança ou Marquinhos Borboleta, voltou às ruas após conseguir fugir pelo portão da frente da Central de Custódia de Presos de Justiça (CCPJ) do Complexo Penitenciário de Pedrinhas na última sexta-feira 9, após driblar a segurança do presídio ao se passar por um beneficiário de indulto do Dia das Crianças.

Marcos André Silva Vieira, o Marquinhos da Matança, que voltou de um presídio federal para o Maranhão e escapou de Pedrinhas pelo portão da frente da CCPJ
Sigo/SSPMA Solto das ruas Marcos André Silva Vieira, o Marquinhos da Matança, que voltou de um presídio federal para o Maranhão e escapou de Pedrinhas pelo portão da frente da CCPJ

Transferido pelo governo Roseana Sarney para um presídio federal de segurança máxima de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, em fevereiro do ano passado, e retornado para o Maranhão no início do governo Flávio Dino, ele responde pela morte de mais de 30 pessoas na região metropolitana nos últimos doze anos, e é ainda apontado pela Secretária de Segurança Pública como um dos líderes da facção criminosa Bonde dos 40 na região da Matança, no bairro do Anil.

Fontes ouvidas pelo Atual7 relataram que a fuga de Marquinhos da Matança só teria sido percebida quase 12 horas depois, quando todos os 337 presos beneficiados pela decisão da juíza Ana Maria Almeida Vieira, titular da Vara de Execuções Penais de São Luís, já haviam deixado Pedrinhas para passarem o Dia das Crianças em casa.

Além dos assassinatos pelo controle do tráfico de drogas na capital, pesa ainda contra Marquinhos a suspeita de ser um dos líderes dos ataques a cinco coletivos em São Luís, ocorridos no início de janeiro de 2014, que resultaram na morte da menina Ana Clara dos Santos, de 6 anos, vítima de queimaduras de terceiro grau em 95% do corpo, e em quatro pessoas feridas - entre elas a irmã menor e a mãe de Ana Clara, e do carregador de mercadorias Márcio Ronny, que sofreu queimaduras em 71% do corpo.

A polícia trabalha agora com a informação de que Marquinhos da Matança e outro bandido, Ronilson Coutinho, conhecido com Pixuca, é quem estavam no carro estacionado em frente á CCPJ, aguardando os dois presos que conseguiram fugir da unidade no início da tarde de ontem (12), também pelo portão da frente. O fugitivo Hailton Silva, vulgo Nicolau, que escapou da CCPJ em companhia do comparsa Fagner Gomes Sena, vulgo Bandeco, também é apontado como um dos cabeças dos ataques aos ônibus em São Luís.

Ronilson Coutinho, o Pixuca, inclusive, também é um dos que ordenou os ataques aos coletivos, mas como estava cumprindo pena em Pedrinhas aparentemente como um preso ressocializado, foi liberado pela titular da Vara de Execuções Penais de São Luís para passar o Dia das Crianças fora das celas.

Maranhão

Hailton Silva fugiu em companhia do detento Fagner Gomes Sena, também integrante da facção criminosa

Hailton Silva, o Nicolau, e Fagner Gomes Sena, o Bandeco, que fugiram da CCPJ de Pedrinhas pelo portão da frente, armados, com carro já os aguardando do lado de fora para a fuga
Atual7 Na maior Hailton Silva, o Nicolau, e Fagner Gomes Sena, o Bandeco, que fugiram da CCPJ de Pedrinhas pelo portão da frente, armados, com carro já os aguardando do lado de fora para a fuga

Fugiu, no início da tarde desta segunda-feira 12, da Central de Custódia de Presos de Justiça (CCPJ) do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, o presidiário Hailton Silva, vulgo Nicolau, um dos maiores traficantes de São Luís e líder da facção criminosa Bonde dos 40 na área da Liberdade, bairro da capital. Ele fugiu em companhia de seu parceiro de cela e também integrante da facção, Fagner Gomes Sena, vulgo Bandeco. Ambos fugiram pelo portão da frente da CCPJ.

Segundo fonte do Atual7, Nicolau e Bandeco estavam armados de pistolas e ainda tomaram a arma de um vigilante terceirizado. Dois homens já os aguardavam em um carro estacionado em frente ao presídio.

Curiosamente, a dupla havia sido transferida há alguns dias do Presídio São Luís III, o PSL3, de maior segurança, para a CCPJ. Há suspeitas que os presos seriam os mesmos alvos do resgate frustado pela polícia na madrugada de domingo 11, quando três homens foram interceptados e mortos em confronto com a Polícia Militar em uma residência no povoado Camboa dos Frades, na Vila Maranhão, próximo à BR-135, onde fica o Complexo Penitenciário de Pedrinhas.

Com o vazamento da fuga de dois presos pelo portão da frente, a Secretaria da Justiça e da Administração Penitenciária (Sejap) deve emitir nota informando da prisão dos três auxiliares de segurança penitenciária por facilitação da fuga. Contudo, além dos auxiliares terem participado de uma seleção recente feita pela própria Sejap, a origem da entrada das armas ainda é desconhecida. Fatos que serão omitidos na nota.

Bonde dos 40 grava rap direto do Complexo Penitenciário de Pedrinhas
Maranhão

Vídeo foi gravado recentemente. Presidiário chega a citar bairros da Grande São Luís que seriam dominados pela facção criminosa

Um vídeo, obtido com exclusividade pelo Atual7, feito por membros da facção criminosa Bonde dos 40, que disputa o controle do tráfico de drogas fora e dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas com a facção rival Primeiro Comando do Maranhão (PCM), mostra que o governador Flávio Dino (PCdoB) e seu secretário de Justiça e Administração Penitenciária, Murilo Andrade, estão longe de tomarem o controle do maior presídio do Maranhão, onde, por motivos ainda obscuros, detentos continuam tendo fácil acesso a aparelhos de celular dentro das celas.

Gravado direto do Presídio de Pedrinhas (PP), um dos mais perigosos do complexo, o vídeo mostra cerca de 10 integrantes do Bonde dos 40 mandando um "salve" e um "papo reto" em forma de rap, com direitos a caixinha de som com play back de percussão e barulhos de tiros.

"Fecha! Fecha! Fecha! Bonde dos 40, é nós! Galo Cego MC, diretamente da PP [Presídio de Pedrinhas], mandando um salve pra todo a comunidade", canta o preso no início do rap, emendando em outro trecho: "Tamo na PP, representando os 40, e se tentar com nós os PCM não aguenta".

Bairros da Grande São Luís, como Maiobão, Aldeia, Cohatrac, Bairro de Fátima São Raimundo e São José são citados na música como localidades dominadas pelos criminosos. Pelas imagens, como todos os detentos aparecem fardados, percebe-se que o vídeo foi gravado este ano, recentemente.

Assista o vídeo abaixo:

Bonde dos 40 grava rap direto do Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Vídeo foi gravado recentemente. Presidiário chega a citar bairros da Grande São Luís que seriam dominados pela facção criminosa. Mais em: http://www.atual7.com/?p=13846

Posted by Atual7 on Terça, 8 de setembro de 2015

“Ela é 40”, diz membro de facção em espancamento de menor em São Luís
Maranhão

Ação ocorreu no bairro da Cidade Olímpica, conhecido pelo abandono do poder público

MARANHÃO DE TODOS NÓSNa abandonada Cidade Olímpica, localizada na capital do Maranhão, uma gangue de garotas espancou...

Posted by Atual7 on Domingo, 30 de agosto de 2015

Enquanto o governador Flávio Dino (PCdoB), com a cobertura de policiais que deveriam estar nas ruas, se ocupava com as eleições de 2016 no evento de filiação do prefeito Edivaldo Holanda Júnior no PDT, na Cidade Olímpica, bairro conhecido pelo descaso do poder público e consequente aumento de criminalidade, uma menor era espancada em plena via pública por uma gangue de várias garotas.

As cenas, que podem ser vistas ao lado, são chocantes.

Durante os 2 minutos e doze segundos de gravação, iniciada quando o espancamento já ocorria, é possível ver que algumas pessoas tentam salvar a vítima, mas foram proibidas e ameaçadas por dois jovens da mesma facção, que acompanhavam e davam cobertura para a ação.

Pelas imagens, é possível identificar as autoras e autores do ato de extrema violência.

Em alguns momentos do vídeo, é possível ouvir alguns dos participantes do espancamento dizerem que a vítima seria "40", em provável alusão à facção criminosa Bonde dos 40, que há anos disputa com a facção rival Primeiro Comando da Capital (PCM), dentro e fora do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, o comando do tráfico de drogas.

Próximo do final da gravação, uma das participantes do espancamento chega a ameaçar: aqui é PCM.