Ataques a Ônibus Grande São Luís
“Fruto da situação social dos bairros mais pobres”, diz Flávio Dino sobre ataques
Política

Declaração foi feita nesta terça-feira 25, durante reunião no Palácio dos Leões para avaliação das ações de segurança

O governador Flávio Dino (PCdoB) atribuiu a problemas sociais nos bairros mais pobres da Região Metropolitana de São Luís a causa para os incêndios a ônibus ocorridos nos últimos cinco dias. Para o comunista, o combate à facção criminosa Bonde dos 40, autora dos ataques, vai muito além da repressão das forças policiais.

“São pequenos grupos inorgânicos, muitas vezes quase células autônomas, que tem como marca o recrutamento muito agudo de jovens, fruto da situação social dos bairros mais pobres. A negação total de direitos, de oportunidades, de cultura, esporte, trabalho, educação, gera uma massa, quase um exército industrial de reserva, para essas quadrilhas”, analisou o governador.

A declaração foi feita durante reunião no Palácio dos Leões, nesta terça-feira 24, para avaliação das ações de combate aos incêndios criminosos aos coletivos e definição de novas estratégias das forças de segurança do Estado.

De acordo com o governador do Maranhão, a situação é complexa e tem raízes profundas em razão das múltiplas injustiças de uma sociedade profundamente desigual do ponto de vista social, que, segundo ele, é a causa principal de todas as violências.

Flávio Dino destacou que acompanhamento diário e a atenção total das forças de segurança do Estado têm surtido efeito, e a união entre os Sindicatos das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET), dos Rodoviários do Maranhão (Sttrema), e órgãos do Governo como a Agência de Mobilidade Urbana (MOB) e o Procon, estão sendo essenciais no combate as ações criminosas.

Ele enfatizou também a chegada do efetivo da Força Nacional para auxiliar nas ações. “Hoje eles vão chegar e serão progressivamente engajados sob o comando do nosso sistema de segurança, somando as medidas relativas à prevenção, com a participação dos sindicatos, tanto de empresários como dos rodoviários, a atuação do nosso sistema de segurança, as medidas adotadas na penitenciária e pelo poder judiciário, creio que a gente vai conseguir debelar essa situação”, realçou.

“Flávio Dino não se escondeu”, diz líder do governo sobre ataques a ônibus
Política

Rogério Cafeteira elogiou o trabalho do efetivo policial e rebateu a informação de que o governo esteja negociando com o líder da facção Bonde dos 40

O deputado estadual Rogério Cafeteira (PSB) ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa, nesta segunda-feira 23, para tratar da serie de ataques a ônibus ocorridos na Região Metropolitana de São Luís nos últimos dias. Líder do governo na Casa, Cafeteira ressaltou que, apesar da ousadia dos criminosos, o governador Flávio Dino (PCdoB) não se escondeu e enfrentou a situação.

“Para iniciar, eu queria ressaltar a postura do governador Flávio Dino que não se escondeu, que enfrentou o problema, que deu a cara para bater”, declarou.

Cafeteira elogiou o trabalho do efetivo policial por se empenhar em deter a ação da facção criminosa Bonde dos 40, autora dos ataques. Em recado à oposição, disse que politizar os ataques a ônibus promovidos pelos criminosos não é correto. Ele aproveitou para rebater a informação de que o governo estadual estaria negociando com o presidiário presidiário Eliakim Dávila Machado, o ‘Sadrak’, para a retirada do ‘salve’. Líder do Bonde dos 40,  ‘Sadrak’ foi quem deu a ordem para o início e coordenou os incêndios aos ônibus, direto de Pedrinhas.

“As pessoas acham e fazem ilações de acordo com bandido, com facções em Pedrinhas. Ao contrário, o governador Flávio Dino não fez, nem faz e nem fará acordo com bandidos. O que houve foi investimento nessa área prisional, com cinco novos presídios”, defendeu.

O líder do governo lembrou ainda que o governador Flávio Dino fez reajuste nos salários dos policiais, contratou 1.500 excedentes do concurso passado, e investiu na área prisional com a construção de cinco novos presídios.

“Nós diminuímos em 100% o número de homicídios em Pedrinhas, 100%. E em 76% o número de fugas. Então, não é uma questão de apenas de discurso, é uma questão de ação”, completou.

 

Procon-MA vai multar empresa que recolher ônibus por causa dos ataques
Política

Governador quer obrigar empresários do setor a se sentirem seguros mesmo diante da ameaça de novos incêndios aos coletivos

Na falta de estratégia, inteligência e pulso para conter a bandidagem nas ruas e as regalias de presidiários do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, o governador Flávio Dino (PCdoB) decidiu partir pra cima dos empresários do sistema de transporte coletivo. A partir de agora, o empresário que decidir suspender a circulação de ônibus na capital vai ficar sujeito as sanções do Instituto de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) do Maranhão.

“Cidade está policiada e funcionando. Infelizmente, alguns empresários de ônibus descumpriram acordo com o Governo e desrespeitaram população”, esperneou o governador.

A ação acontece após os empresários terem decidido recolher os ônibus em face da sequencia de ataques promovidos pela facção criminosa Bonde dos 40, durante a quinta-feira 10 e sexta-feira 20. No sábado 21, quando os ônibus foram recolhidos novamente, houve ainda duas novas tentativas de ataques, todos ordenados de dentro de Pedrinhas, conforme revelou o Atual7 mais cedo.

Em outras palavras, Dino quer obrigar os empresários a se sentirem seguros pelo fato de policiais do interior terem se somado aos da capital para, somente durante esse período de crise, fazer policiamento embarcado nos ônibus da capital.

Presidente do Procon-MA e filiado ao PCdoB, o advogado Duarte Júnior tratou logo de também demonstrar revolta por os empresários não terem arriscado os veículos e a vida de seus funcionários e dos passageiros. Pelas redes sociais, Duarte avisou que se for identificado recolhimento de coletivos fora da normalidade, imediatamente os ficais vão aplicar as medidas sancionatórias.

A imposição conta ainda com o auxílio do prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior (PDT), que apareceu após submergir em meio ao caos vivido pela população de São Luís diante da criminalidade, e do secretário de Administração Penitenciária, Murilo Andrade — que falhou na obrigação de não permitir que os presos do sistema penitenciário maranhense utilizassem aparelho celular dentro dos presídios, além de outro meio de comunicação extramuro.

Ordem de ‘Sadrak’ de dentro de Pedrinhas para iniciar ataques aponta para falha da Sejap
Política

SSP-MA negocia com líder da facção a retirada do ‘salve’. Ele é o mesmo que gravou um rap para Roseana, dentro de Pedrinhas, em 2014

Partiu do presidiário Eliakim Dávila Machado, preso do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, a ordem para que criminosos iniciassem a serie de incêndios aos ônibus na região metropolitana de São Luís, na noite de quinta-feira 19. ‘Sadrak’, como é mais conhecido, é líder da facção criminosa Bonde dos 40, e utilizou um aparelho celular para enviar uma gravação com o que os criminosos chamam de ‘salve’, que é a ordem para iniciar os ataques. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Maranhão, inclusive, já negocia com ‘Sadrak’ para que ele faça uma nova gravação, retirando o ‘salve’.

“Boa noite meus irmão da família 40! Tá dado aí um salve geral aí pra tá agarrando os ônibus, de preferencia no ponto final, pois não tem ninguém dentro, tá tocando fogo nos ônibus. Mas é pra pegar fogo todinho mesmo os ônibus. Forma de protesto contra a opressão que estamos sofrendo no sistema penitenciário”, convoca.

Num dos trechos do áudio, o líder da facção chega a dizer que no bairro do Maiobão, em Paço do Lumiar, um ônibus já teria sido alvo dos bandidos, e que na BR o ataque ainda iria acontecer – o que aponta para uma falha grave da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Sejap), já que o detento não só ordenou a ação de dentro de Pedrinhas, como ainda a coordenou, com um aparelho celular.

“Maiobão já está pegando fogo. Aqui na BR já vai tá pegando fogo. E vamos tá aí representando aí, meus irmãos. Quem puder tá fortalecendo aí, chegando nas quebradas, passando a visão. Essa que é a hora. Essa que é a hora. Toque de reconhecer tá dado”, ordena.

A gravação enviada por ‘Sadrak’ era parte do plano montado pela facção criminosa de dentro de Pedrinhas, e com o pleno conhecimento das Inteligências da Sejap e da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP) do Maranhão, pelo menos três dias antes do início dos ataques.

Ontem 21, o Atual7 revelou, com exclusividade, que os criminosos havia enviado uma carta aos outros integrantes da facção detalhando como seria executado os incêndios e outras ações, dentre elas a de dar ‘toque de recolher’ em shoppings e lojas, como já iniciado no bairro do Coroadinho. Essa carta vem sendo compartilhada desde o início da semana em grupos de WhatsApp, e chegou inclusive ao conhecimento da Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Participação Popular (SIDHPOP), por conter trechos em que os presos afirmam estar sofrendo ‘opressão’ no sistema penitenciário por parte dos agentes de segurança.

“Papo reto”

VÍDEO DO DIA
Bonde dos 40 grava vídeo diretamente da cadeia e manda recado para Roseana Sarney.

Publicado por Atual7 em Sexta, 25 de julho de 2014

Não é a primeira que ‘Sadrak’ utiliza aparelho celular para enviar gravações para fora do Complexo Penitenciário de Pedrinhas.

Em junho de 2014, quando o comando do Estado ainda estava sob responsabilidade da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), ele viralizou num vídeo em que aparece dentro da penitenciária mandando um “papo reto” para Roseana. O “recado” - até comemorado na época por pessoas que estavam na oposição e hoje estão no governo -, foi dado em forma de rap.

Passados dois anos do vídeo de ‘Sadrak’ para Roseana, com a descoberta de que ele ainda usa celular livremente dentro das celas de Pedrinhas, e agora até comanda e dá orientações sobre ataques a ônibus, o governo Flávio Dino precisa, além de montar força tarefa nas ruas da grande São Luís para conter a ação dos criminosos, apurar quem permitiu a permanência do aparelho dentro de Pedrinhas.

Afinal, a ordem e coordenação dos ataques partem de dentro do presídio.

Inteligência sabia que Bonde dos 40 atacaria os ônibus
Maranhão

Carta de integrante da facção detalha plano dos ataques. Criminosos pretendiam ainda dar toque de recolher em shoppings e lojas

O Atual7 teve acesso, com exclusividade, a uma carta de um detento do Complexo Penitenciário de Pedrinhas que detalha o plano exato dos ataques aos ônibus promovidos pela facção criminosa Bonde dos 40, nessa quinta-feira 19 e sexta-feira 20, além de novas tentativas neste sábado 21. O documento está sendo compartilhado em grupos de WhatsApp de agentes penitenciários desde o início da semana, o que aponta para o fato de que a Inteligência das forças de segurança pública do Maranhão sabia do plano e poderia ter evitado os ataques da facção.

O documento é uma especie de passo a passo de como deveriam ser os ataques, em represália aos supostos maus-tratos que os detentos estariam sofrendo. A carta é assinada por um membro do Bonde dos 40 identificado como 'Mano Silas', e detalha sobre um total de três planos a serem executados do lado de fora de Pedrinhas.

Um desses planos diz respeito aos incêndios aos ônibus, já executado, e outro a um toque de recolher que seria dado em shoppings, lojas e outros estabelecimentos comerciais, que não chegou a acontecer. De acordo com o documento, esse segundo plano tinha como mote paralisar a cidade e atingir o Estado, como forma de obrigar o governo estadual a atender as reivindicações dos presos no que diz respeito a melhorias do sistema prisional. O terceiro plano, diz o documento, seria a divulgação nos meios de comunicação de uma especie de 'relatório prisional' de Pedrinhas na visão dos próprios presidiários.

Incêndios e toque de recolher

Ônibus incendiado por membros da facção criminosa na quinta-feira 19
Reprodução Noite de terror Ônibus incendiado por membros da facção criminosa na quinta-feira 19

Sobre os incêndios aos ônibus, o autor da carta alerta que - como realmente aconteceu em todos os ataques - somente os ônibus em paradas de ponto final da linha deveriam ser incendiados, como forma de não comprometer a vida dos usuários de transporte coletivo. "Queimaremos um único ônibus só em ponto estratégico, mas precisamente em um ponto final (...), para não acontecer de botar a vida de nenhum morador em risco", alerta.

Em relação ao toque de recolher em shoppings e lojas, é explicado que seriam divulgadas mensagens aos proprietários dos estabelecimentos comercial, ordenando que estes só funcionassem em dias determinados pela facção. "Já os donos de lojas e sócios de shoppings, divulgaremos também as mensagens para que ninguém abra nada durante os dias em que decretarmos", explica.

'Mano Silas' pede ainda aos membros do Bonde dos 40 que se disponibilizem a montar equipes para tarefa específica de incendiar os ônibus. Os integrantes do Bonde que estão em Pedrinhas deveriam ser avisados assim que essas equipes já estivessem montadas. "Esperamos o mais urgente essa resposta de vocês", diz.

O documento, contudo, não detalha o dia exato em que os ataques seriam iniciados, mas pede para os membros da facção que se encontra de fora de Pedrinhas estejam em sintonia com os de dentro.

O Atual7 entrou em contato com a Secretaria de Estado da Comunicação e Articulação Política (Secap), para saber o motivo da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Maranhão não ter preparado as forças policiais para evitar os ataques criminosos mesmo tendo conhecimento antecipado do que aconteceria. Até a publicação desta matéria, porém, não houve resposta.

Confira abaixo a íntegra da carta:

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Adriano Sarney volta a defender CPI de Pedrinhas
Política

Iniciativa é com base em afirmações do próprio governo estadual, de que os ataques foram ordenados por lideranças de facções criminosas no sistema penitenciário

A onda de violência ocorrida em São Luís entre as noites de quinta-feira 19 e sexta-feira 20, quando vários ônibus foram incendiados em diferentes pontos da Região Metropolitana de São Luís, motivou o deputado estadual Adriano Sarney (PV) a cobrar novamente a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa para apurar as responsabilidades dos fatos. A iniciativa é com base em afirmações do próprio governo estadual, de que os ataques foram ordenados por lideranças de facções criminosas no Complexo Penitenciário de Pedrinhas.

“A onda de terror, que tinha sido controlada após as eleições de 2014, volta agora a atacar a população. Isto nos leva a suspeitar que acordos e concessões a facções criminosas deixaram de ser cumpridos pelo governo eleito. Diferentemente do que o governo tenta imprimir, o Estado não tem autoridade sobre o sistema carcerário e esses recentes episódios demonstram isto. Já defendi e volto a pedir a CPI do Sistema Carcerário, e acredito que agora é um momento oportuno para a instauração”, declarou Adriano.

No início de janeiro deste ano, o parlamentar já havia pedido à Assembleia Legislativa a instauração de uma CPI para apurar uma denúncia feita pelo ex-presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/MA, advogado Luís Antonio Pedrosa, de que “o governo Flávio Dino, tem feito concessões a facções criminosas com o objetivo de conter a violência no Sistema Penitenciário do Estado”, conforme noticiário da época.

Contudo, pressionada pelo Palácio dos Leões, a maioria absoluta dos deputados da Casa abafou a possibilidade de qualquer CPI para apurar quem realmente manda em Pedrinhas.

Megaoperação é deflagrada pelas Polícias Civil e Militar em bairros da Grande Ilha
Maranhão

Secretário Jefferson Portela coordena ações estratégicas de megaoperação realizada em pontos sensíveis na Grande Ilha

Uma megaoperação foi deflagrada, na noite dessa sexta-feira 20, na Região Metropolitana de São Luís. Com efetivos reforçados, as Polícias atuam de forma integrada em pontos considerados mais sensíveis, nas principais avenidas da Grande Ilha, e bairros mapeados pela demanda de ocorrências. “A polícia não vai recuar. Estamos preparados para enfrentar o crime”, diz o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Frederico Pereira.

Com distribuição estratégica do efetivo, a megaoperação pretende intensificar o policiamento na zona rural da região metropolitana, nos pontos finais e paradas de ônibus, terminais de integração, nas áreas e bairros mapeados pela demanda de ocorrências.

“Vamos permanecer nas ruas, sem cessar, para coibir, com rigor, a ação destes criminosos. São operações que iniciaram assim que soubemos dos ataques e não têm hora para terminar”, garantiu o secretário Jefferson Portela, ressaltando que a megaoperação seguirá noite adentro e permanecerá nas ruas até que solucionadas todas as investigações em relação aos episódios.

A ação da militar inclui abordagens, vistorias, blitz e barreiras na entrada da capital. “As forças de Segurança estão a postos para combater estas organizações criminosas que merecem sentir a ação forte do Estado. E isto está sendo feito”, completou o secretário.

Rápida Ação

Desde que iniciados os episódios dos incêndios criminosos que todo o sistema de segurança pública foi mobilizado. Policiais civis e militares ocuparam as ruas da região metropolitana na noite de quinta-feira 19, e a cúpula de Segurança Pública esteve reunida com o governador Flávio Dino ainda na madrugada dessa sexta-feira 20, traçando estratégias de atuação.

Mais de 33 pessoas já haviam sido presas até o final da tarde de ontem, número que deve crescer, já que as operações irão permanecer em toda a Grande Ilha. “Temos a resposta para a marginalidade. É a polícia nas ruas para agir com rigor. E pedimos à comunidade que colabore com a polícia e procure os batalhões de suas áreas para solucionar problemas visíveis”, reiterou coronel Pereira.

“Todo o quadro da Polícia Civil está mobilizado para esse caso, além de termos intensificado operações já em curso. Assim que chegou a nós o ocorrido as equipes foram às ruas e estamos trabalhando unidos à Polícia Militar”, ressaltou o delegado-geral da Polícia Civil, Lawrence Melo. Foram acionados os departamentos de Combate a Crime Organizado, de Narcotráfico, Homicídios, Proteção à Pessoa, além das Delegacias Seccionais e o Serviço de Inteligência.

O delegado-geral informou que duas linhas de investigação estão sendo consideradas para a apuração dos ataques. Quanto aos suspeitos presos, o delegado-geral diz que foram isolados para que não haja comunicação com integrantes de quadrilhas e é estudada a transferência de alguns líderes para presídios de outros estados. “O objetivo é afastar estes criminosos e diminuir a atuação deles nas quadrilhas que comandam no Estado”, reiterou Melo.

Maranhão

Força de segurança pode ter executado suspeitos durante ação no Altos do Calhau, em São Luís

Um áudio compartilhado em grupos de WhatsApp há pouco aponta que as forças de segurança do Maranhão combateram com firmeza membros da facção criminosa que ateia fogo em ônibus na Região Metropolitana de São Luís desde a noite dessa quinta-feira 19.

Contudo, a gravação aponta ainda que, além das prisões efetuadas pela polícia, suspeitos [ou não] dos ataques podem também ter sido executados e a suposta chacina ter sido escondida da população e entidades.

"Se ligam, meus irmãos. Tá caindo é de bala aqui, meu irmãos. Boto fé que tá matando é nossos irmão aqui. Tá ligado? Só pipoco doido, meu parceiro. Té louco, parceiro. Tão matando nossos irmãos aqui. É muito tiro", diz a voz que parece ser de uma garota, em meio a tiros, muito choro, som de um helicóptero sobrevoando e muito desespero.

A gravação continua com garota suplicando por socorro ao que parece ser à liderança da facção. Ela identifica que a ação policial estaria ocorrendo no bairro do Alto do Calhau - que fica próximo do Alto da Conceição, uma das áreas mais perigosas e dominadas pelo tráfico de drogas em São Luís - e avisa que os outros integrantes da facção estariam morrendo dentro do mangue.

"Os moleques tão tudo refugiados aqui, meus irmão. Cadê o comando? Olha aí! Cadê o comando nessa desgraça? Cadê? Moleques tudo de unido, vieram pra uma quebrada suja, parceiro. Eu digo mesmo uma coisa, se alguma coisa acontecer com um dos irmã do Alto do Calhau aqui, comando é uma bosta, parceiro. Tá entendendo? Se morrer um dos meus irmãos aqui agora, eu tô aqui embaixo do helicóptero, tá ligado? Se morrer um dos meus irmãos aqui, parceiro comando é uma bosta, tá ligado? Só ódio! Olha aí, parceiro, tão meus irmãos aqui. Tão matando os moleques dentro do mangue, só ódio", pede socorro, em meio a choro e tiros.

Ouça:

Maranhão

Ataques aconteceram no Vassoural e Nova Terra, em São José de Ribamar, e na Vila Maranhão, em São Luís

Mesmo com a polícia nas ruas, criminosos voltaram a incendiar mais três ônibus na Região Metropolitana de São Luís, agora no início da noite desta sexta-feira 20.

Os ataques aconteceram no Vassoural e no Residencial Nova Terra, em São José de Ribamar; e na Vila Maranhão, na capital. Ainda não há detalhes sobre como os ataques ocorreram e nem se os veículos ficaram totalmente destruídos pelo fogo.

Não há registro de feridos.

Em razão da nova audácia dos criminosos, de continuarem com os ataques mesmo após o reforço das autoridades policiais nas ruas, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Maranhão (Sttrema), Isaías Castelo Branco, confirmou que a frota de ônibus de São Luis será recolhida para garagens.

“A gente tentou conversar com a Secretaria de Segurança Pública. Não dá para deixar que os companheiros corram perigo. Vamos recolher todos os ônibus”, disse o presidente do Sttrema.

É o décimo ataque aos coletivos em menos de 24 horas. Houve ainda outras duas tentativas na manhã de hoje e outras quatro na noite de ontem. A facção criminosa Bonde dos 40 tem assumido a autoria dos ataques.

Mais cedo, o governador Flávio Dino (PCdoB) se pronunciou sobre os episódios ocorridos na noite de ontem e hoje pela manhã. Segundo o governador, todo o sistema de segurança pública do Maranhão está totalmente mobilizado para garantir a paz e evitar qualquer tipo de ocorrência - como as de agora a noite. O comunista havia dado a garantia de que a população poderia ficar tranquila.

“A cidade está em absoluta normalidade. Nós estamos prontos a continuar aquilo que temos feito. Muito recentemente tivemos o fato histórico de um ano sem registrar homicídios no sistema penitenciário. Mostra exatamente que nós estamos recuperando a autoridade do Estado que estava degradada”, disse Flávio Dino.

Mais informações em instantes.

Maranhão

Este foi o sétimo ataque a ônibus na Região Metropolitana da capital em menos de 12 horas

Mais um ataque a ônibus foi registrado na manhã desta sexta-feira 20, em São Luís.

Os criminosos tentaram incendiar um veículo nas proximidades da Avenida Santos Dumont, na linha São Bernardo/João de Deus, mas não lograram êxito porque o motorista conseguiu conter as chamas com um extintor. O atentado ocorreu às 7 horas e 10 minutos.

A informação foi confirmada pela assessoria de comunicação do Sindicado dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Maranhão (STTREMA). A entidade deve se reunir nas próximas horas para decidir se vai haver paralisação ou não. Apesar de indefinido, existe a possibilidade de que os ônibus parem de circular por volta das 18 horas, por conta desse novo ataque.

É o sétimo ataque a ônibus na Região Metropolitana de São Luís em menos de 12 horas, mas o primeiro caso registrado durante o dia. Uma mostra da audácia dos criminosos, apesar do Governo do Maranhão

Na noite dessa quinta-feira 19, foram alvo da ação de bandidos seis veículos, no Jardim Tropical, Maiobão, Marly Abdalla, Liberdade, Cidade Verde e na Raposa. Cinco são homens, duas mulheres e um adolescente foram presos na madrugada de hoje, no bairro da Forquilha, suspeitos de participação na ação criminosa.

Áudios compartilhados em grupos de WhatsApp dão conta de que a autoria dos ataques seria da facção criminosa Bonde dos 40, em represália a supostos maus-tratos que seus membros estariam sofrendo no Complexo Penitenciário de Pedinhas.

Bonde dos 40 volta a incendiar ônibus na Região Metropolitana de São Luís
Maranhão

Ataques aconteceram na Vila Roseana Sarney, no município de Paço do Lumiar, e nos bairros da Cidade Operária e Liberdade, na capital

Quatro ônibus foram incendiados na noite desta quinta-feira 19, na Região Metropolitana de São Luís. Os ataques ocorreram na Vila Roseana Sarney, no município de Paço do Lumiar, nos bairros da Cidade Operária e Liberdade, na capital, e outro em Raposa. Houve ainda outras duas tentativas de incêndio aos coletivos, nos bairros Residencial Cidade Verde, no Paço do Lumiar, Vila Isabel Cafeteira, em São Luís.

Não há registro de feridos.

Segundo áudios compartilhados em grupos de WhatsApp logo após os ataques, o atentado foi promovido pela facção criminosa Bonde dos 40, em represália a supostos maus-tratos que integrantes da facção estariam sofrendo dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas.

Testemunhas relatam que os criminosos estavam encapuzados e conduzindo motos e um veículo ainda não-identificado.

Devido aos ataques, as empresas de ônibus decidiram recolher os coletivos, até as 22 horas.

Ataques e morte

Esta é a segunda vez que a facção criminosa promove esse tipo de ataque.

Em janeiro de 2014, um ataque a ônibus acabou resultando na morte da menor Ana Clara Santos Sousa, de apenas 6 anos. Ela sofreu queimaduras graves após o ônibus em que viajava ter sido incendiada no bairro do João Paulo, em São Luís.