O Governo do Maranhão avançou na transparência de dados básicos sobre o novo coronavírus, mas ainda omite informações que possibilitem à população o acompanhamento detalhado da pandemia do novo coronavírus no estado, segundo nova avaliação da OKBR (Open Knowledge Brasil), organização que atua na área de transparência e abertura de dados públicos.
De acordo com o estudo, divulgado nessa quinta-feira 9, em todo o país, apenas o Maranhão passou a divulgar de forma completa a quantidade de leitos do SUS (Sistema Único de Saúde) —clínicos e de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo), exclusivos para Covid-19— ocupados no estado em relação ao total disponível. Nem mesmo o Governo Federal já tornou pública essa informação.
Por meio do boletim epidemiológico e do painel virtual da SES (Secretaria de Estado da Saúde), por exemplo, é possível acompanhar a faixa etária, sexo e casos de hospitalização ou em isolamento domiciliar dos pacientes com Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus. Há, ainda, a quantidade de testes aplicados e o detalhamento de informações por cidade e bairros de casos considerados positivos, além do número de óbitos por município.
A transparência melhorou expressivamente após insistente cobrança do ATUAL7, por cerca de duas semanas, ao governador Flávio Dino (PCdoB) e ao secretário estadual de Saúde, Carlos Lula, para que esses dados se tornassem públicos —inclusive, em formato aberto, permitindo que qualquer pessoa baixe e reaplique os dados compilados.
Na primeira avaliação, divulgada no último dia 3, entre os 26 estados da Federação, mais o Distrito Federal e o Governo Federal, o Maranhão estava na 6ª colocação em transparência, com 45 pontos. Com o avanço, o estado saltou para 2ª posição, com 71 pontos, atrás apenas de Pernambuco, que saiu de 81 pontos para 90 pontos de um total de 100, e único com nível “alto” de transparência desde o início do estudo.
Apesar de ter saído do nível “médio” para “bom” no conteúdo, formato e qualidade de detalhamento da transmissão dos dados, segundo a avaliação da OKBR, as informações oficiais divulgadas pela SES sobre os casos de novo coronavírus no estado ainda são insuficientes para acompanhar a disseminação da doença.
Ainda não há, por exemplo, informações sobre outras doenças respiratórias dos pacientes positivos para Covid-19. O Governo do Maranhão também não informa, até o momento, a quantidade de testes disponíveis e nem há disponibilidade de microdados, isto é, base de dados detalhada por caso.
Além disso, a transparência relacionada a dados de doenças preexistentes e à série histórica ainda é incompleta.
Abaixo, por pontuação* e nível de transparência, o ranking do Índice de Transparência da Covid-19 elaborado pela OKBR, atualizado semanalmente. A próxima atualização será no dia 16 de abril.
1. Pernambuco – 90 – Alto
2. Maranhão – 71 – Bom
3. São Paulo – 69 – Bom
4. Rio de Janeiro – 62 – Bom
5. Rio Grande do Norte e Ceará – 60 – Bom
6. Rio Grande do Sul – 55 – Médio
7. Governo Federal – 52 – Médio
8. Tocantins e Minas Gerais – 48 – Médio
9. Mato Grosso do Sul e Mato Grosso – 43 – Médio
10. Roraima, Paraíba e Amazonas – 40 – Médio
11. Rondônia – 38 – Baixo
12. Bahia – 33 – Baixo
13. Alagoas – 31 – Baixo
14. Piauí – 29 – Baixo
15. Distrito Federal – 26 – Baixo
16. Paraná – 24 – Baixo
17. Goiás – 19 – Opaco
18. Santa Catarina – 17 – Opaco
19. Acre – 14 – Opaco
20. Sergipe – 12 – Opaco
21. Espírito Santo e Amapá – 10 – Opaco
22. Pará – 0 – Opaco
* Devido à pontuação atribuída aos critérios de classificação da OKBR, alguns estados aparecem empatados.
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