PF mira gestão Luciano Genésio e faz buscas em Pinheiro contra desvio de recursos da Covid-19
Cotidiano

PF mira gestão Luciano Genésio e faz buscas em Pinheiro contra desvio de recursos da Covid-19

Investigação apura suspeita de que testes rápidos contratados pela prefeitura não tenham sido de fato entregues. Prejuízo total ao erário pode chegar a R$ 960 mil

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira 2, operação que tem como alvo a gestão do prefeito Luciano Genésio (PP), contra desvio de dinheiro público destinado para enfrentamento à pandemia da Covid-19.

Batizada de Estoque Zero, a operação consiste no cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão em Pinheiro (MA) e Teresina (PI), além do bloqueio de bens, afastamento de servidor e afastamento do sigilo telemático (mensagens de e-mail) dos envolvidos. A ação ostensiva envolve a participação de 2 auditores da CGU (Controladoria-Geral da União) e de 30 policiais federais.

De acordo com as investigações, a administração municipal contratou, por dispensa de licitação e em caráter emergencial, uma empresa de capacidade técnica e operacional duvidosa para fornecimento de seis mil testes rápidos para detecção da doença, no valor de R$ 960 mil.

Em levantamento preliminar, com auxílio da CGU, foram identificados fortes indícios de que nenhum teste fora de fato entregue pela contratada à Secretaria Municipal de Saúde, apesar de haver sido emitida, em maio de 2020, nota fiscal de venda dos seis mil testes contratados e já ter sido identificado o pagamento parcial de R$ 320 mil.

Além de a empresa não ter adquirido testes para revenda, aponta a investigação, reforça a suspeita de simulação de venda o fato do município de Pinheiro ter recebido doação de 2.240 testes da SES (Secretaria de Estado da Saúde) e ter realizado, até início de agosto de 2020, apenas 1.381 testes na população.

O prejuízo total ao erário pode chegar a R$ 960 mil, caso seja identificado pagamento residual da fatura apresentada pela empresa.

Além de Pinheiro, a empresa de fachada teria vendido 17,5 mil testes para outros três municípios nos estados do Maranhão, Piauí e Ceará, pelo valor total de R$ 1.075.500,00, sem nunca tê-los adquirido.



Comente esta reportagem