A tarifa de ônibus na capital caminha para um possível novo aumento em breve, o que pode prejudicar os usuários do sistema de transporte público. É o que aponta ofício enviado ao Sindicado dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Maranhão (STTREMA), na terça-feira 2, pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET), e que gerou a ameaça de greve geral dos ônibus em São Luís durante o período carnavalesco.
![SET informa aos rodoviários que férias de janeiro e aumento do salário mínimo "impactou fortemente na folha de pagamento", e que por isso não terá como pagar os trabalhadores em dia](http://www.atual7.com/wp-content/uploads/2016/02/oficio-set-ao-sttrema-pagamento-salarios-rodoviarios-352x625.jpg)
Segundo o documento, a situação financeira das empresas teria se agravado devido ao período das férias escolares de janeiro deste ano e também devido ao aumento do salário mínimo nacional. Com base nesses dois argumentos, o SET informa aos Rodoviários que o pagamento do salário dos trabalhadores – que deveria cair no quinto dia útil do mês – só poderá acontecer a partir do dia 10, ou seja, após o Carnaval.
Como já é de conhecimento da população, a alegação da falta de recursos para pagar os salários de motoristas, cobradores e fiscais, e a deflagração da paralisação dos ônibus como resposta a essa falta de pagamento, tem sido a brecha utilizada pelo SET e pela SMTT (Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte) para garantir uma nova proposta de reajuste da tarifa para os coletivos de São Luís.
Timeline do aumento
Desde que assumiu o mandato em 2013, o prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT) tem se esquivado de manter o compromisso assumido na campanha eleitoral de 2012, quando afirmou que o valor então cobrado pelas empresas que operam o transporte coletivo na capital não iria aumentar. Eleito, a primeira polêmica da nova administração começou antes mesmo da posse do prefeito, vice e do seu secretariado.
2013
Em janeiro de 2013, sob ameaça de greve dos rodoviários, o então vice-prefeito de São Luís e atualmente Senador da República, Roberto Rocha (PSB), afirmou em uma entrevista que, diante do que chamou de ‘crise no sistema de transporte público’, havia a urgente necessidade de reajustar a tarifa de ônibus.
Um mês depois, no dia 11 de fevereiro, acionada por estudantes, a promotora de Defesa do Consumidor do Maranhão, Lítia Cavalcanti, teve de intervir ao classificar como ilegal o aumento de 23,5% no valor das passagens de ônibus, determinado pela Prefeitura de São Luís, por meio da SMTT. Não fosse a ação rápida do MP/MA, a população ludovicense estaria pagando mais caro pela passagem de ônibus deste então, já que a tarifa mais cara ficaria em R$ 2,75.
Aquele seria o primeiro aumento da passagem feito pelo prefeito Edivaldo Holanda Júnior.
2014
Após 16 dias de greve dos rodoviários, a Prefeitura de São Luís aumentou a passagem em R$ 0,30, sobre a justificativa de que o reajuste era necessário para não onerar os bolsos dos empresários, que firmaram colocar nas ruas 250 ônibus novos até o final daquele ano e mais outros 250 até janeiro do ano passado. Com aumento em 14,2%, a tarifa mais cara, do Sistema Integrado de Transporte (SIT), ficou em R$ 2,40.
Passados mais de dois anos do acerto entre empresários e a SMTT, porém, apenas pouco mais de 300 novos ônibus estão circulando pela capital.
Naquele ano, além do aumento da passagem, Edivaldo também acabou com a chamada “domingueira”, desconto de 50% na passagem de ônibus aos domingos, concedidos aos usuários do transporte público de São Luís pelo ex-prefeito João Castelo (PSDB).
2015
Nove meses depois, em março de 2015, a SMTT e o SET anunciaram um novo reajuste nas tarifas de ônibus. Como pode ocorrer agora em 2016, a decisão ocorreu um dia depois de o sistema de transporte da capital entrar em acordo para evitar a deflagração de greve dos rodoviários.
Também como neste ano – em 2013 e 2014 – a justificativa para o aumento, além do reajuste dos preços dos combustíveis, foi o reajuste dos salários dos rodoviários, isto é, o pagamento de acordo com o novo salário mínimo.
A passagem dos ônibus do sistema de integração, a mais cara, pulou dos R$ 2,40 para os ainda atuais R$ 2,60.
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