Autora do requerimento que solicitou a visita da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Sistema Carcerário ao Maranhão, a deputada federal Eliziane Gama (PPS) mantém-se em silêncio eleitoral sobre o que encontrou no Complexo Penitenciário de Pedrinhas e anexos. O silêncio, eleitoral mesmo, tem nome: Flávio; e sobrenome: Jerry.
Poucas horas antes de iniciar os trabalhos da comissão, Gama foi chamada para ir às pressas ao Palácio dos Leões, onde era esperada pelo aliado e governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), e seu secretário de Articulação Política e Assuntos Federativos, Márcio Jerry. Na reunião fechada, a parlamentar foi colocada no paredão comunista, levou puxão de orelha e foi obrigada a recuar de qualquer declaração que pudesse gerar repercussão negativa contra o governo.
Amordaçada, a parlamentar obedeceu as ordens e ainda não deu um pio sobre a visita ao complexo penitenciário maranhense.
Um dos silêncios de Eliziane Gama chama-se "Casa de Reflexão", especie de cela de castigo na Casa de Detenção (Cadet) do complexo de Pedrinhas. No momento da visita da CPI do Sistema Carcerário, a sala de violação grave aos direitos humanos abrigava o total de 14 detentos, sendo que um deles estava no local - conforme denunciou a militante da Sociedade Maranhense dos Direitos Humanos (SMDH), Jô Gamba - porque pediu pra ir à enfermaria.
Outro fato que Gama, que na foto em destaque aparece de olhos fechados para não olhar nada do que ocorre em Pedrinhas, diz respeito à comida servida aos detentos. Ao ser convidada para provar a quentinha, a parlamentar olhou, se aproximou para sentir o cheiro, fez cara de nojo e recusou. Corajoso, o deputado federal Weverton Rocha, do PDT, que entrou pela primeira vez no presídio, foi o único dos 11 integrantes da comitiva a provar da comida.
Presos com pés comidos por ratos e necessitados de atendimento médico, celas quebradas, água jorrando sem parar, aparelhos de televisão dentro das celas e o controle de facções nas unidades prisionais de Pedrinhas também não foram vistos pela deputada federal, após o puxão de orelhas no Palácio dos Leões.
Diante do silêncio eleitoral, o Atual7 procurou a deputada, e questionou sobre o principal problema que afeta Pedrinhas, a superlotação.
A parlamentar faltou com a palavra e apenas respondeu que, devido a um replanejamento, houve uma diminuição do problema, mas não soube explicar que tipo de replanejamento foi feito, e nem onde o governo colocou os presos que abarrotavam as celas, se foram todos executados ou se fugiram.
"Foi a justificativa deles", disse, interrompendo a entrevista sob a alegação de que estava em uma reunião, e que depois retornaria o contato.
Sobre o silêncio eleitoral de Eliziane Gama, explica-se: ela ainda sonha em concorrer à Prefeitura de São Luís, em 2016, como candidata oficial do governador.
Se ela não pode denunciar os podres do Maranhão, também não pode ser PREFEITA. Não terá meu voto!!!!!!
O que esses presos fazem aqui fora ninguém questiona e nem relata. Ainda vem os Direitos Humanos brigar por melhores condições pra esses caras. Eles estão colhendo o que plantaram e devem tirar uma lição por tudo isso.
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