Convênio assinado na terça-feira 20 entre o governador Flávio Dino (PCdoB) e o prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT) para a reforma de ampliação do Hospital Odorico Amaral de Matos, o Hospital da Criança, no bairro da Alemanha, em São Luís, superfaturou a obra, que se encontra paralisada há três meses, em 10 milhões de reais, apontando para uma farsa eleitoral e suspeita de dinheiro público maior do que a ocorrida na gestão do tucano João Castelo, com o projeto do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos).
De iniciativa do Executivo municipal em parceria com o governo federal, a obra faz parte do fracassado programa Avança São Luís, está orçada em pouco mais de 14,8 milhões de reais e já possuía em seu projeto o redimensionamento da estrutura física, material e tecnológica divulgadas como novidade por Dino e Edivaldo a serem implementadas na reforma de ampliação exclusivamente pelo aporte dos 10 milhões de reais.
No próprio site da Prefeitura de São Luís pode ser constatado que a instalação de mais 91 leitos de internação, implantação de uma UTI com 11 leitos, mais 25 enfermarias e o centro cirúrgico com quatro salas de grande porte – bem como os serviços completos de diagnósticos por imagem, como ultrassonografia, tomografia computadorizada – já estavam todos inclusos na maquete divulgada pelo Executivo, que já mostrava também que a unidade pública de atendimento médico infantil, apenas com os 14,8 milhões de reais da parceria entre a prefeitura e o governo federal, já passaria a ter quatro andares.
Assim como ocorreu no caso da ponte sobre o Rio Gangan, a Pai Inácio, no Turu, a sensação de impunidade por parte dos órgãos fiscalizadores levou o prefeito Edivaldo Júnior, durante a cerimônia de assinatura do convênio, a adiantar que a obra não será entregue dentro do prazo estabelecido, marcado para o dia 12 de fevereiro do próximo ano. E mais: embora tenha consciência que precisa-se de pelo menos dois anos para uma obra deste porte, o prefeito de São Luís prometeu a entrega para daqui a meses, em claro – e novo – estelionato eleitoral.
Além do superfaturamento e do atraso declarado na conclusão da reforma de ampliação do Hospital da Criança, chama também a atenção o fato de que, apesar de Edivaldo Júnior já ter recebido todo o recurso federal conveniado, quase 2,3 milhões de reais, a obra não passa de amontoado de buracos, vigas de concreto, pedaços de pau e escadas abandonadas pela empresa Gomes Sodré Engenharia Ltda, responsável pelo empreendimento.
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