Em pronunciamento na tribuna da Câmara dos Deputados, nessa quinta-feira 1º, o deputado federal Hildo Rocha (PMDB-MA) pôs em dúvida a impessoalidade do juiz Osmar Gomes, titular da 1ª Vara do Tribunal do Juri, respondendo pela Central de Inquérito, que decretou a prisão do empresário João Guilherme de Abreu, ex-chefe da Casa Civil do governo Roseana Sarney.
O parlamentar maranhense questionou o fato de Gomes ter uma filha, Bianca Rodrigues dos Santos, nomeada no cargo de Assessor Jurídico, Simbologia DAS-1, na Secretaria de Estado das Cidades e Desenvolvimento Urbano, desde o 21 de janeiro, mas com data de remuneração retroativa ao 1º dia do mesmo mês. A sinecura foi revelada pelo Atual7 logo após a prisão de Abreu, apontada como de cunho político.
“Para satisfazer o desejo que ele tinha de perseguir, ele se uniu a um juiz e mandou prender um dos empresários mais respeitados do Maranhão, que é o João Abreu. (…) Se uniu a um juiz chamado Osmar Gomes, a pedido de secretário de Segurança [Jefferson Portela], e solicitou a prisão do João Abreu. O Osmar Gomes, que tem a sua filha como assessora do Flávio Dino”, destacou Rocha, apresentando da tribuna um recorte do Diário Oficial do Maranhão que comprova a sinecura.
O peemedebista destacou ainda que, por esse motivo, Osmar Gomes “jamais poderia atuar, ou pode atuar, em um processo que tem Flávio Dino no meio”. Para o deputado, o governador é “credor” do magistrado. “Esse juiz deve Flávio Dino”, declarou. Ele lembrou ainda que casos semelhantes a este culminaram em punição por parte do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
Na oportunidade, Rocha ressaltou a apresentação de um projeto de lei impedindo que o Judiciário seja usado pelo Executivo ou pelo Legislativo em casos como o supostamente ocorrido no Maranhão. Para não gerar debates corporatistas, como o levantado pela Associação dos Magistrados do Maranhão (AMMA) e pela Corregedoria-Geral da Justiça do Estado do Maranhão, que saíram em defesa de Gomes quando da revelação do emprego da filha no governo comunista, o deputado fez questão de registrar o respeito que nutre pelo Poder Judiciário maranhense, mas lembrou que “toda regra tem exceções”.
“E aqui eu quero registrar que eu respeito a Justiça do Maranhão. A Justiça maranhense é constituída de homens e mulheres de bem, mas como toda regra tem exceções. E esse juiz é uma exceção no Judiciário maranhense. Ele está envergonhando o Judiciário brasileiro”, detonou.
Flávio Diocleciano
Durante o pronunciamento, Hildo Rocha comparou o governador Flávio Dino a Diocleciano, imperador romano que ficou conhecido pelo uso da truculência e da perseguição.
“Flávio Dino usa os mesmos métodos do Diocleciano. Para mostrar que tem o poder mandou prender uma das maiores lideranças empresariais do Maranhão. Então nós podemos chamá-lo de Flávio Diocleciano, o perseguidor”, declarou.
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