Mesmo sem querer, a ex-senadora Marina Silva (Rede) criticou fortemente a aliança feita entre a deputada federal e pré-candidata a prefeita de São Luís, Eliziane Gama (PPS), e o deputado federal ex-prefeito de São Luís, João Castelo (PSDB), para vencer a eleição majoritária municipal na capital. A ação ocorreu nessa sexta-feira 3, durante passagem de Marina em São Luís para dar posse ao novo elo estadual da Rede Sustentabilidade.
Ao discursar sobre a formação de alianças eleitorais entre partidos e políticos que atuam em campos opostos, Marina afirmou que que essa junção de “água com óleo” tem acabado com o país, em troca de “projetos de poder pelo poder”.
“O que tem acabado com o nosso país é essa visão política, que não considera a realidade local, que muitas das vezes subordina tudo aos seus projetos de poder pelo poder, e são capazes de fazer as piores coligações, juntando água com óleo, só para ganhar o poder”, declarou.
A crítica acabou atingindo Gama em cheio.
Até pouco tempo atrás, a pré-candidata a prefeita era considerada a principal adversária política do ex-prefeito tucano, a quem, para ascender politicamente, e justamente em São Luís, chamava de ‘Caostelo’, em referência clara a sua péssima administração quando esteve a frente dos cofres da Prefeitura de São Luís, de 2008 a 2012. Contudo, agora em 2016, em troca de apoio do PSDB e dos votos de João Castelo, Eliziane hoje é uma de suas principais grandes aliadas, inclusive tendo o tucano poder na indicação da vice na chapa de Gama.
Ainda em critica indireta à aliança pragmática entre Gama e Castelo, Marina também disse que ela própria e o seu partido trabalham para que as coligações sejam feitas de maneira programáticas. Ela criticou também a chamada transferência de votos.
“Eu e a Rede, nós trabalhamos a ideia de coligações que sejam programáticas. Quem faz o julgamento depois é a sociedade. Aliás, essa história de fazer aliança dizendo: ‘ah, você me apoia, e eu te apoio, eu vou carrear os meus votos pra você, é uma falta de respeito com o eleitor. Por que o voto não é de ninguém. O voto é do cidadão. Ninguém transfere voto pra ninguém”, ressaltou Marina.
No discurso, embora tenha declaro que pessoalmente apoia a candidatura de Eliziane Gama para a Prefeitura de São Luís, a ex-senadora Marina Silva esclareceu que a mesma posição não pode ser dada pela Rede, que ainda decidirá a quem dará apoio nestas eleições.
Pela coerência do partido, a candidatura de um membro da própria Rede para a Prefeitura de São Luís ainda não está descartada. Essa possibilidade foi declarada pela própria Marina Silva, em novembro do ano passado, num vídeo em que aparece ao lado de Gama e do senador pelo estado do Amapá, Randolfe Rodrigues.
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