Edivaldo Holanda Júnior é suspeito de encabeçar esquema de R$ 33,2 milhões para compra de votos

Indicados para o ISEC precisavam apenas assinar ponto uma vez ao mês

Edivaldo Holanda Júnior é acusado de encabeçar esquema de R$ 33,2 milhões para compra de votos. Denúncia é de ex-funcionários do instituto

Documento enviado para a promotora Moema Figueiredo Viana Pereira Brandão, que cuida da 30ª Promotoria de Justiça Especializa na Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa, mostra que os contratados pelo Instituto Superior de Educação Continuada (ISEC) precisavam apenas assinar o ponto do mês inteiro em apenas um dia para receber os salários por supostos serviços prestados para a Prefeitura de São Luís.

A informação está na Ata de Reunião ocorrida no início da semana passada, na Sala de Reuniões das Promotorias de Justiça da Capital. A reunião contou com a presença do promotor Lindonjonson Gonçalves de Sousa, do deputado estadual Wellington do Curso (PP) e de ex-funcionários do instituto.

Ao custo de R$ 33,2 milhões aos cofres públicos, o contrato entre o ISEC e a Prefeitura de São Luís foi assinado pela Secretaria Municipal Extraordinária de Governança Solidária e Orçamento Participativo (SEMGOP), em julho de 2015.

A pasta é comandada pelo pedetista Olímpio Antônio Araújo dos Santos Silva, indicado para o cargo pelo deputado federal black bloc Weverton Rocha, que tem a ficha corrida conhecida desde os tempos em que comandou a falida União Municipal dos Estudantes Secundaristas (UMES) e depredou o Ginásio Costa Rodrigues. Para que o contrato com o instituto pudesse chegar a esse super valor, inclusive, o prefeito Edivaldo Holanda Júnior, que também é do PDT, precisou suplementar a pasta de Olímpio Araújo em mais de 114 mil por cento, por meio de decreto.

Bolsa eleição

Durante a reunião com o promotor Lindonjonson Gonçalves, os ex-funcionários do instituto afirmaram que o esquema envolveu aproximadamente 800 pessoas. Todas, segundo os ex-funcionários, foram indicadas por partidos políticos, secretários municipais e por vereadores da base aliada do prefeito na Câmara Municipal de São Luís.

Eles chegaram a receber uma espécie de bolsa eleição, até o mês de dezembro do ano passado. Para isso, bastava comparecer à SEMGOP no dia 15 de cada mês, e assinar toda a folha de ponto mensal, para simular a prestação de serviços à Prefeitura de São Luís.

O caso segue sendo investigado pelo Ministério Público do Maranhão, que pode denunciar o prefeito por prática de improbidade administrativa.

Segundo reza a legislação para quem comete esse tipo de crime contra a administração pública, Edivaldo Holanda Júnior pode ser condenado a perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos por até cinco anos. Ele também fica ainda proibido de contratar com o poder público, e obrigado a ressarcir aos cofres públicos o valor referente ao suspeito de ter sido escamoteado em sua gestão. A mesma condenação deve ser aplicada ao secretário Olímpio Araújo.

O ISEC é presidido por Luiz Celso Cutrim Barbosa. Ele é tio do vereador Honorado Fernandes (PT), aliado do prefeito Edivaldo Júnior. Celso Barbosa, inclusive, já havia sido denunciado ao MP-MA, também por suposto uso do instituto para desviar verba pública, durante o governo Jackson Lago, do mesmo partido do prefeito de São Luís.


Comentários

3 respostas para “Indicados para o ISEC precisavam apenas assinar ponto uma vez ao mês”

  1. Vou esperar o veredito dessa promotora, até então eu continuo acreditando na boa índole do prefeito Edivaldo, pois sei que período de camapnha é sempre assim, os adversários tentam de todo jeito sujar a imagem dos concorrentes, principalmente aqueles que não tem nada a oferecer para a população, que é o caso de Fábio Câmara que foi quem começou essas acusações e por ultimo Wellington do Curso, esse não precisa nem dizer nada é um atabalhoado, está se queimando sozinho.

  2. […] pré-candidato a prefeitura da capital estaria supostamente envolvido no mesmo esquema do ISEC, por ter indicado pessoas para receber o dinheiro sem precisar ir trabalhar, e por isso também pode ficar fora das eleições por crime […]

  3. […] Robusto, o documento contém provas de que o pedetista cometeu uma série de crimes no intuito de fraudar o processo eleitoral de outubro próximo, como abuso de poder econômico e político, conduta vedada e uso de dinheiro público para comprar apoios e aliados e propaganda eleitoral antecipada – o famigerado caso dos R$ 33,2 milhões do ISEC. […]

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