A Toyota Hilux preta flagrada, nesta quinta-feira 29, monitorando o candidato a prefeito pela coligação “Por amor a São Luís”, Wellington 11 (PP), seria da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) do Maranhão.
A informação foi repassada ao ATUAL7 por fontes da Inteligência da própria SSP-MA, após consulta foi feita nas redes do SIGO (Sistema Integrado de Gestão Operacional), Departamento Estadual de Trânsito (Detran) do Maranhão, Infoseg (Rede Nacional de Integração de Informações de Segurança Pública, Justiça e Fiscalização), Sinesp (Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, Prisionais e sobre Drogas) e a um sistema sigiloso federal.
Na consulta, foi constatado que a placa da Toyota Hilux, OJB-2761, é fria, isto é, não existe em nenhum da base de dados pesquisada. Segundo as fontes, quando isso ocorre, é porquê o veículo pertence à própria SSP-MA, que utiliza vários veículos desse mesmo porte para campanas feitas pelo famigerado “velado”.
O caso
Wellington cumpria agenda de campanha na Praça Dom Pedro II, onde gravava seu último programa eleitoral e concedia entrevista a TV Mirante, quando percebeu que duas pessoas dentro do veículo o fotografavam. A ação ocorreu no momento em que ele, como membro da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Maranhão, parou a gravação para dialogar com mulheres de apenados no Sistema Penitenciário do Maranhão, que realizavam um protesto nas proximidades do Palácio dos Leões, sede do Poder Executivo estadual.
Ao notar que haviam sido percebidos, o motorista do veículo fechou o vidro e saiu em disparada. O progressista ainda correu atrás do carro, chegando inclusive a bater no vidro da porta dianteira, porém o motorista avançou com o veículo e evadiu-se do local.
Diante do monitoramento, Wellington se dirigiu à AL-MA, onde protocolou um pedido na Presidência para que a Casa solicite da Polícia Federal investigação sobre a ação criminosa.
Desespero
Não há confirmação oficial, mas pode ter partido do veículo que monitorava Wellington fotos disparadas em grupos de WhatsApp por pessoas ligadas ao Palácio dos Leões. As imagens compartilhas, coincidentemente, mostram o momento em que o candidato, como parlamentar da CDH da AL-MA, conversava com as mulheres dos apenados, e foram disparadas exatamente do mesmo local onde a Toyota Hilux com placa fria estava estacionada.
A possível ligação entre os dois fatos aponta para um ato de desespero do comando comunista, devido a iminente derrota do prefeito Edivaldo Holanda Júnior, candidato do Palácio, para o candidato a prefeito pela coligação “Por amor a São Luís”.
Outro fato curioso que reforça essa suspeita é que, curiosamente, no mesmo momento em que essas pessoas espalhavam essas imagens, o secretário de Comunicação e Articulação Política, Márcio Jerry Barroso, e o próprio governador Flávio Dino (PCdoB), utilizaram o microblogging Twitter para associar Wellington à facções criminosas, insinuando que ele as estaria apoiando.
Candidato repudia ação do governo
Em nota oficial publicada na rede social Facebook, Wellington declarou que repudia a notícia caluniosa espalhada por Márcio Jerry e blogs ligados ao Palácio dos Leões. Ele afirmou ainda que “repugna qualquer ação que incentive a criminalidade e reafirmou que seguirá trabalhando, ignorando os ataques típicos de uma política arcaica, mentirosa e pautada em acusações infundadas”.
Na nota, o progressista repudiou de forma veemente “que um membro do mais alto escalão do Governo Estadual se utilize de mentiras e armação para atentar contra sua conduta ilibada, na tentativa de jogá-lo contra a opinião pública”.
Uso da máquina
Esta não seria a primeira vez que o Palácio dos Leões abusa de poder politico e usa da máquina pública em desfavor do adversário de sua cria na disputa.
Ontem 28, a Justiça do Maranhão pôs fim a um factoide criado por membros do governo estadual para macular a imagem de Wellington junto ao eleitorado. Em decisão proferida pelo juiz Cícero Dias, titular da 4ª Vara da Fazenda Pública do Maranhão, a Justiça concordou que Wellington não poderia figurar como réu numa ação usada de forma política pelo procurador-geral do Estado, Rodrigo Maia, porque o progressista não é proprietário de um terreno nas proximidades da Via Expressa, em São Luís, e decidiu encerrar a ação, por ilegitimidade do pólo passivo. E um dos trechos, o magistrado frisou que houve perseguição contra Wellington por parte do Estado.
“O réu [Wellington], com documentos, provou não ter a propriedade da área objeto da demanda e também não há prova de que ele tenha praticado esbulho ou que detenha a posse a qualquer título da referida área. Por outro lado, o autor [Estado do Maranhão], mesmo sabendo que o réu sempre alegou não ter praticado esbulho ou deter qualquer poder sobre o imóvel objeto da lide, evitou apontar pessoa diversa responsável pelo esbulho denunciado. O réu, na realidade, é parte ilegítima para figurar no pólo passivo da demanda, razão por que acolho a preliminar suscitada e extingo o processo sem resolução de mérito”, despachou Dias.
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