Dois desembargadores da Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Maranhão estão sob suspeita de vazamento de voto referente ao processo número 0288752015, que trata da Máfia de Anajatuba. A suspeição foi colocada pelo candidato a prefeito de São Luís pelo PMN, deputado Eduardo Braide, na última quinta-feira 20.
Em entrevista ao jornalista Marcelo Minard, no programa Bom Dia Maranhão, da TV Difusora, Braide declarou que o Judiciário maranhense não havia recebido a denúncia feita pelo Ministério Público contra o seu pai, o ex-presidente da Assembleia Legislativa, Carlos Braide, apontando pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) como um dos cabeças da organização criminosa (Orcrim) que desviou mais de R$ 30 milhões no município por meio de empresas de fachada do então assessor de Eduardo Braide na AL-MA, Fabiano Bezerra.
Ocorre que, diferente do que declarou o candidato, o processo ainda tramita no TJ-MA, aguardando vistas do desembargador Froz Sobrinho para que o desembargador Joaquim Figueiredo dos Anjos profira sua decisão. De acordo com os autos, somente o relator, desembargador Tyrone José Silva, rejeitou a denúncia contra o pai de Eduardo Braide.
Caso ocorra o que o candidato declarou, isto é, a Justiça não aceite a denúncia, ficará então confirmada a suspeita de que ele tenha recebido informação privilegiada e antecipada, já que a última movimentação do processo foi no dia 3 de outubro, um dia após a eleição de primeiro turno, quando o processo foi estranhamente retirado de pauta.
O ATUAL7 solicitou por e-mail à Assessoria de Comunicação do TJ-MA um posicionamento sobre o assunto e aguarda retorno.
Ninguém quer julgar
A suspeição de desembargadores para julgar o processo que pede a prisão de todos os 27 denunciados e a devolução do dinheiro escamoteado aos cofres públicos de Anajatuba não é novidade.
Antes de Braide colocar Froz Sobrinho e Joaquim dos Anjos sob suspeição, os primeiros relatores do processo da Máfia de Anajatuba, desembargadores Bayma Araújo, Raimundo Melo e João Santana, já haviam se dado suspeitos de julgar o processo, que se arrasta no TJ-MA desde junho de 2015.
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