O deputado federal maranhense Pedro Fernandes assume o Ministério do Trabalho no dia 4 de janeiro próximo. A indicação e a data foram acertadas nesta quarta-feira 27 pelos caciques de seu partido, o PTB, com o Palácio do Planalto.
Ele assume a pasta em substituição ao correligionário Ronaldo Nogueira, que pediu demissão mais cedo, alegando que irá disputar a reeleição de deputado federal em 2018 e que deseja, desde já, se dedicar a campanha.
Rebento da extinta oligarquia Sarney, Fernandes já foi secretário estadual de Educação no governo Roseana, está no quinto mandato na Câmara e é atualmente neoaliado do governador Flávio Dino (PCdoB), o novo oligarca e capo di tutti capi — o grande chefe dos chefes, em tradução livre — do Maranhão.
O encastelamento no Palácio dos Leões comunista do agora ministro de Temer, a quem Dino acusa de golpista, ocorreu oficialmente há pouco mais de quatro meses.
Em troca do apoio ao governo e projeto de reeleição de Flávio Dino, Pedro Fernandes ganhou de presente para o filho, Pedro Lucas, o comando da Agência Executiva Metropolitana, pasta criada pelo governador exclusivamente para abrigar o herdeiro do neoaliado.
O anuncio da saída do partidário e indicação do agora comuno-temista ocorre, coincidentemente, no dia em que saíram os novos dados de empregos referentes a novembro, com destaque nada agradável para o Maranhão, que fechou o período com saldo negativo na preservação de empregos.
Se os números não mudarem nos próximos meses, e o fechamento de vagas formais continuar a superar a abertura, em vez de fortalecer, a ascensão do petebista para o Ministério do Trabalho pode prejudicar a reeleição de Dino e acabar com o seu projeto pessoal de ver o filho eleito para a Câmara em 2018.
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