Soltura de tenente-coronel aponta para fragilidade das denúncias de Portela
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Soltura de tenente-coronel aponta para fragilidade das denúncias de Portela

Antônio Erivelton foi um dos alvos de espetacularização, com direito a helicóptero e forte escolta policial, da SSP/MA em ação contra a suposta Máfia do Contrabando

A determinação do juiz federal da 1ª Vara Criminal, Luiz Régis Filho, de por em liberdade o tenente-coronel da Polícia Militar do Maranhão, Antônio Eriverton Nunes Araújo, aponta para a fragilidade da investigação e das denúncias feitas à Justiça pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), comandada pelo delegado Jefferson Portela.

Apontado como integrante da suposta organização criminosa da Máfia do Contrabando, desbaratada por ação policial no final de fevereiro último, Eriverton teve pedido de prisão preventiva solicitado por Portela e aceito pelo juiz titular da 1ª Vara Criminal de São Luís, Ronaldo Maciel. Quando de sua prisão, aproveitando a onda criada em torno da existência da Orcrim, Portela determinou até mesmo o uso de helicóptero do Centro Tático Aéreo (CTA) e de escolta policial fortemente armada. Uma espetacularização midiática digna de filmes de Hollywood, como mostra a foto em destaque.

A revogação de prisão do tenente-coronel da PM/MA, segundo os autos, atendeu a pedido do Ministério Público Federal (MPF).

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Em manifestação encaminhada à 1ª Vara Federal, da Seção Judiciária do Maranhão, no último dia 26, os procuradores da República Carolina da Hora, Juraci Guimarães e Marcilio Nunes Medeiros, designados pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, para atuar conjuntamente no caso, deixaram de denunciar e requereram a soltura de Antônio Eriverton por, até o momento, insuficiência de provas.

Além da revogação da prisão, não foi determinada contra ele sequer medidas cautelares.

O ex-comandante do 21º Batalhão da Polícia Militar estava preso preventivamente no presídio militar, o Manelão, por suspeita de integrar a Máfia do Contrabando, desde o dia 6 do mês passado. A prisão ocorreu quando ele fazia um curso de aprimoramento em Belém. Em depoimento na sede da Superintendência de Combate a Corrupção (Seccor), que coordenou as investigações durante o período em que o caso esteve sob competência estadual, o tenente-coronel Antônio Eriverton alegou inocência, garantindo que provaria não ter qualquer tipo de ligação com o suposto bando contrabandista.



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