Ciro diz que, se for eleito, vai pôr Justiça e Ministério Público na “caixinha”
Política

Ciro diz que, se for eleito, vai pôr Justiça e Ministério Público na “caixinha”

Declaração foi feita durante entrevista ao programa Resenha, da TV Difusora. Candidato do PDT à Presidência da República tem o apoio de Flávio Dino no Maranhão

O candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, que tem o apoio irredutível do governador Flávio Dino (PCdoB) no Maranhão, afirmou que, se ele for eleito para o Palácio do Planalto em outubro próximo, pretende botar a Justiça e o Ministério Público na “caixinha” — isto é, impôr controle à independência dos magistrados e promotores que atuam na Lava Jato, maior investigação contra a corrupção já realizada no Brasil.

A ameaça foi feita na semana passada, quando Ciro esteve no estado, durante entrevista concedida ao programa Resenha, da TV Difusora — de propriedade do suplente de senador Edison Lobão Filho (MDB-MA), mas arrendada para um grupo empresarial que teria ligações com o deputado federal Weverton Rocha (PDT), pré-candidato ao Senado.

“[Lula, ex-presidente] só tem chance de sair da cadeia se a gente assumir o poder e organizar a carga. Botar juiz para voltar para a caixinha dele, botar o Ministério Público para voltar para a caixinha dele e restaurar a autoridade do poder político”, afirmou Ciro.

A frase foi dita no contexto de uma resposta ao jornalista Itevaldo Júnior, em que o pedetista tentava explicar a estratégia do PT de insistir na candidatura de Lula — mesmo após a condenação em segunda instância da Justiça e prisão.

“Estão cansados de saber que eles não vão deixar o Lula ser candidato, pela Lei da Ficha Limpa que o próprio Lula botou pra valer”, disse.

Assim como Ciro, Dino também já manifestou-se contrário à ideia petista de manter Lula como presidenciável. O comunista, inclusive, ignorando a eventual força política da pré-candidata à Presidência de seu partido, deputada Manuela D’Ávila, defende que as esquerdas abandonem o líder do PT e apoiem Ciro Gomes.

O ex-presidente Lula está preso desde o dia 7 de abril deste ano, em uma sala especial na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba. Ele foi condenado em segunda instância pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região a 12 anos e 1 mês, além de ter de pagar multa no valor total de 1.400 salários mínimos, que corresponde a cerca de R$ 1 milhão, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá (SP).



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