Roseana critica Dino por mortes em portas de hospitais: “propaganda não salva a vida”
Política

Roseana critica Dino por mortes em portas de hospitais: “propaganda não salva a vida”

Apenas neste ano, cinco pessoas que precisavam se descolocar a São Luís para fazer tratamento de hemodiálise morreram. Em julho, um idoso morreu em Imperatriz por omissão de socorro

A candidata ao Governo do Maranhão Roseana Sarney (MDB) criticou o governador Flávio Dino (PCdoB), em ato político na cidade de Raposa, no último fim de semana. Após a morte de mais uma paciente de hemodiálise na porta de um hospital pertencente à rede estadual pública de saúde, e do comunista garantir na campanha de reeleição que o sistema melhorou na gestão comunista, a emedebista disse que a realidade da população é diferente da mostrada na propaganda.

“As pessoas estão revoltadas com tantas mentiras, porque sabem que a realidade do Maranhão é muito diferente do que eles mostram na propaganda. Mas propaganda não salva a vida de quem está morrendo nas portas dos hospitais”, declarou Roseana.

Na semana passada, uma idosa identificada como Hilda Ferreira Barbosa, de 65 anos, morreu em frente ao Hospital Regional da Baixada Maranhense Dr. Jackson Lago, em Pinheiro. Segundo familiares, ela não foi atendida e houve omissão de socorro. A idosa morreu dentro do ônibus de pacientes, que mesmo debilitados são submetidos a horas de viagens, por três vezes por semana, para fazerem hemodiálise em São Luís.

O trajeto inclui um viagem de ferry boat de quase uma hora e meia, em que a van tem que ficar desligada e os pacientes sem ar-condicionado no interior do veículo. Como resultado, os pacientes chegam à clínica exaustos.

Em maio, três pacientes de hemodiálise de Arari morreram numa tragédia na BR-135. Maria de Fátima Socorro Lopes, Robessandro Melo Menezes e Edson Lopes dirigiam-se à capital para tratamento não disponível na cidade em que residiam. O carro em que eles estavam foi atingido por um ônibus. No acidente, morreram, ainda, Antônio Carlos Rodrigues, motorista da Prefeitura Municipal de Arari, e o irmão dele, identificado como José de Ribamar Rodrigues.

No início do ano, em janeiro, também morreu o aposentado Raimundo Borges, no Hospital Socorrão 2, em São Luís. Ele era morador da cidade de Pinheiro e dependia do tratamento de hemodiálise na capital. Meses antes, em reportagens sobre o descaso da Secretaria de Estado da Saúde (SES) com quem precisa do poder público, o idoso alertou que estava cansado do sofrimento para conseguir se tratar.

Enquanto pacientes sofrem com as longas viagens, e casos de mortes dele tem se tornado cada vez mais uma constante nos últimos meses, desde 2015, quando o governador Flávio Dino assumiu o poder no Palácio dos Leões, clínicas de hemodiálise em sete cidades do Maranhão seguem sem inauguração. Segundo já confirmado em nota pela própria gestão comunista, antes de deixar o governo, Roseana Sarney reservou quase R$ 7 milhões para as obra.

Até hoje, porém, mesmo com todos os contratos tendo sido assinados em 2014, nenhuma clínica foi entregue por Dino. Apesar do descaso, o titular da SES, Carlos Eduardo Lula, indiciado pela Polícia Federal numa investigação sobre corrupção envolvendo a pasta, ignorou a morte da idosa Hilda Ferreira Barbosa na porta do hospital Regional de Pinheiro e lançou um livro, em que faz promoção pessoa sobre sua própria gestão e de Flávio Dino.

Há casos também como o ocorrido em julho último, em Imperatriz, quando uma omissão de socorro no Hospital Macrorregional da cidade provocou a morte de Agostinho José Ferreira, de 64 anos. Segundo vídeo gravado por um enteado da vítima, na porta da unidade, mesmo chegando ao local com fortes dores no peito, ele não recebeu atendimento.

“O povo é quem está sentindo na pele e quer dar um basta nesse governo desumano”, declarou Roseana sobre o descaso.



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