Ao contrário do que vem apregoando o presidente estadual do PCdoB no Maranhão, Márcio Jerry, a fusão do partido com o PPL forma uma nova legenda, mas não garante sobrevivência aos dois partidos, pois não forma quantidade suficiente de eleitos para superar a chamada cláusula de barreira.
Segundo a reforma política aprovada pelo Congresso no ano passado, com regra já aplicada na eleição de 2018, cada partido tinha de ter obtido em outubro último ao menos 1,5% dos votos válidos para a Câmara dos Deputados, distribuídos em, no mínimo, nove unidades da federação, com pelo menos 1% dos votos válidos em cada uma delas. Outra opção era eleger pelo menos nove deputados, distribuídos em, no mínimo, nove estados do país. Quem não ultrapassou a barreira ficará sem recursos de fundo partidário e tempo de propaganda no rádio e na TV nas eleições de 2020, o que, na prática, impede a sobrevivência do partido.
No caso do PCdoB, que tem o governador Flávio Dino em sua fileiras, o partido fracassou nas urnas e fez 1,35%.
Os comunista até conseguiram eleger nove deputados federais, mas em apenas sete estados da federação: dois no Maranhão (o próprio Márcio Jerry e o Rubens Pereira Júnior, sendo o último reeleito), dois na Bahia (Alice Portugal e Daniel Almeida, ambos reeleitos), um no Rio de Janeiro (Jandira Feghali, reeleita), um em São Paulo (Orlando Silva, reeleito), um no Acre (Perpétua Almeida, que retorna à Câmara), um no Amapá (professora Marcivânia, reeleita) e um em Pernambuco (Renildo Calheiros, que também retorna à Câmara).
Já o PPL teve desempenho bem pior e fez somente 0,39%. Apenas o deputado federal Uldúrico Júnior, reeleito pelo eleitorado da Bahia.
Desta forma, ainda que o PCdoB consiga reverter a situação do deputado federal Isaac Carvalho, eleito sub judice em razão de condenação por improbidade administrativa enquanto era prefeito de Juazeiro (BA), e efetive a fusão com o PPL, o PCdoB não conseguirá superar a cláusula de barreira. Isto ocorre porque, mesmo se a votação do comunista Isaac for reconhecida, o sigla passaria para apenas 1,46% dos votos válidos para a Câmara e, fundidos os dois partidos, a nova legenda passaria para 10 parlamentares, mas não atingiria a nota de corte e continuaria a ter eleitos apenas nos mesmos sete estados, alcance eleitoral insuficiente para ultrapassar a cláusula de barreira.
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