Nota distribuída a parte da imprensa pela assessoria do deputado federal Josimar Maranhãozinho (PR), nessa segunda-feira 21, confirma a veracidade das acusações do delegado de Polícia Civil e ex-chefe do DCCO (Departamento de Combate ao Crime Organizado), Ney Anderson Gaspar, de que o parlamentar teria sido alvo de investigação a mando do secretário estadual da Segurança Pública, delegado Jefferson Portela.
Segundo a nota, aparentemente escrita pelo próprio deputado, a SSP-MA teria ainda sido utilizada por Portela para ações políticas contra ele e o seu grupo partidário.
“Portela é tido como um homem prepotente e que não mede consequências quando o objetivo de atingir seus desafetos políticos. Na investigação contra Maranhãozinho nada foi constatado e o parlamentar se diz tranquilo quanto a sua vida pública”, destaca num dos trechos.
A nota não informa, contudo, quais as suspeitas contra o deputado federal, se chegou a haver ou não a abertura formal de algum inquérito, nem se as investigações foram realmente arquivadas – ou se estão apenas paralisadas, também por questões políticas. Maranhãozinho ainda fez confusão em relação a outra investigação, que teria como alvo o ex-deputado estadual e superintendente de Articulação da Baixada, Penaldon Jorge, contra máfia da agiotagem no Maranhão.
Segundo o delegado Ney Anderson, o avanço de Portela sobre Josimar Maranhãozinho ocorreu somente enquanto o parlamentar atuava na oposição ao governador Flávio Dino (PCdoB) na Assembleia Legislativa. Após ele aderir à situação, com apoio ao comunista no pleito de 2018, quando Dino foi reeleito para o Palácio dos Leões, diz o ex-chefe do DCCO, Jefferson Portela retornou policiais militares e delegados para a área de influência política do deputado do PR.
Por conta de suposta ordem de Jefferson Portela para espionagem a desembargadores do Tribunal de Justiça do Maranhão, revelada inicialmente pelo também delegado de Polícia Civil e ex-chefe da Seic (Superintendência Estadual de Investigações Criminais), Tiago Bardal, e reforçada com mais detalhes por Ney Anderson, a Procuradoria Geral de Justiça (PGJ) do Maranhão deve instaurar inquérito criminal, atendendo exigência do desembargador Joaquim Figueiredo, presidente da corte, para apurar o caso.
O silêncio de Flávio Dino, acostumado a sair em defesa de aliados nas redes sociais, revela que Jefferson Portela está na iminência de cair do cargo.
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