Josimar Maranhãozinho
Investigação contra Josimar Maranhãozinho por desvio de emendas fica com Zanin
Política

Deputado foi alvo de busca e apreensão em pelo menos duas apurações da PF, entre 2020 e 2022. Recentemente, ele buscou reaproximação com o entorno de Flávio Dino, ministro da Justiça, e passou a votar com o governo Lula na Câmara

O ministro Cristiano Zanin, do STF (Supremo Tribunal Federal), é o novo relator do inquérito que apura o envolvimento do deputado federal Josimar Maranhãozinho (PL) em suposto esquema de desvio de recursos viabilizados por meio de emendas parlamentares.

Sigilosa, a investigação foi distribuída no último dia 10 de agosto, após ele haver substituído o ministro Ricardo Lewandowski, que antecipou a aposentadoria na Corte próximo da data em que completaria 75 anos, idade-limite para permanecer no cargo. Zanin foi indicado para o Supremo pelo presidente Lula (PT), de quem foi advogado e é amigo.

Caberá ao novo integrante do tribunal analisar se Maranhãozinho praticou os crimes de peculato, fraude a licitação, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa –a qual seria integrada ainda agiota Josival Cavalcanti da Silva, o Pacovan, dono de postos de gasolina e apontado como operador de empresas possivelmente de fachada no Maranhão que seriam usados para lavagem de dinheiro.

De acordo com as apurações, prefeituras sob a influência política de Josimar Maranhãozinho beneficiadas com as verbas contratavam empresas possivelmente de fachada ligadas ao deputado, que sacavam parte dos pagamentos na boca do caixa para entrega do dinheiro ao parlamentar. A PF estima que a fraude pode ter gerado prejuízo de R$ 15 milhões aos cofres públicos. Parte dos valores eram destinados à área da saúde dos municípios do estado.

Uma das cidades é Zé Doca, interior do Maranhão, administrada por Josinha Cunha (PL), irmã do deputado. Centro do Guilherme, que já esteve sob controle da esposa de Maranhãozinho, a hoje deputada federal Detinha Cunha (PL-MA), e agora comandada pelo prefeito Zé de Dário (PL), também foi beneficiada com emendas parlamentares que teriam sido desviadas. Todas repassaram os recursos às empresas Águia Farma, Medhosp e Atos Engenharia, segundo a Polícia Federal. Também recebeu transferências a MG Empreendimentos, empresa vinculada pelos investigadores ao deputado.

A construtora Madry, pertencente ao próprio parlamentar, também foi beneficiada com o dinheiro, de acordo com apurações da PF e movimentações suspeitas capturas pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).

Josimar Maranhãozinho foi alvo de mandados de busca e apreensão em pelo menos duas ocasiões, entre 2020 e 2022. Também teve o patrimônio bloqueado, em mais de R$ 6 milhões.

O parlamentar é presidente estadual do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro e que é comandado nacionalmente por Valdemar Costa Neto, condenado no escândalo do Mensalão do PT e investigado na Lava Jato.

Em meio ao pleito eleitoral de 2020, Maranhãozinho foi flagrado manuseando uma grande quantidade de maços de dinheiro em seu escritório político, em São Luís. Em um dos trechos de gravações feitas com uma câmera escondida autorizada por Lewandowski, o deputado aparece guardando os valores em caixas. A um interlocutor, disse que uma delas continha R$ 250 mil.

Em publicações nas redes sociais sobre as conclusões da PF, o parlamentar maranhense tem afirmado que é inocente, e “que sua conduta sempre foi pautada na legalidade”.

No início do ano, em meio a nova operação da Polícia Federal contra aliados, o parlamentar buscou reaproximação com o entorno do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB-MA). Recentemente, levou sua bancadinha do PL maranhense e abeirou-se diretamente ao ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha, e do ministro ministro das Cidades Jader Filho. Também passou a contrariar o próprio partido sobre Reforma Tributária e Carf (Conselho de Administração de Recursos Fiscais), e votou com governo Lula na Câmara.

Em 2022, quando foi reeleito para a Câmara como o terceiro mais votado no estado, Josimar Maranhãozinho declarou ser dono de patrimônio de R$ 25,4 milhões. Dezoito anos antes, quando foi eleito pela primeira vez para a prefeitura de Maranhãozinho, de onde tirou o apelido, ele sequer tinha bens para declarar à Justiça Eleitoral. Apenas nos último quatro anos, o deputado teve um aumento de cerca de R$ 10 milhões no patrimônio.

Elo com Josimar Maranhãozinho leva ao STF investigação contra Eduardo DP
Política

Informações fornecidas pelo Coaf à Polícia Federal mostram que a empreiteira Construservice fez pagamentos ao ex-chefe de gabinete do deputado federal maranhense

A Justiça Federal do Maranhão encaminhou para o STF (Supremo Tribunal Federal) a investigação sobre corrupção em contratos da Construservice com a Codevasf após a Polícia Federal apresentar indícios de ligação do deputado federal Josimar Maranhãozinho (PL-MA) com os supostos crimes.

Com sede localizada em Codó, interior maranhense, a empreiteira tem como sócio oculto Eduardo José Barros Costa, o Eduardo DP, que chegou a ser preso. No papel, os sócios formais da Construservice são o engenheiro Rodrigo Gomes Casanova Júnior e Adilton da Silva Costa, motorista de Eduardo DP.

O suposto elo foi descoberto no bojo das investigações relacionadas à Operação Odoacro, e tem como base dados fornecidos pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) à PF que mostram que a Construservice, além de outras duas empresas suspeitas, fizeram pagamentos a Carlos Roberto Lopes, ex-chefe de gabinete de Maranhãozinho. A informação é da Folha de S. Paulo.

Segundo a reportagem, as apurações revelaram que a Construtora Madry, que pertence oficialmente ao parlamentar maranhense, transferiu R$ 100 mil para a E. R. Distribuição de Asfalto, que também tem Eduardo DP como sócio oculto. Esse valor foi repassado entre setembro de 2019 e o mesmo mês do ano seguinte.

A PF encontrou ainda repasses de ao menos R$ 215 mil da empresa Águia Farma, da qual Josimar Maranhãozinho é suspeito de ser sócio oculto, para a Construservice.

Uma terceira firma, cujo controle de fato também é atribuído ao parlamentar, fez repasse a empresa ligada a Eduardo DP. É a Joas Empreendimentos e Serviços, que no papel pertence à suposta empregada doméstica do deputado, segundo a apuração da PF. A empresa repassou R$ 158 mil à E. R. Distribuição de Asfalto.

Após o surgimento dos indícios relativos a Maranhãozinho, a Justiça Federal no Maranhão decidiu encaminhar o caso ao STF, em razão do foro especial por prerrogativa de função do deputado maranhense.

A apuração tramita no Supremo desde de janeiro, sob sigilo. A relatoria é do ministro Luís Roberto Barroso.

Segundo a Folha de S. Paulo, o ex-chefe de gabinete de Josimar Maranhãozinho reconheceu ter sido pago por empresas que a PF aponta como ligadas a Eduardo DP. Ele disse, porém, que prestou consultorias e que o serviço foi realizado antes de começar a trabalhar no gabinete do parlamentar, ainda que o pagamento tenha ocorrido quando já atuava com o deputado.

A defesa do deputado informou que pediu acesso aos autos do caso e só poderá se manifestar após conhecer o conteúdo do inquérito.

A Codevasf afirmou que colabora ativamente com o trabalho das autoridades e “tem vivo interesse na elucidação dos fatos em apuração”.

A defesa de Eduardo DP e da Construservice não se manifestou.

Josimar Maranhãozinho se reaproxima do entorno de Flávio Dino após operação da PF contra aliados
Política

Elos foram refeitos com o vice-governador Felipe Camarão e com o deputado Márcio Jerry. Ação da Polícia Federal desbaratou suposto esquema da Othimu’s Distribuidora, de Adson Manoel e Márcio Hominho, em prefeitura do PL

Líder maranhense do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro e do mensaleiro Valdemar Costa Neto, o deputado federal Josimar Maranhãozinho se organiza para voltar aos braços do ex-governador e hoje ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.

Nas últimas semanas, por meio de agendas diversas, o parlamentar tem buscado reaproximação com o entorno de Dino, de quem havia se afastado desde a campanha eleitoral de 2022, quando deixou o grupo dinista, foi alvo de operação espetaculosa e apoiou a candidatura do senador Weverton Rocha ao Palácio dos Leões.

Até o momento, os elos foram refeitos com o vice-governador maranhense Felipe Camarão (PT), apadrinhado do ministro e com quem recentemente o líder do PL no estado havia trocado farpas nas redes sociais por falta de merenda escolar em uma unidade da rede pública estadual no município de Junco do Maranhão, e com o deputado federal Márcio Jerry (PCdoB), um dos principais conselheiros políticos de Dino.

A movimentação já era esperada, por Maranhãozinho ser político do tipo camaleão, que se adapta de acordo com o ambiente, mas teve início logo após aliados de deputado serem alvo de operação da Polícia Federal no estado.

Batizada de Deterrimus, a ação da PF teve como objetivo desarticular suposto esquema criminoso que teria como principal beneficiária a Othimu’s Distribuidora, empresa de fachada localizada na Ilhinha, em São Luís, registrada nos nomes de Adson Manoel Silva Oliveira e Márcio Flávio dos Santos Abreu, o Márcio Hominho.

Ambos são filiados ao PL, por onde buscaram o comando de prefeituras maranhenses nas eleições de 2020. O primeiro disputou, sem sucesso, pela segunda vez consecutiva, a prefeitura de Turiaçu; e o segundo, também derrotado nas urnas, a prefeitura de Bacuri.

Segundo a investigação, eles teriam fraudado licitação e desviado recursos públicos do município de Cachoeira Grande, localizado a cerca de 11 quilômetros de São Luís, comandado pelo prefeito César Castro, também do PL de Maranhãozinho.

Além da reaproximação com o ministro da Justiça e Segurança Pública, a quem a PF é subordinada, o deputado federal maranhense busca ainda, com aval de Valdemar Costa Neto, levar congressistas do partido, que contra com 14 parlamentares no Senado e 99 na Câmara, para a base de Lula.

Com a articulação, até o momento, pelo menos 20 deputados federais do PL devem votar alinhados com o governo petista.

TJ-MA mantém decisão de Bayma que anulou operação do Gaeco contra Josimar
Política

Desembargadores da Primeira Câmara Criminal da corte entenderam que Vara de Organizações Criminosas não tinha competência para atuar na megaoperação Maranhão Nostrum. Investigação apurava suspeita de fraudes em licitação, peculato e lavagem de dinheiro

A Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Maranhão rejeitou, por unanimidade, recurso da PGJ (Procuradoria-Geral de Justiça) e manteve decisão liminar do desembargador Antônio Fernando Bayma Araújo que anulou as buscas realizadas pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate às Organizações Criminosas) do Ministério Público do Estado, no bojo da megaoperação Maranhão Nostrum.

Também foi mantido o ponto da decisão que suspendeu as investigações do procedimento investigatório criminal relacionado ao caso, além da imediata paralisação da extração de dados e devolução dos bens apreendidos dos investigados.

O desembargador José Joaquim Figueiredo dos Anjos e o juiz convocado Samuel Batista de Souza acompanharam Bayma Araújo, relator do habeas corpus impetrado pelo ex-prefeito de Araguanã, Valmir Amorim (PL), um dos alvos da operação. Contrária ao parecer da PGJ, a confirmação da decisão teve o julgamento concluído na última terça-feira (9), em sessão virtual iniciada no início de agosto.

Deflagrada em outubro do ano passado, a ação foi realizada de forma espetaculosa e contou com o apoio da Polícia Civil maranhense, por meio de forte aparato da SECCOR (Superintendência Estadual de Prevenção e Combate à Corrupção), CTA (Centro Tático Aéreo) e até do GPE (Grupo de Pronto Emprego), exclusivo para atuação em situações de risco diferenciado.

A Maranhão Nostrum teve como principal alvo o deputado federal Josimar Maranhãozinho (PL), apontando como líder de suposta organização criminosa suspeita de fraudes em licitação, peculato e lavagem de dinheiro. O esquema teria movimentado mais de R$ 160 milhões.

Mais de 70 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Vara Criminal de São Luís, foram cumpridos em 13 municípios maranhenses (São Luís, Maranhãozinho, Zé Doca, Araguanã, Carutapera, Centro do Guilherme, Pedro do Rosário, Pinheiro, Santa Inês, Miranda do Norte, Presidente Médici, São José de Ribamar e Parnarama) e na cidade de Várzea Alegre, no estado do Ceará.

A decisão de anular as buscas já havia sido proferida liminarmente por Bayma Araújo, decano da corte, também outubro do ano passado.

Segundo o desembargador, a primeira instância não tinha competência para atuar no caso, em razão do foro por prerrogativa de função de Josimar Maranhãozinho. Na época, a 1ª Vara Criminal de São Luís era comandada por Francisco Ronaldo Maciel Oliveira, atualmente integrante da cúpula da corte estadual, por critério de merecimento.

“Violar as prerrogativas de parlamentar federal com a proferição de decisão de juízo monocrático, ainda que sob o argumento de que investigado por ato estranho ao seu mandato, porém decorrente de anterior legislatura parlamentar estadual, é malferir a garantia constitucional do juiz natural e seus consectários do juiz competente e imparcial”, destacou.

Em junho, após rumores de que Josimar Maranhãozinho e a deputada estadual Detinha (PL), sua esposa, seriam alvo de nova operação do Gaeco, a defesa do deputado entrou com pedido na Vara Especial Colegiada dos Crimes Organizados, colocando ambos à disposição do Poder Judiciário. Também foi pedido acesso aos autos da suposta investigação e o fornecimento de certidão afirmando que inexistem processos ou procedimentos criminais instaurados contra o casal.

A solicitação, porém, foi julgada prejudicada pelo juiz Raul José Duarte Goulart Júnior, no mês passado.

Segundo destacou, o advogado de Josimar e Detinha pode ter acesso integral a todos os documentos que compõem a Operação Maranhão Nostrum, bem como pesquisar no sistema PJe processos registrados em nome de cada um dos clientes, e obter a certidão de antecedentes criminais no site do TJ-MA, “desde que este não esteja com acesso restrito devido a pendências de cumprimento de diligências sigilosas”.

Quando a ação do Gaeco foi deflagrada, Josimar Maranhãozinho era pré-candidato ao Palácio dos Leões. Recentemente, porém, recuou da disputa majoritária e decidiu tentar a renovação do mandato na Câmara. Na declaração de bens apresentada ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ele declarou patrimônio de R$ 25,4 milhões. Do montante, quase R$ 1 milhão é em espécie.

Partido de Bolsonaro, PL faz jogo duplo no Maranhão e libera apoio a Flávio Dino ao Senado
Política

Legenda é comandada por Josimar Maranhãozinho. Ele desconversa quando questionado se apoio a ex-mandatário também fortaleceria Carlos Brandão na disputa pelo Palácio dos Leões

Partido de Jair Bolsonaro, o PL faz jogo duplo no Maranhão na disputa eleitoral de 2022. Embora a legenda tenha decidido durante convenção estadual, segundo ata registrada na Justiça Eleitoral, apoiar a candidatura à reeleição do senador bolsonarista Roberto Rocha (PTB), diversas lideranças políticas do partido têm declarado publicamente apoio a Flávio Dino (PSB), ex-mandatário do Estado e desafeto do presidente da República.

A infidelidade partidária conta com a proteção do deputado Josimar Maranhãozinho, que comanda o partido no estado.

Alvo da Polícia Civil e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate às Organizações Criminosas) do Ministério Público, ele havia se afastado de Dino e virado oposição ao Palácio dos Leões sob alegação de que teria sido vítima de perseguição pela Operação Maranhão Nostrum, deflagrada em outubro do ano passado.

Ao ATUAL7, disse que mantém apoio à reeleição do senador bolsonarista, mas que não pode “obrigar os descontentes a seguir com ele”. “Cabe ao Roberto conquistar a todos”, declarou.

Espécie de resposta pronta, a mesma declaração já havia sido dada na semana passada ao blogueiro Werbeth Saraiva, após questionamento sobre o deputado estadual Vinícius Louro, vice-presidente do PL no Maranhão e atualmente escudeiro mais caninamente fiel a Josimar Maranhãozinho na Assembleia Legislativa, ter fechado apoio a Flávio Dino.

A liberação concedida pelo presidente do PL maranhense tem provocado suspeita de que ele próprio esteja com pé em cada canoa na corrida pelo governo do Maranhão.

No final de maio, em transmissão ao vivo nas redes sociais, ele confessou que teve conversas com o governador Carlos Brandão (PSB), que era vice de Dino e agora concorre à reeleição. Segundo afirmou, nos diálogos, houve oferecimento de espaço no Executivo do Estado em troca de apoio no pleito.

Apesar das ofertas, garantiu, ele não é político do tipo que se vende.

Na live, o deputado federal declarou apoio ao senador Weverton Rocha (PDT), principal adversário de Brandão na disputa, e indicou como vice na chapa o deputado estadual Hélio Soares, do PL de Jair Bolsonaro. Integrante dos mais antigos da tropa de choque de Josimar, ele teria dificuldades de se reeleger para a Alema em razão da prioridade que o chefe do partido planeja dar à sobrinha, Fabiana Vilar Rodrigues, também do PL, na corrida por uma vaga no Legislativo estadual.

Questionado se o apoio de lideranças do PL a Flávio Dino ao Senado também fortaleceria Carlos Brandão ao governo, Josimar Maranhãozinho desconversou.

“É diferente”, disse, embora garantindo que trabalha pela eleição de Weverton.

No período em que o Palácio dos Leões esteve sob comando de Dino, o PL foi um dos partidos que integrou o governo do Estado, com o controle de pastas em troca de apoio na aprovação de projetos de interesse do Executivo na Assembleia Legislativa, e de vista grossa para casos envolvendo irregularidade e corrupção com os cofres públicos.

Josimar recusa ofertas do Palácio dos Leões, rejeita Brandão e fecha apoio a Weverton
Política

Se comprovada, revelação de oferecimento da estrutura da máquina pública pode configurar corrupção e abuso de poder econômico

O governador Carlos Brandão (PSB) perdeu para o senador Weverton Rocha (PDT) a batalha pelo apoio do deputado federal Josimar Maranhãozinho (PL) na disputa ao Palácio dos Leões nas eleições de 2022.

Em live transmitida na noite dessa segunda-feira (23), sem citar nomes, Josimar revelou ter recebido diversas ofertas de integrantes do Palácio dos Leões para que declarasse apoio a Brandão na corrida pelo Executivo do Estado, mas que tomou a decisão de fechar com Weverton.

“Há 60 dias começamos a dialogar com o governo [do Estado], antes mesmo de Carlos Brandão assumir. Eu e Brandão já temos proximidade desde a eleição em São Luís e da Famem. Nós não almejamos secretarias nesse momento, então acertamos apoio para eu disputar reeleição para deputado. Mas, no meio do caminho, Weverton também se propôs a dialogar”, disse.

“Então começamos a ouvir propostas dos dois lados. E, nas tratativas, vários prefeitos do PL receberam ligações, pessoas do governo oferecendo asfalto, essas coisas”, completou.

A revelação de oferta de abertura da máquina pública em troca apoio eleitoral, se comprovada, pode configurar corrupção e abuso de poder econômico.

Apesar do apoio a Brandão haver sido rejeitado, também esvazia o discurso eleitoral antibolsonarista que vem tentando construir o ex-governador Flávio Dino (PSB), pré-candidato de Carlos Brandão ao Senado, já que o PL de Josimar Maranhãozinho é também o partido que abriga o presidente Jair Bolsonaro.

Com a adesão, Weverton fortalece a reedição de uma “solução acriana” na eleição majoritária, agora também na disputa pelo governo do Estado.

Josimar indica desistência de candidatura ao Palácio dos Leões e pode unificar palanque de Weverton
Política

Oferta de Carlos Brandão por apoio teria envolvido Eduardo DP e recursos financeiros para o PL, mas filiação de Jair Bolsonaro e de lideranças do Aliança pelo Brasil no partido tentem a pesar da decisão

O deputado federal Josimar Maranhãozinho (PL) admitiu, pela primeira vez, que pode abrir mão de sua pré-candidatura ao Palácio dos Leões.

Em live nesta segunda-feira (16), ele afirmou que vai reunir com aliados para avaliar se permanece na disputa ou se apoiará um outro postulante.

“Agora na sexta-feira, nós vamos reunir todos os prefeitos e, posteriormente, vamos reunir com os pré-candidatos [à Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados] para deliberar sobre o que é melhor para nosso grupo. Nós vamos avaliar se vamos continuar candidatos ou se nós vamos fazer adesão a alguém que tem uma proposta que realmente venha somar com o que nós queremos, que é um Maranhão melhor”, disse.

A declaração de Josimar ocorre após forte movimentação nos bastidores do governador Carlos Brandão (PSB) e do senador Weverton Rocha (PDT). Nas últimas semanas, ambos têm intensificado em variedade de ofertas em troca de apoio do líder do PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, no Maranhão.

Segundo pessoas que participaram das negociações ouvidas reservadamente pelo ATUAL7, os principais pedidos de Josimar Maranhãozinho são auxílio jurídico em inquéritos que tramitam no STF (Supremo Tribunal Federal) e votos que garantam a eleição de uma bancada de até cinco parlamentares pelo Partido Liberal para a Câmara, incluindo na relação o próprio Josimar e sua esposa, a deputada estadual Detinha.

Do lado de Brandão, ainda de acordo com essas fontes, teria havido também oferecimento de recursos para a campanha do PL ao Legislativo, na ordem de quase meio milhão de reais, envolvendo o empresário Eduardo Barros Costa, mais conhecido como Eduardo DP ou Imperador, investigado por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, desvio de recursos públicos e agiotagem. Ele tem contratos com o Governo do Estado por meio da Construservice, empreiteira operada por meio de laranjas.

Apesar da suposta oferta financeira, Josimar de Maranhãozinho tende a fechar apoio a Weverton Rocha, unificando e viabilizando de maneira definitiva um projeto estadual de oposição. Os partidos Avante e Patriota, controlados pelo parlamentar no estado, também entrariam na aliança.

Além do PL ter Jair Bolsonaro e lideranças do extinto Aliança pelo Brasil entre os filiados, o discurso de que sofreu perseguição do Palácio dos Leões, então sob Flávio Dino (PSB), também dificulta adesão ao palanque de Carlos Brandão.

Segundo diversas declarações públicas de Josimar, a Maranhão Nostrum, megaoperação midiática deflagrada pelo (Grupo de Atuação Especial no Combate às Organizações Criminosas) e pela Seccor (Superintendência Estadual de Prevenção e Combate à Corrupção) no ano passado, teria recebido influência de Dino, pré-candidato ao Senado na chapa de Brandão, com objetivo de enfraquecê-lo e retirá-lo da disputa eleitoral majoritária.

Josimar foca combate à pobreza em propaganda partidária: ‘Vamos tirar o Maranhão do vermelho’
Política

Fala do pré-candidato ao Palácio dos Leões pelo PL ataca diretamente Flávio Dino, que deixou o governo, e Carlos Brandão, atual mandatário

O deputado federal e pré-candidato ao Palácio dos Leões, Josimar Maranhãozinho, estreou a propaganda partidária gratuita do Partido Liberal.

No material, que passou a ser veiculado na semana passada, Josimar mantém foco no combate à pobreza e ataca de forma direta o governo de Flávio Dino (PSB), que findou no início deste mês, e de Carlos Brandão (PSB), continuidade da gestão.

“São realidades como essa que nos entristece profundamente. O Maranhão precisa de um olhar mais humano para com nossa gente. Nós do PL temos esse olhar. Vamos juntos tirar o Maranhão do vermelho”, diz o pré-candidato ao governo, após a inserção mostrar um família relatando a falta de emprego, de renda no estado e sobre ser vítima da fome.

A dura crítica –com o uso em duplo sentido da cor vermelha, em alusão à extrema pobreza no estado e aos partidos de esquerda– potencializa o distanciamento de Josimar Maranhãozinho do Palácio dos Leões, efeito que já havia sido reforçado no final de março, com a entrada de lideranças do Aliança pelo Brasil no PL, por orientação de Jair Bolsonaro.

O presidente se filiou ao partido em novembro, e caminha para ter Josimar como candidato próprio no Maranhão. “As cores verde e amarela [estão agora] predominando sobre o vermelho. Nós conseguimos fazer brotar o sentimento de patriotismo”​, discursou, durante o ato.

Pará Figueiredo deixa o União Brasil e se filia ao PL de Josimar Maranhãozinho
Política

Filiação ocorre poucos dias após o parlamentar haver declarado apoio a Carlos Brandão na disputa pelo Palácio dos Leões

O deputado estadual Pará Figueiredo decidiu deixar o União Brasil (fusão do DEM e PSL) e se filiar ao PL, partido controlado pelo deputado federal Josimar Maranhãozinho.

Filho do desembargador Joaquim Figueiredo, ex-presidente do Tribunal de Justiça e atual presidente do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Maranhão, Pará buscará a reeleição para a Assembleia Legislativa.

A filiação do parlamentar ao PL ocorre poucos dias após ele haver declarado apoio a Carlos Brandão (PSB), que assumirá o Executivo estadual no próximo dia 2 de abril, com a saída do governador Flávio Dino (PSB) para concorrer ao Senado.

Josimar Maranhãozinho, dono do PL no estado, também é pré-candidato ao Palácio dos Leões.

Entrada de lideranças do Aliança pelo Brasil no PL consolida Josimar como candidato de Bolsonaro no MA
Política

Filiação ao partido atende pedido do presidente da República

Lideranças maranhenses do Aliança pelo Brasil que vão concorrer à Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa em outubro deste ano se filiaram, neste domingo (20), ao Partido Liberal, o PL.

A legenda é controlada no estado pelo deputado federal Josimar Maranhãozinho, pré-candidato ao Palácio dos Leões, que agora se fortalece no pleito e se consolida como único nome de Bolsonaro na disputa.

A entrada da cúpula do Aliança pelo Brasil no Maranhão ao PL atende a pedido de Bolsonaro, que se filiou ao partido em novembro do ano passado.

Josimar descarta desistir de pré-candidatura ao governo do MA após nova ação da PF
Política

Líder do PL foi alvo de três operações da Polícia Federal desde que se lançou na disputa pelo Palácio dos Leões em 2022

Alvo sistemático de operações da Polícia Federal desde que se lançou na disputa pelo Palácio dos Leões, o deputado federal Josimar Maranhãozinho (PL) permanece firme com a pré-candidatura.

Em live ao lado da esposa e deputada estadual Detinha (PL) nessa segunda-feira (14), Josimar afirmou que segue na corrida, e ainda apresentou propostas de abertura de concurso público e ampliação de atendimento na área da saúde.

“Eu acredito que nós podemos fazer muito, e por isso estamos diante de uma pré-candidatura, sempre buscando mostrar para o Maranhão que queremos o melhor para esse estado”, disse.

O líder estadual do PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, é investigado em pelo menos três inquéritos sigilosos abertos no STF (Supremo Tribunal Federal), dois sob relatoria do ministro Ricardo Lewandowski e outro tendo a ministra Rosa Weber como relatora. Ele nega os crimes atribuídos pelas investigações, e tem repetido ser vítima de perseguição por conta da disputa eleitoral de 2022.

Na última sexta-feira (11), Josimar foi alvo de busca e apreensão pela Polícia Federal em operação autorizada por Lewandowski. A ação é desdobramento da Ágio Final, deflagrada em dezembro de 2020 contra suspeita de esquema de associação criminosa, tráfico de influência e extorsão contra prefeituras maranhenses beneficiadas com emendas parlamentares, e que envolve o agiota Josival Cavalcanti da Silva, o Pacovan.

“Seguimos contribuindo e colaborando com todas as averiguações sem medo e sem restrição. Vejo como uma demonstração de que nada foi encontrado das outras vezes e tampouco será. Por essa razão não consigo entender a espetacularização do ocorrido, que parece ter sido orquestrado para gerarem grande e rápida repercussão na imprensa regional e nacional”, publicou nas redes sociais a respeito da operação.

Josimar já havia sido alvo de buscas da PF em 1º de dezembro de 2021, também em investigação sobre desvio de verbas de prefeituras relacionadas a emendas parlamentares, em contratos na área da infraestrutura. A autorização partiu da ministra Rosa Weber.

Antes, no dia 9 de dezembro de 2020, o pré-candidato ao governo do Maranhão foi alvo da Operação Descalabro, autorizada por Lewandowski, que apura suposto esquema criminoso voltado ao desvio de recursos públicos, da área da saúde, por meio do direcionamento de licitações aberta com recursos também oriundos de emendas parlamentares.

Apesar da pressão, que parte principalmente de adversários, que buscam seu apoio, ele segue na disputa.

O PL, sob comando de Josimar no estado, se consolidou como uma das maiores forças políticas do Maranhão, com 40 prefeitos e quase 300 vereadores eleitos em 2020, segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

PF faz buscas contra Josimar e Pastor Gil em desdobramento da Ágio Final
Política

Itens apreendidos pela Polícia Federal em 2020 também apontam suposto envolvimento de Roberto Rocha e Hildo Rocha em desvio de emendas. Contudo, senador e deputado não teriam sido alvos da operação deflagrada hoje

A Polícia Federal cumpriu nesta sexta-feira (11) mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e empresariais ligados aos deputados federais Josimar Maranhãozinho e Pastor Gil, ambos do Maranhão.

Sigilosa, a investigação faz parte de um dos desdobramentos da Operação Ágio Final, deflagrada em dezembro de 2020, que apura suspeita de esquema de associação criminosa, tráfico de influência e extorsão contra prefeituras maranhenses beneficiadas com emendas parlamentares, e envolve o agiota Josival Cavalcanti da Silva, o Pacovan.

Houve buscas também contra o deputado federal Bosco Costa, de Sergipe. Todos são do PL, atual partido do presidente da República Jair Bolsonaro. A PF chegou a pedir buscas nos gabinetes dos parlamentares na Câmara, mas o ministro Ricardo Lewandowski, relator do caso no STF (Supremo Tribunal Federal), indeferiu.

Conforme revelou o ATUAL7, no bojo da Ágio Final, a Polícia Federal identificou a possível relação dos deputados federais alvos da operação deflagrada hoje com os delitos investigados, o que provocou o envio do caso para o Supremo, por motivo do foro privilegiado dos parlamentares.

Itens apreendidos pelos agentes federais também apontam indícios de suposto envolvimento do senador Roberto Rocha (PSDB) e do deputado federal Hildo Rocha (MDB), ambos também do Maranhão, no esquema de desvio de emendas. Contudo, eles não teriam sido alvos das ordens de busca e apreensão cumpridas mais cedo.

O ATUAL7 procurou todos os parlamentares citados pela Polícia Federal no inquérito sigiloso remetido ao STF, ainda no ano passado, mas apenas Roberto Rocha e Hildo Rocha retornaram o contato, e negaram envolvimento com os crimes investigados.

Ministério Público investiga gestões de indicados por Weverton e Josimar na Sagrima
Política

Inquérito foi instaurado por representação da PGE-MA, e apura despesas realizadas sem cobertura contratual entre 2018 e 2021

O Ministério Público do Maranhão investiga supostos atos de improbidade administrativa que teriam sido praticados durante as gestões de indicados pelo senador Weverton Rocha (PDT) e pelo deputado federal Josimar Maranhãozinho (PL) na Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Pesca, a Sagrima.

De acordo com o promotor que conduz o caso, Nacor Paulo Pereira dos Santos, da 35ª Promotoria de Justiça Especializada na Defesa da Patrimônio Público e da Probidade Administrativa, houve a realização de despesas sem cobertura contratual entre 2018 e 2021, levando o MP-MA a apurar se “houve prática de quaisquer das condutas típicas descritas no art. 178 da Lei nº 14.133/2021”.

A norma trata sobre crimes em licitações e contratos administrativos no âmbito da administração pública direta, autárquica e fundacional da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

O inquérito foi instaurado em agosto de 2021, com base em representação formulada pela PGE (Procuradoria-Geral do Estado) do Maranhão.

A apuração se concentra nas gestões de Márcio Honaiser, deputado estadual pelo PDT indicado por Weverton Rocha, e de Fabiana Vilar Rodrigues, sobrinha e indicada por Josimar Maranhãozinho. O período entre ambos, em que o engenheiro agrônomo Edjahilson Souza esteve à frente da Sagrima, também é alvo.

Até o momento, no entanto, nenhum deles consta formalmente como investigado.

As indicações políticas para a pasta ocorreram em razão do senador e do deputado federal terem integrado a coalizão que reelegeu o governador Flávio Dino (PSB) para o Palácio dos Leões em 2018.

Nas eleições de 2022, porém, ambos não fazem mais parte do grupo político liderado pelo mandatário, que ungiu como sucessor o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), tendo justamente Weverton e Josimar como principais adversários na disputa.

Dino negocia Sedes, Emap e Detran por apoio a Brandão ao Palácio dos Leões
Política

O objetivo é garantir musculatura, verbas e tempo de propaganda eleitoral maiores que Weverton Rocha e Josimar Maranhãozinho, principais adversários na disputa

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), negocia cargos ainda em sua gestão para assegurar apoios ao vice-governador Carlos Brandão (PSDB) na sucessão ao Palácio dos Leões em 2022.

De acordo com diferentes interlocutores, Dino manifestou que daria aos deputados federais André Fufuca (PP) e Juscelino Filho (DEM), respectivamente, o controle da Sedes (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social) e da Emap (Empresa Maranhense de Administração Portuária), que gerencia o Porto do Itaqui. As cartas foram colocadas à mesa também para o deputado federal Pedro Lucas Fernandes (PTB), que também negocia a Sedes.

Publicamente, os três ainda dizem estarem fechados com o senador Weverton Rocha (PDT). A expectativa é de que manifestem novo posicionamento até o próximo dia 31 de janeiro, data de reunião da base aliada.

O objetivo da troca de cargos por alianças é esvaziar o pedetista e garantir musculatura, verbas e tempo de propaganda eleitoral maiores que adversários de Carlos Brandão no pleito. O outro principal opositor, nos cálculos do Palácio dos Leões, é o deputado federal Josimar Maranhãozinho (PL).

Além de lideranças partidárias, também há acordo com a família Macedo, de Dom Pedro, mas que ainda enfrenta impasse por haver pedido o Departamento de Trânsito do Maranhão, já prometido para o pastor Eliel Gama, presidente estadual do Cidadania e irmão da senadora Eliziane Gama.

Pré-candidato ao Senado, o governador Flávio Dino renunciará ao cargo no final de março, deixando a cadeira para Carlos Brandão, que disputará a reeleição ao Executivo. Atualmente, já estão fechados com ele o PSDB, PSB, PROS, PV, PCdoB e Cidadania.

Josimar Maranhãozinho faz ofensiva para reforçar laços com evangélicos
Política

Fundamental para a eleição de Jair Bolsonaro em 2018, interlocução com o seguimento é considerada essencial para a campanha de 2022. Pré-candidato ao Palácio dos Leões conta com apoio do presidente da República na disputa

Pré-candidato ao Palácio dos Leões, o deputado federal Josimar Maranhãozinho (PL) iniciou o ano eleitoral desencadeando uma ofensiva para reforçar laços com evangélicos.

Desde o início de janeiro, o parlamentar, que é católico, tem participado de cultos solenes e recebido orações de diversas lideranças do segmento, tanto em igrejas na capital quanto no interior do estado, especialmente das denominações Igreja Mundial do Poder de Deus e Assembleia de Deus.

“Nada é mais inspirador do que ver a fé do homens em Deus. Por isso sempre estou presente junto às igrejas, participando das suas programações, celebrando suas conquistas e principalmente adorando a Jesus, nosso Senhor. E fico emocionado com as homenagens que recebo, a exemplo daqui tive a honra de ganhar no último sábado, juntamente com minha esposa Detinha, na Assembleia de Deus de Centro do Guilherme. Mais uma vez só tenho a agradecer por essa linda homenagem”, publicou nas redes sociais.

Imagens em que aparece lendo passagens da Bíblia que tratam sobre a revelação de Deus nas Escrituras ser a fonte de orientação e discernimento para o Seu povo também tem ganhado destaque.

“A tua palavra é lâmpada que ilumina os meus passos e luz que clareia o meu caminho”, publicou, em referência ao que está escrito em Salmos 119:105.

Fundamental para a eleição de Jair Bolsonaro em 2018, a interlocução com os evangélicos é considerada essencial para a campanha eleitoral de 2022.

Em novembro do ano passado, o presidente da República voltou ao centrão e se filiou o PL, partido controlado por Josimar no Maranhão, e deve apoiar o correligionário na disputa contra a tentativa de hegemonia do grupo liderado pelo governador Flávio Dino (PSB) no Executivo do Estado. O mandatário, desafeto de Bolsonaro, apoia o vice-governador Carlos Brandão (PSDB) na sucessão.

Saiba quais são os possíveis candidatos ao Palácio dos Leões nas eleições de 2022
Política

Atualmente com sete nomes, pleito poderá ter apenas homens na disputa

A menos de dez meses para a eleição de 2022, a corrida pelo Palácio dos Leões entrou em fase definitiva, com possíveis candidatos se movimentando e travando batalhas por crescimento e consolidação nas pesquisas de intenção de votos, formação de alianças partidárias com capacidade financeira para custear campanhas e atração de apoios de lideranças.

Pelo menos sete postulantes permanecem na disputa, já que outros recuaram ou, apesar da expectativa de entrada, jamais confirmaram a pretensão, como a ex-governadora Roseana Sarney (MDB), o secretário de Educação Felipe Camarão (PT) e o senador Roberto Rocha (PSDB).

Caso confirmada a saída de Roseana, se outra mulher não se apresentar, o pleito terá apenas homens como concorrentes.

Pelo calendário eleitoral, as candidaturas só serão oficializadas nas convenções partidárias realizadas de 20 de julho a 5 de agosto, e a permissão para fazer campanha, com pedido de voto, começa em 16 de agosto. O primeiro turno é em 2 de outubro, e o segundo, no dia 30 do mesmo mês.

Os possíveis candidatos ao governo do Maranhão até o momento, em ordem alfabética, são: Carlos Brandão (PSDB), Edivaldo Holanda Júnior (PSD), Enilton Rodrigues (PSOL), Josimar Maranhãozinho (PL), Lahesio Bonfim (PTB), Simplício Araújo (SD) e Weverton Rocha (PDT).

Vice-governador do Estado, Brandão conta com o apoio do atual mandatário do Executivo, Flávio Dino (PSB), que deixa o cargo até abril e vai disputar o Senado pela chapa palaciana. Atualmente, estão com ele o PSDB, PSB, PROS, PV, PCdoB e Cidadania.

Com Josimar Maranhãozinho estão PL, Avante e Patriota, e com Weverton Rocha PDT, DEM, PP, Rede e Republicanos.

Edivaldo Júnior, Enilton Rodrigues, Lahesio Bonfim e Simplício Araújo, se permanecerem no confronto, podem ir de chapa pura.

O xadrez da política
Artigo

Por Abdon Marinho*

QUEM gravita em torno da política – políticos, jornalistas, advogados etcetera –, sabe que alguns temas são incontornáveis, pois deles dependem os movimentos de diversas outras peças. É o que se chama xadrez político.

Na semana passada tivemos dois fatos que podemos enquadrar em tal categoria: no cenário (ou tabuleiro) local, a definição de quem será o candidato do senhor Dino, governador do Estado; no cenário nacional, a filiação partidária do senhor Bolsonaro.

Estes dois acontecimentos são incontornáveis para as eleições, tanto para a eleição nacional, de presidente da República, quanto para as eleições locais, de governador de Estado, incrivelmente, como em um xadrez, essas “mexidas” de pedras estão relacionadas entre si.

Um terceiro tema, mais de menor envergadura, foi a conclusão das prévias do PSDB (ufa!) que escolheu como candidato da agremiação política à presidência, o governador de São Paulo, João Dória. Mas esse, como dito, um tema menor, que, conforme avance a campanha, pode até se tornar irrelevante.

Usando metáforas dos costumes, muito afeitas ao presidente da República, depois de dois anos “sendeiro” o senhor Bolsonaro “casou-se” no último dia 30 de novembro com um grande amor do passado, o Partido Liberal - PL.

Dono de um coração volúvel, já tendo passado por diversos outros “casamentos” – nove ou dez –, sem nunca se “apegar” a nenhum dos partidos por onde passou, casou com o PL “de papel passado e tudo mais” no regime de comunhão total de bens – neste caso, os bens de nenhum dos dois, mais, sim, os bens de todo o povo brasileiro.

Com isso, os que temiam a presença de um ex-presidiário no Palácio do Planalto, o pesadelo aconteceu bem mais cedo que o esperado.

O ex-presidiário por corrupção no esquema do “mensalão do PT”, Waldemar Costa Neto, presidente do PL, que já vinha “despachando” numa das salas próximas a do presidente, poderá, pelo casamento em “comunhão total de bens” passar a despachar da sala principal daquele palácio.

Para quem, até bem pouco tempo, “despachava” da Papuda, passar a despachar diretamente da presidência da República é um feito extraordinário. Um luxo, diria um amigo.

Embora, a essa altura do campeonato, os pretendentes já fossem escassos, o presidente poderia ter se “casado” com alguém com um passado mais recatado, mas, provando que o “amor” só enxerga as melhores qualidades, optou justamente pelo PL, com um longo passado nos esquemas de corrupção do Partido dos Trabalhadores - PT e com um coraçãozinho tão volúvel quanto o do próprio presidente, a ponto de “trair” sem nem mudar de roupa. Algo só comparável ao outro sócio de poder igualmente “enrolado” com os esquemas petistas, o Partido Progressita - PP, que embora “mandando e desmandando” no atual governo já “flerta” com “seu” grande amor do passado, o PT.

Muito embora o jogo da política seja o mais dinâmico, fico imaginando como tem sido para os devotados bolsonaristas se convencerem – e justificarem –, o fato do governo que pensavam surgido para acabar com a “velha política” e a corrupção ser hoje comandado pelos principais partidos do “centrão”, mas não só isso, os sócios majoritários do petismo nos escândalos do mensalão, do petrolão e tantos outros que ainda nem tivemos tempo para descobrir.

Talvez justifiquem repetindo o “mantra” tosco do seu guia: “melhor o centrão que o esquerdão”.

Em todo caso, não será tarefa fácil.

No próprio casamento de Bolsonaro com Waldemar/PL um dos filhos do “noivo”, Flávio Bolsonaro, deitou falação contra um ex-presidiário, no caso, o Lula, do PT, esquecendo-se que estava ao lado de um outro ex-presidiário, Waldemar/PL, “noivo” do pai, e ex-parceiro do outro ex-presidiário em esquemas diversos.

O senador filho do “noivo” não apenas “falava do boi em cima do couro”, falava do boi em cima do boi.

Deixando as metáforas e pilhérias de lado, a filiação do presidente ao PL traz consequências políticas interessantes, a começar pelo próprio discurso do presidente que não poderá se pautar mais no combate à “velha política” ou à corrupção.

Vai falar de velha política “casado” com o PL, tendo como padrinho o centrão? Essa turma está no poder desde que Cabral chegou por aqui.

Vai falar de combate à corrupção com o governo comandado e repleto de implicados nos esquemas de corrupção dos governos anteriores? Não é algo fácil de se fazer.

Sobrará a pauta econômica.

Mas o que dizer da desvalorização cavalar do real em relação ao dólar ou da inflação passando dos dois dígitos, do empobrecimento das famílias, dos milhões de desempregados e das famílias tendo que se alimentar de lixo?

São desafios quase intransponíveis.

Noutra quadra, a filiação do presidente ao PL acaba por alterar diversas composições nos estados.

Diferente do que que ocorreu nas eleições de 2018, quando viu muitas chapas ou campanhas “mistas”, o nível de açodamento desta eleição não vai permitir isso.

Não consigo mais imaginar o PL de Bolsonaro e Josimar no palanque com Flávio Dino, do PSB, ou o PT de Lula.

E aqui começa o outro assunto intransponível da semana: a decisão do atual governador Flávio Dino em relação a sua sucessão.

Para a surpresa de ninguém – pelo menos das pessoas que convivem com a política e não é dada as paixões desmedidas –, o senhor Dino anunciou que o “seu” candidato a sucessão será o atual vice-governador, Carlos Brandão.

Um dia antes da fumacinha sair pela inexistente chaminé do Palácio dos Leões, um amigo me ligou com uma indagação pertinente: — Abdon, o que é mesmo que Flávio tem a decidir? Ora, já se sabe que Josimar estará na oposição, nem participou da primeira reunião da chamada “base” de apoio ao governo; o senador Weverton já disse que o foguete dele não tem ré; os outros dois candidatos, Felipe Camarão e Simplício Araújo, não desejam e não tem base política suficiente para “peitar” o governador e aquele que será governador a partir de abril; só lhe resta Brandão.

Trocamos impressões por mais alguns minutos sobre o tabuleiro político.

No dia seguinte, em viagem para o interior, fui alcançado mais de uma vez com a pergunta: — já saiu a fumacinha dos Leões?

A menos que fizesse como Roseana Sarney, em 2014, ou Luiz Rocha, em 1986, e decidisse ficar no governo até o fim – abrindo mão de uma candidatura ao Senado da República –, para “tocar” com mão de ferro a própria sucessão, a opção por Brandão era a mais óbvia. Querendo ou não, será ele o governador a partir de abril e já vem fazendo as vezes de governador em quase todas as pautas públicas.

Não acredito que Flávio Dino tivesse “coragem” para propor que apenas cumprisse o restante do mandato para apoiar outro do grupo ou que ele (Brandão) aceitasse tal missão, como teria feito Luiz Rocha, supostamente, a pedido de Sarney, nas eleições de 1986.

E, iria fazer isso em benefício de quem? Do senador Weverton Rocha, justamente o que Flávio Dino menos confia e tem nele seu principal adversário político no estado? Aliás, sobre o senador pedetista, um amigo que o conhece bem melhor que eu soltou uma frase enigmática, disse-me: — Abdon, é alguém que não serve para amigo e muito menos para inimigo.

Como não o conheço pessoalmente, não posso opinar sobre isso.

Mas voltando ao nosso assunto ou tabuleiro, diferente do muitos disseram, acredito que o governador, dentro das condições que possuía, moveu as pedras corretamente: já disse quem era o seu candidato e por quem vai trabalhar; e, deu um prazo – até janeiro –, para os partidos políticos da “base” se “acertarem” com o candidato.

O governador conhece a máquina estadual, sabe que muitos interesses podem ser acomodados.

Foi um movimento acertado, esse tempo é suficiente para que os outros políticos e até mesmo o cenário nacional exerça sua influência na política local.

Não devemos perder de vista que com as alterações na legislação eleitoral, o prazo de domicílio eleitoral e filiação partidária passou a ser de apenas 06 (seis) meses, significando que muitas coisas poderão acontecer até lá.

Sobre uma aliança entre o senador Weverton Rocha, do PDT e Josimar de Maranhãozinho, do PL, agora com Bolsonaro, embora possa até haver interesse de ambos, diante cenário nacional, acho difícil “vingar”.

Como disse acima, a política é incrivelmente dinâmica, vamos aguardar as próximas jogadas.

* Abdon Marinho é advogado.