Operação Ágio Final
PF faz buscas contra Josimar e Pastor Gil em desdobramento da Ágio Final
Política

Itens apreendidos pela Polícia Federal em 2020 também apontam suposto envolvimento de Roberto Rocha e Hildo Rocha em desvio de emendas. Contudo, senador e deputado não teriam sido alvos da operação deflagrada hoje

A Polícia Federal cumpriu nesta sexta-feira (11) mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e empresariais ligados aos deputados federais Josimar Maranhãozinho e Pastor Gil, ambos do Maranhão.

Sigilosa, a investigação faz parte de um dos desdobramentos da Operação Ágio Final, deflagrada em dezembro de 2020, que apura suspeita de esquema de associação criminosa, tráfico de influência e extorsão contra prefeituras maranhenses beneficiadas com emendas parlamentares, e envolve o agiota Josival Cavalcanti da Silva, o Pacovan.

Houve buscas também contra o deputado federal Bosco Costa, de Sergipe. Todos são do PL, atual partido do presidente da República Jair Bolsonaro. A PF chegou a pedir buscas nos gabinetes dos parlamentares na Câmara, mas o ministro Ricardo Lewandowski, relator do caso no STF (Supremo Tribunal Federal), indeferiu.

Conforme revelou o ATUAL7, no bojo da Ágio Final, a Polícia Federal identificou a possível relação dos deputados federais alvos da operação deflagrada hoje com os delitos investigados, o que provocou o envio do caso para o Supremo, por motivo do foro privilegiado dos parlamentares.

Itens apreendidos pelos agentes federais também apontam indícios de suposto envolvimento do senador Roberto Rocha (PSDB) e do deputado federal Hildo Rocha (MDB), ambos também do Maranhão, no esquema de desvio de emendas. Contudo, eles não teriam sido alvos das ordens de busca e apreensão cumpridas mais cedo.

O ATUAL7 procurou todos os parlamentares citados pela Polícia Federal no inquérito sigiloso remetido ao STF, ainda no ano passado, mas apenas Roberto Rocha e Hildo Rocha retornaram o contato, e negaram envolvimento com os crimes investigados.

PF investiga suspeita de envolvimento de Roberto Rocha, Josimar Maranhãozinho, Pastor Gil e Hildo Rocha em desvio de emendas
Política

Apuração também alcança o deputado federal Bosco Costa, do PL de Sergipe. Indícios foram identificados no curso da Operação Ágio Final

A Polícia Federal investiga a suspeita de envolvimento de pelo menos quatro deputados federais e um senador em suposto desvio de valores de emendas parlamentares destinadas a municípios maranhenses, inclusive por congressista de outro reduto eleitoral.

Documentação obtida com exclusividade pelo ATUAL7 mostra que os investigados são os maranhenses Josimar Maranhãozinho (PL-MA), Pastor Gil (PL-MA) e Hildo Rocha (MDB-MA), além do senador Roberto Rocha (PSDB-MA). Embora eleito pelo estado de Sergipe, o deputado federal Bosco Costa (PL) também é alvo da investigação.

Sigiloso, o inquérito foi aberto com base em anotações manuscritas e mensagens em aparelhos celulares apreendidas no bojo da Operação Ágio Final, deflagrada pela PF do Maranhão em dezembro de 2020, com objetivo de desarticular suposto esquema de extorsão contra prefeituras maranhenses que foram beneficiadas com emendas destinadas por diversos congressistas.

A citação aos parlamentares e o fato dos valores discriminados nas anotações serem idênticos aos valores das emendas destinadas não configuram prova do envolvimento deles nos crimes apurados, mas os indícios levaram a PF a investigar a suposta conexão.

Procurados pelo ATUAL7, apenas Roberto Rocha e Hildo Rocha retornaram o contato.

“Eu investigado?? Por quem e por que??? Então estão investigando 81 senadores e 513 deputados. A menos que alguém tenha colocado meu nome em algum desses inquéritos. Eu até imagino quem seja”, respondeu o senador tucano, sem entrar em detalhes a respeito da suspeita apurada pela PF nem sobre quem teria “colocado” o nome dele na apuração.

Já o emedebista, em nota enviada por sua assessoria, ressaltou haver presidido nesta semana audiência pública da Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados, na qual teve a participação do ministro da CGU (Controladoria-Geral da União), Wagner Rosário. Durante a apresentação de relatórios de auditorias feitas em convênios e aquisições de equipamentos com recursos federais, Rosário revelou a possibilidade de haver negociatas com emendas parlamentares.

“Segundo ele, a CGU em conjunto com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal estão apurando possíveis irregularidades realizadas com emendas. Entretanto, não foram apontados nomes de investigados”, disse Hildo Rocha.

De acordo com a documentação ao qual o ATUAL7 teve acesso, o inquérito que apura os fatos foi originalmente instaurado pela Delegacia de Repressão à Corrupção e Crimes Financeiros da Polícia Federal no Maranhão, quando buscava apurar suposta prática de associação criminosa e tráfico de influência que seriam encabeçadas pelo agiota Josival Cavalcante da Silva. Conhecido como Pacovan, ele dono de postos de gasolina no estado que seriam usados para lavagem de dinheiro –dois deles adquiridos recentemente pelo senador Weverton Rocha e o prefeito de Igarapé Grande Erlânio Xavier, ambos do PDT. À época, a compra não foi declarada.

No curso das investigações, foi identificada a possível relação dos parlamentares com os delitos apurados, e os autos remetidos para o STF (Supremo Tribunal Federal), em razão do foro por prerrogativa de função dos deputados e do senador da República. A suspeita é de que o grupo tenha recebido até 25% do valor total das emendas destinadas aos municípios maranhenses, como suposto pagamento de propina, mediante comissão de Pacovan, supostamente obtido por meio de contratos com empresas de fachada.

O relator do caso no Supremo é o ministro Ricardo Lewandowski.

Em publicação nas redes sociais após haver sido procurado pelo ATUAL7, o deputado Josimar Maranhãozinho classificou a suspeita levantada pela PF como perseguição de adversários políticos na disputa de 2022, por estar postulando concorrer ao Palácio dos Leões em oposição ao grupo político controlado pelo governador Flávio Dino (PSB).

“Sinceramente, nem me surpreendo com tamanha perseguição e má fé, por parte de alguns indivíduos. Não são capazes de superarem meus trabalhos e partem para a difamação. Nessa ‘selva", algumas ratazanas se escondem em alcovas de leões. Mas, às vezes, caem em sua própria armadilha”, escreveu.

Pacovan completa uma semana preso em Pedrinhas, sem visitas
Política

Agiota foi alvo da Operação Ágio Final, da PF, que investiga tentativa de extorsão ao prefeito Eudes Sampaio, de São José de Ribamar

Nesta quinta-feira 10, o empresário do mercado financeiro Josival Cavalcante da Silva, o Pacovan, apontado pelas autoridades policiais estaduais e federais como um dos maiores agiotas do Maranhão, completa uma semana atrás das grandes no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís.

Desde o último dia 3, quando foi preso preventivamente pela Polícia Federal no bojo da Operação Ágio Final, Pacovan não recebeu visitas nem mesmo de advogados —como era esperado para alguém que há quase uma década vem se profissionalizando no papel de investigado e preso por agiotagem e extorsão, e que em eventual delação poderia derrubar integrantes de todos os Poderes.

Até o momento, também foi foi impetrado nenhum habeas corpus no TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região, com pedido de sua soltura.

Segundo a PF, Pacovan é suspeito de tentar extorquir o prefeito de São José de Ribamar, Eudes Sampaio (PTB), parte de recursos públicos federais destinados ao município, sob pretexto de ter influído na destinação das verbas. As tentativas de extorsões eram realizadas de forma ostensiva, com episódios de invasão a residência do gestor e intermediação com terceiros, de modo a conferir maior pressão para o pagamento dos valores exigidos.

Esta a quinta passagem de Pacovan por Pedrinhas, onde já conhecia pavilhões da unidade prisional São Luís 4. O primeiro registro é de novembro 2015, dois de 2016 (fevereiro e julho) e outro de maio de 2017. Neste de há três anos, para ser solto, ele foi colocado sob monitoramento eletrônico.

Atualmente, está recolhido na Cela 03, no pavilhão Bloco A, do Centro de Triagem.

Não há registro de que Pacovan tenha sido encaminhado para Pedrinhas quando foi preso pela primeira vez pela Polícia Federal, durante a Operação Usura, deflagrada em maio de 2011, contra desvio de recursos públicos, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Na segunda vez em que foi alvo da PF, em setembro de 2013, na Operação Usura II, também por suspeita de agiotagem e ladroagem de dinheiro da merenda escolar, medicamentos e do aluguel de máquinas e carros nos municípios maranhenses, contra ele foram expedidos apenas mandados de busca e apreensão e de condução coercitiva.

Preso pela PF, Pacovan é mandado para o Centro de Triagem em Pedrinhas
Política

Ele foi colocado na Cela 02, do Bloco A da unidade prisional. Até o momento, agiota não recebeu qualquer visita, nem mesmo de advogados

O empresário do mercado financeiro paralelo Josival Cavalcante da Silva, agiota mais conhecido como Pacovan, está preso no Centro de Triagem do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís.

Pacovan foi preso preventivamente pela Polícia Federal, nessa quinta-feira 3, no bojo da Operação Ágio Final, que investiga supostas ameaças e tentativa de extorsão ao prefeito de São José de Ribamar, Eudes Sampaio (PTB).

Ele foi colocado na Cela 02, do Bloco A da unidade prisional. Até o momento, segundo apurou o ATUAL7, que obteve com exclusividade as imagens de seu novo ciclo em Pedrinhas, Pacovan não recebeu qualquer visita, nem mesmo de advogados.

De acordo com a PF, por meio de comparsas, também presos na operação, o agiota teria pressionado o gestor a realizar pagamento de parte dos recursos públicos federais destinados ao município, sob o pretexto de ter influído na destinação das verbas.

Para apurar a suspeita de elo entre o esquema e integrantes da bancada federal do Maranhão, a investigação deve chegar ao STF (Supremo Tribunal Federal).

Elo entre agiotas e integrantes da bancada do MA deve levar Ágio Final para o STF
Política

Três suspeitos de associação criminosa foram presos preventivamente pela Polícia Federal, ontem

Deflagrada pela Polícia Federal, nessa quinta-feira 3, a Operação Ágio Final deve chegar ao STF (Supremo Tribunal Federal), por conta do elo entre agiotas, lobistas e integrantes da bancada federal do Maranhão.

Para avançar nas investigações e evitar o trancamento do inquérito policial, a partir de informações colhidas no bojo da operação e em publicações da imprensa, os investigadores terão de ter autorização do Supremo, por meio da PGR (Procuradoria-Geral da República), em razão de foro privilegiado por prerrogativa de função dos parlamentares.

Parte dos suspeitos de associação criminosa foi presa preventivamente pela PF, ontem: o agiota Josival Cavalcante da Silva, o Pacovan; o vereador de Itapecuru Mirim, Abraão Nunes Martins Neto (PDT); e o ex-prefeito de Água Doce, Antônio Jose Silva Rocha (PSDB).

De acordo com a PF, por meio de ameaças ao prefeito de São José de Ribamar, Eudes Sampaio (PTB), eles buscavam o pagamento de parte dos recursos públicos federais destinados ao município, sob o pretexto de ter influído na destinação das verbas.

É onde entram os integrantes da bancada federal do Maranhão, tanto da Câmara quanto do Senado.

Principalmente durante a pandemia do novo coronavírus, após a edição da Portaria 1.666, de 1° de julho de 2020 pelo governo de Jair Bolsonaro (sem partido), agiotas e lobistas —entre eles o famigerado João Batista Magalhães, o Magáiver— começaram a procurar de prefeitos do interior do Maranhão, inicialmente para negociar e depois para exigir o pagamento de até 30% de recursos federais transferidos para as contas das prefeituras.

As cobranças, porém, diferentemente do denunciado por Eudes Sampaio ao Ministério Público Federal, não teriam sido feitas por acaso. Por trás, existiria um perigoso esquema envolvendo integrantes da bancada federal maranhense, que, em paralelo às indicações ao destino da verba federal, teriam vendido esses recursos por até 20% do valor, recebendo à vista. Na outra ponta, já acertados com gestores municipais, lobistas e agiotas ficariam com o poder de indicar quais empresas, maior parte de fachada, deveriam ser contratadas para a compra de produtos ou execução de serviços, colocando no valor contratado o ágio final.

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ERRAMOS: O ex-prefeito de Água Doce, Rocha Filho, está atualmente filiado ao PSDB, e não mais ao PDT, como informado, equivocamente, anteriormente. A informação já foi corrigida.

Pacovan está entre os presos pela PF em operação contra extorsão a Eudes Sampaio
Política

PF diz que investigados exigiam pagamento de parte dos recursos públicos federais destinados ao município, sob o pretexto de ter influído na destinação das verbas

O agiota Josival Cavalcante da Silva, o Pacovan, está entre os presos pela Polícia Federal, nesta quinta-feira 3, em operação contra suspeita de extorsão ao prefeito de São José de Ribamar, Eudes Sampaio (PTB).

Batizada de Ágio Final, a ação cumpriu três mandados de prisão e sete de busca e apreensão, em São Luís, São José do Ribamar, Itapecuru Mirim e Pindaré Mirim.

Também foi autorizado afastamento do sigilo de dados telefônicos dos investigados.

Segundo a PF, os investigados exigiam pagamento de parte dos recursos públicos federais destinados ao município, sob o pretexto de ter influído na destinação das verbas

As investigações continuam, e novas operações podem ser deflagradas.

Integrantes da bancada federal do Maranhão, tanto da Câmara quanto do Senado, podem ser alvo de próximas operações.

PF prende três e faz buscas em operação contra extorsão a prefeito no MA
Cotidiano

Investigados exigiam pagamento de parte de recursos públicos federais, sob o pretexto de ter influído na destinação das verbas

A Polícia Federal prendeu, na manhã desta quinta-feira 3, três pessoas suspeitas de praticar extorsão a um prefeito de município do interior do Maranhão. A operação foi deflagrada em São Luís, São José do Ribamar, Itapecuru Mirim e Pindaré Mirim.

A PF não divulgou o nome do gestor, nem dos alvos.

Os mandatos foram expedidos pelo juízo da 1ª Vara Federal Criminal. Também foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão, e autorizado o afastamento do sigilo de dados telefônicos dos investigados.

Batizada de “Ágio Final” em razão do valor exigido pela suposta associação criminosa, a operação é resultado de investigação iniciada a partir de denúncia apresentada pelo próprio prefeito à Procuradoria da República no Maranhão, informando ameaças sofridas ao longo de 2020.

Segundo a PF, os investigados exigiam pagamento de parte dos recursos públicos federais destinados ao município, sob o pretexto de ter influído na destinação das verbas.

As extorsões eram realizadas de forma ostensiva, com episódios de invasão a residência do gestor e intermediação com terceiros, de modo a conferir maior pressão para o pagamento dos valores exigidos.

Cerca de 40 policiais federais participaram da operação.

Se confirmadas as suspeitas, os investigados responderão pelos crimes de extorsão qualificada, estelionato majorado e associação criminosa, que somadas as penas podem chegar até dezoito anos de reclusão mais multa.