Lahesio Bonfim
Entrada de Roberto Rocha no PTB expõe influência de Roberto Jefferson no partido, mesmo afastado pelo STF
Política

Mensagem compartilhada nas redes sociais do senador maranhense, já deletada, relatava almoço com ex-deputado e ligação em vídeo para conversa de ambos com Flávio Bolsonaro. Revelação pode configurar desrespeito à decisão do ministro Alexandre de Moraes

Uma mensagem compartilhada nas redes sociais do senador Roberto Rocha nesta quinta-feira (31) expôs que, mesmo após o STF (Supremo Tribunal Federal) ter determinado o afastamento de Roberto Jefferson da presidência do PTB, o ex-deputado segue dando as cartas no partido.

Segundo o texto, já deletado, após conversas entre ambos para agendamento de um encontro, Rocha almoçou nessa quarta-feira (30) com Jefferson, ocasião em que teria recebido o convite para entrar no partido. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidente da República Jair Bolsonaro, também teria participado da conversa, por meio de ligação em vídeo por telefone.

“Desde a semana passada havia agendado um almoço com Roberto Jefferson, importante liderança d o PTB, a convite dele, que queria me agradecer por o ter ajudado com algumas questões partidárias aqui em Brasília. Como eu já possuía compromissos nos outros dias, marcamos para quarta-feira”, disse Roberto Rocha na mensagem já deletada.

“Então, ontem, almoçamos juntos, ocasião em que ele me convidou para ingressar no PTB. Eu perguntei a ele sobre a situação do prefeito Lahesio e me foi dito que, por outras questões, a permanência dele no partido não seria viável. Na frente de Roberto Jefferson, telefonei para a deputada Mical, que me confirmou a informação”, continuou.

“Logo em seguida ligamos em vídeo para o senador Flávio Bolsonaro. Falamos os três juntos e concordamos que minha entrada no PTB seria um bom caminho para o enfrentamento dos embates eleitorais com o grupo que hoje está no poder”, completou.

A revelação pode configurar desrespeito à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, de novembro do ano passado, que afastou Roberto Jefferson da presidência do PTB por pelo menos seis meses, no bojo do inquérito das milícias bolsonaristas digitais responsáveis por ataques às instituições, incluindo o Judiciário.

Desde janeiro, quando teve a prisão preventiva substituída por prisão domiciliar por Moraes, o ex-deputado está proibido de qualquer comunicação exterior e só poderia receber visitas de pessoas que não são da sua família após pedir e receber autorização judicial.

“O descumprimento injustificado de quaisquer dessas medidas ensejará, natural e imediatamente, o restabelecimento da prisão preventiva”, despachou o ministro no STF na decisão.

Na mensagem já deletada das redes sociais, intitulada “A verdade dos fatos”, Roberto Rocha respondia disparos do prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahésio Bonfim, que tentava disputar o governo do Maranhão pelo PTB.

Em nova publicação, o senador culpou sua equipe de comunicação pelas revelações, que diz agora terem sido “falhas de informação”.

“Por um equívoco da minha assessoria de comunicação, instada a dar uma resposta rápida a versões que não correspondem aos fatos, foi publicada uma nota, já excluída de minhas redes sociais, com algumas falhas de informação. Efetuei HOJE minha filiação ao PTB, a convite da executiva do partido. A saída do prefeito Lahesio não tem relação com o meu ingresso. Não tomei o partido de ninguém. Desejo sorte a ele, pois somos do mesmo campo político. O tempo definirá em que momento estaremos juntos de novo”, declarou.

Saiba quais são os possíveis candidatos ao Palácio dos Leões nas eleições de 2022
Política

Atualmente com sete nomes, pleito poderá ter apenas homens na disputa

A menos de dez meses para a eleição de 2022, a corrida pelo Palácio dos Leões entrou em fase definitiva, com possíveis candidatos se movimentando e travando batalhas por crescimento e consolidação nas pesquisas de intenção de votos, formação de alianças partidárias com capacidade financeira para custear campanhas e atração de apoios de lideranças.

Pelo menos sete postulantes permanecem na disputa, já que outros recuaram ou, apesar da expectativa de entrada, jamais confirmaram a pretensão, como a ex-governadora Roseana Sarney (MDB), o secretário de Educação Felipe Camarão (PT) e o senador Roberto Rocha (PSDB).

Caso confirmada a saída de Roseana, se outra mulher não se apresentar, o pleito terá apenas homens como concorrentes.

Pelo calendário eleitoral, as candidaturas só serão oficializadas nas convenções partidárias realizadas de 20 de julho a 5 de agosto, e a permissão para fazer campanha, com pedido de voto, começa em 16 de agosto. O primeiro turno é em 2 de outubro, e o segundo, no dia 30 do mesmo mês.

Os possíveis candidatos ao governo do Maranhão até o momento, em ordem alfabética, são: Carlos Brandão (PSDB), Edivaldo Holanda Júnior (PSD), Enilton Rodrigues (PSOL), Josimar Maranhãozinho (PL), Lahesio Bonfim (PTB), Simplício Araújo (SD) e Weverton Rocha (PDT).

Vice-governador do Estado, Brandão conta com o apoio do atual mandatário do Executivo, Flávio Dino (PSB), que deixa o cargo até abril e vai disputar o Senado pela chapa palaciana. Atualmente, estão com ele o PSDB, PSB, PROS, PV, PCdoB e Cidadania.

Com Josimar Maranhãozinho estão PL, Avante e Patriota, e com Weverton Rocha PDT, DEM, PP, Rede e Republicanos.

Edivaldo Júnior, Enilton Rodrigues, Lahesio Bonfim e Simplício Araújo, se permanecerem no confronto, podem ir de chapa pura.

Filiação de Bolsonaro ao PL, de Josimar, implode pré-candidaturas de Lahesio e Rocha ao Palácio dos Leões
Política

Tendência é de que líder do Partido Liberal no Maranhão, que já possui musculatura própria, cresça na preferência do eleitorado bolsonarista no estado, inclusive entre evangélicos

A provável ida do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para o Partido Liberal deve mexer no tabuleiro eleitoral maranhense e implodir as pré-candidaturas de pelo menos dois bolsonaristas ao Palácio dos Leões em 2022.

São eles: o senador Roberto Rocha (PSDB) e o prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (PTB).

Quem manda no PL no estado é o deputado federal Josimar Maranhãozinho, que já foi da base do governador Flávio Dino (PSB), mas virou oposição no meio do ano e busca se viabilizar como terceira via na disputa pelo comando do Poder Executivo do Estado na eleição do ano que vem.

No caso de Rocha, desde que perdeu o comando do PSDB maranhense para o vice-governador Carlos Brandão, tem dito que aguarda uma definição de Bolsonaro para se filiar ao mesmo partido. Se Bolsonaro confirmar a filiação ao PL, a tendência é de que o senador siga o mesmo caminho, mas desde que entre na legenda como liderado e apoiador da pré-candidatura de Josimar, aliado do manda-chuva nacional do PL, Valdemar Costa Neto.

Já Lahesio, que recentemente deixou o PSL para se filiar ao PTB, tem se colocado na disputa apenas sob a expectativa de ser o escolhido de Bolsonaro no Maranhão, possibilidade que se encerrará instantaneamente caso o presidente se filie ao partido de Josimar Maranhãozinho.

Sob esse novo cenário, a tendência é de que Josimar, que já possui musculatura própria, cresça na preferência do eleitorado bolsonarista no estado, inclusive entre evangélicos.