Adson Manoel
Josimar Maranhãozinho se reaproxima do entorno de Flávio Dino após operação da PF contra aliados
Política

Elos foram refeitos com o vice-governador Felipe Camarão e com o deputado Márcio Jerry. Ação da Polícia Federal desbaratou suposto esquema da Othimu’s Distribuidora, de Adson Manoel e Márcio Hominho, em prefeitura do PL

Líder maranhense do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro e do mensaleiro Valdemar Costa Neto, o deputado federal Josimar Maranhãozinho se organiza para voltar aos braços do ex-governador e hoje ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.

Nas últimas semanas, por meio de agendas diversas, o parlamentar tem buscado reaproximação com o entorno de Dino, de quem havia se afastado desde a campanha eleitoral de 2022, quando deixou o grupo dinista, foi alvo de operação espetaculosa e apoiou a candidatura do senador Weverton Rocha ao Palácio dos Leões.

Até o momento, os elos foram refeitos com o vice-governador maranhense Felipe Camarão (PT), apadrinhado do ministro e com quem recentemente o líder do PL no estado havia trocado farpas nas redes sociais por falta de merenda escolar em uma unidade da rede pública estadual no município de Junco do Maranhão, e com o deputado federal Márcio Jerry (PCdoB), um dos principais conselheiros políticos de Dino.

A movimentação já era esperada, por Maranhãozinho ser político do tipo camaleão, que se adapta de acordo com o ambiente, mas teve início logo após aliados de deputado serem alvo de operação da Polícia Federal no estado.

Batizada de Deterrimus, a ação da PF teve como objetivo desarticular suposto esquema criminoso que teria como principal beneficiária a Othimu’s Distribuidora, empresa de fachada localizada na Ilhinha, em São Luís, registrada nos nomes de Adson Manoel Silva Oliveira e Márcio Flávio dos Santos Abreu, o Márcio Hominho.

Ambos são filiados ao PL, por onde buscaram o comando de prefeituras maranhenses nas eleições de 2020. O primeiro disputou, sem sucesso, pela segunda vez consecutiva, a prefeitura de Turiaçu; e o segundo, também derrotado nas urnas, a prefeitura de Bacuri.

Segundo a investigação, eles teriam fraudado licitação e desviado recursos públicos do município de Cachoeira Grande, localizado a cerca de 11 quilômetros de São Luís, comandado pelo prefeito César Castro, também do PL de Maranhãozinho.

Além da reaproximação com o ministro da Justiça e Segurança Pública, a quem a PF é subordinada, o deputado federal maranhense busca ainda, com aval de Valdemar Costa Neto, levar congressistas do partido, que contra com 14 parlamentares no Senado e 99 na Câmara, para a base de Lula.

Com a articulação, até o momento, pelo menos 20 deputados federais do PL devem votar alinhados com o governo petista.

Investigado por suspeita de fraude, Adson Manoel tenta cancelar na Justiça Federal RG e CPF falsos
Política

Procedimento tramita na 13ª Vara Federal Cível, e teve pedido de tutela provisória negado. Ele é suspeito utilizar a documentação falsa em licitações e de causar dano ao erário

O dito empresário Adson Manoel Silva Oliveira, candidato duas vezes derrotado à prefeitura de Turiaçu, tenta na Justiça Federal o cancelamento de um RG e um CPF falsos que, segundo investigações no âmbito eleitoral e do Ministério Público do Maranhão, pertenceriam a ele próprio.

O procedimento tramita na 13ª Vara Federal Cível desde setembro de 2020, contra a União, e teve pedido de tutela provisória negado pelo juiz federal José Valterson de Lima, em outubro daquele ano. A movimentação mais recente é do último dia 11 de janeiro, quando foi aberto vista às partes para que especifiquem as provas que ainda pretendem produzir nos autos.

No processo, Adson Manoel alega ser vítima de adversários políticos, que estariam utilizando a suspeita de falsidade ideológica com objetivo de prejudicá-lo nas disputas eleitorais pelo comando do município.

Conforme mostrou o ATUAL7, o dito empresário é alvo de uma série de investigações por suspeita de fraude em licitações e dano ao erário envolvendo entes públicos municipais no estado. Fruto de requerimento da Corregedoria Regional da Polícia Federal, a apuração tem como origem devassa realizada pela Assessoria Especial da PGJ (Procuradoria Geral de Justiça) do Maranhão, e relação direta com o RG e CPF falsos que ele tenta cancelar.

Segundo o levantamento da PGJ-MA, por meio da documentação falsa, ele teria utilizado o nome fictício de Adson Carlos Silva Oliveira para abrir a empresa A C S Oliveira Comércio (alterada para Holliday Comércio e Empreendimentos), atualmente considera inapta perante a Receita Federal, por omissão de declarações.

Adson Manoel tenta ainda se desvincular da Tukanos Empreendimentos e Comércio, empresa em que já integrou o quadro societário, hoje sob suspeita de ser sócio oculto, e que também possui diversos contratos com a administração pública.

Para o magistrado que atua no caso, porém, não há fundamentação em nenhum dos pedidos feitos à Justiça Federal.

“Alegação do Requerente de que o CPF e o RG indicados na petição inicial são produtos de fraude perpetrada por seus adversários políticos vai de encontro a julgamento da Justiça Eleitoral (por ele noticiado na petição inicial) segundo o qual foi ele próprio o autor da contrafação”, destacou.

“Não bastasse a ausência do fumus boni iuris, caberia reconhecer que foi o próprio Requerente quem deu causa ao periculum in mora, haja vista que, tratando-se de problema que remonta ao ano de 2016, somente agora buscou o Poder Judiciário com o intuito de remover os obstáculos que vem enfrentando”, completou, ao indeferir os pedidos de tutela provisória de evidência e de urgência.

O levantamento com indícios de crimes que teriam sido praticados por Adson Manoel por meio do RG e CPF falsos que ele tenta cancelar foi encaminhado pela PGJ maranhense no ano passado às promotorias de Justiça de Bacuri, Vargem Grande, São Bento, Icatu, Esperantinópolis, Humberto de Campos, Turiaçu e à Diretoria das Promotorias de Pinheiro, para prosseguimento das apurações.

Sob responsabilidade da promotora Karine Guará Brusaca Pereira, a investigação da Promotoria de Santa Rita, concentrada em contratos firmados entre 2011 e 2015, é a mais avançada.

Atualmente, Adson Manoel ainda atua no mercado de licitações públicas, pela distribuidora Othimu's Comércio e Empreendimentos, empresa em que é sócio-administrador com Márcio Flávio dos Santos Abreu, o Márcio Hominho, que também tenta entrar na política, mas foi derrotado na eleição de 2020 quando disputou a prefeitura de Bacuri pelo PL.

A empresa tem o mesmo endereço registrado na Receita Federal pela Tukanos Empreendimentos e Comércio: Rua Rio Mearim, 40, Conjunto Residencial Ana Jansen, no bairro da Ilhinha, em São Luís. O telefone informado, (98) 3227-9313, também é o mesmo.

Adson Manoel, candidato derrotado em Turiaçu, vira alvo de investigações por suspeita de fraude
Política

Apuração é fruto de requerimento da Corregedoria Regional da Polícia Federal e devassa realizada pela Assessoria Especial da PGJ do Maranhão. Ele possui ao menos dois CPFs e RGs distintos

O Ministério Público do Maranhão abriu uma série de investigações contra o dito empresário Adson Manoel Silva Oliveira, candidato duas vezes derrotado à prefeitura de Turiaçu: em 2020, quando disputou pelo PL, e em 2016, pelo Republicanos.

As apurações, instauradas entre 2021 e 2022, investigam a suspeita de fraude em licitações e dano ao erário envolvendo diversos entes públicos municipais no estado.

Fruto de requerimento da Corregedoria Regional da Polícia Federal, devassa realizada pela Assessoria Especial da PGJ (Procuradoria Geral de Justiça) do Maranhão acerca de Adson Manoel constatou que ele possui ao menos dois CPFs e RGs distintos. Em um deles, foi verificado perante à Jucema (Junta Comercial do Estado do Maranhão) como sendo proprietário da empresa A C S Oliveira Comércio (alterada para Holliday Comércio e Empreendimentos).

O levantamento com indício de crimes contra a administração pública foi encaminhado às promotorias de Justiça de Bacuri, Vargem Grande, São Bento, Icatu, Esperantinópolis, Humberto de Campos, Turiaçu e à Diretoria das Promotorias de Pinheiro, para prosseguimento das apurações.

Sob responsabilidade da promotora Karine Guará Brusaca Pereira, a investigação da Promotoria de Santa Rita, concentrada em contratos firmados entre 2011 e 2015, é a mais avançada.

A Distribuidora Holliday, como é conhecida a empresa atribuída a Adson Manoel, atualmente é considera inapta perante a Receita Federal, por omissão de declarações. No quadro societário, consta como último proprietário Domingos da Costa da Conceição.

O ATUAL7 não conseguiu o contato do investigado.

Tanto nas eleição de 2016 quanto na de 2020, Adson Manoel teve o registro de candidatura contestado, sob a acusação de uso de documentação falsa, com o nome fictício de Adson Carlos Silva Oliveira, para abrir e gerenciar a Distribuidora Holliday, além de haver contraído empréstimos fraudulentos e burlado licitações, práticas incompatíveis com o cargo disputado de chefe de Executivo municipal. Na primeira, terminou indeferida com recurso, por ausência de requisito de registro, mas na posterior conseguiu na Justiça Eleitoral o deferimento da candidatura e nome na urna, apesar da vida pregressa execrável.

Atualmente, ainda atua no mercado de licitações públicas, pela distribuidora Othimu's Comércio e Empreendimentos, empresa em que é sócio-administrador com Márcio Flávio dos Santos Abreu, mais conhecido por Márcio Hominho, que também tenta entrar na política, mas foi derrotado na eleição de 2020 quando disputou a prefeitura de Bacuri pelo PL.

Adson Manoel também é representante da Tukanos Empreendimentos e Comércio, empresa em que já integrou o quadro societário, hoje sob suspeita de ser sócio oculto, e que também possui diversos contratos com a administração pública. Na Receita Federal, a Tukanos está registrada nos nomes de Ivonete Alves de Andrade Silva e Luis Jorge Martins Ferreira.

As duas empresas têm o mesmo endereço registrado na Receita Federal: Rua Rio Mearim, 40, Conjunto Residencial Ana Jansen, no bairro da Ilhinha, em São Luís. O telefone informado, (98) 3227-9313, também é o mesmo.