O Emet Instituto, Comércio e Consultoria deve ser alvo de representação na Justiça Eleitoral em razão de respostas em um dos cenários estimulados da pesquisa MA-04866/2020, segundo questionário cadastrado no sistema do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), apresentar as opções “não sei” e “nenhum” dispostas antes dos nomes de pelo menos três postulantes ao Palácio de La Ravardière.
A representação será feita pelo PROS, do deputado estadual e pré-candidato a prefeito de São Luís, Yglésio Moyses. Além do parlamentar, também teriam sido prejudicados os pré-candidatos Franklin Douglas (PSOL) e Jeisael Marx (Rede).
“Um instituto de pesquisa na capital que surge do nada e se muda pra lugar nenhum e vai fazer uma pesquisa que, depois do ‘não sei’ e ‘nenhum’, apresenta mais nomes”, disse Yglésio, em discurso na Assembleia Legislativa nesta quarta-feira 12.
Segundo o parlamentar, recentemente o Emet fez alteração contratual. Até pouco tempo, diz ele, o instituto estava habilitado na Receita Federal as atividades de comércio varejista de armas e munições.
“Até a última alteração contratual, [atuava no setor econômico de] comércio varejista de armas, serviço de transporte de passageiros, compra e venda de imóveis, corretagem na compra de imóveis, aluguel de máquinas e equipamentos agrícolas, limpeza de prédios, atividades de segurança eletrônica, atividades paisagistas, serviços combinados de escritório e apoio administrativo, enfim, uma completa desmoralização”, disparou.
Insinuando, mas sem citar nomes, que há alguém por traz do instituto, Yglésio disse que entrará com representação contra a divulgação da pesquisa. “A gente sabe muito bem a quem está ligado o instituto, infelizmente a gente sabe também a quem serve o instituto, qual a finalidade desse tipo de pesquisa. Nós vamos entrar com uma representação ainda hoje contra a divulgação desse tipo de imoralidade que só faz confundir a cabeça do eleitorado aqui em São Luís”, finalizou.
Procurado pelo ATUAL7 para se posicionar sobre a sondagem e o instituto, o proprietário do Emet, Fernando Bastos, rebateu as suspeitas. Segundo ele, embora o questionário registrado no sistema do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) apresente três pré-candidatos após as opções “não sei” e “nenhum”, o sistema do instituto, durante as entrevistas, organiza os nomes alfabeticamente.
“O nosso sistema coloca, automaticamente, em ordem alfabética [os nomes dos pré-candidatos]. Nossa coleta é feita por meio de dispositivos eletrônicos. O deputado deve ter consultado no site do TSE, onde é registrada a pesquisa, e lá se copia e se lança. O questionário é enviado, mas isso não quer dizer que o questionário vai ser executado daquele jeito”, argumentou.
Bastos também comentou a respeito do mix de atividades econômicas do Emet. Ele afirmou que, até o momento, o instituto nunca atuou ou forneceu produto ou serviço a não ser pesquisa de opinião pública.
“Mas, independente disto, a nossa legislação permite que uma empresa exerça várias atividades. Não há ilícito nenhum em uma empresa exercer várias atividades. O próprio Yglésio, quando foi gestor público [diretor-geral do Socorrão I, em São Luís], contratou pelo menos 10 empresas que tinham várias atividades além das que ele contratou. O que me parece é que ele está tentando desacreditar uma pesquisa que sequer foi publicada. Ele pode tentar o que quiser judicialmente, nós vamos responder e não tenho dúvida de nossa vitória”, respondeu, justificando ainda que a atividade varejista de armas e munições se deu porque ele, como atleta e competidor, pretende montar um clube de tiro. “Eu eu já deixo ali a empresa pronta, neste sentido, e não vejo problema. Não há ilegalidade”.
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