Na oportunidade que teve de se retratar publicamente diante dos maranhenses e do país pela violação às regras sanitárias e de segurança contra o novo coronavírus e pelo desrespeito e falta de empatia com os familiares dos mortos pela Covid-19, o secretário estadual da Saúde e presidente do Conass (Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde), Carlos Lula, preferiu fugir da própria responsabilidade sobre o enfrentamento à pandemia e debochar da imprensa.
Em publicação no Twitter nessa quarta-feira 16, Lula disse que a competência para fiscalizar os atos de campanha eleitoral que promovam o descumprimento de normas de proteção contra a Covid-19 —como as feitas por ele próprio— é do Poder Judiciário e do Ministério Público, e não do Executivo.
“Ou seja, a #VigilânciaSanitária pode fiscalizar atos de campanha? Sim, nos casos em que for requisitada pelo #MinistérioPúblicoEleitoral e pela #JustiçaEleitoral”, escreveu, enunciando que estava respondendo questionamentos sobre a atuação da SES (Secretaria de Estado da Saúde) na campanha eleitoral de 2020.
“Atuaremos na #campanha? Sim. Inclusive atendendo recomendação do #TRE e da Procuradoria Regional Eleitoral, publicaremos normativo sobre atos de campanha”, continuou.
No sábado 12, mostrou o ATUAL7, Carlos Lula participou da convenção partidária do PT em Coroatá, que oficializou a candidatura de reeleição do prefeito Luis Amover Filho. No evento, que aglomerou milhares de pessoas, o titular da SES se aglomerou, abraçou diversos participantes e ainda dançou e discursou sem máscara. Na mesma data, poucas horas antes, ele havia usado o Twitter para reclamar da população por ignorar o uso de máscara como proteção contra o novo coronavírus.
A aglomeração e o descumprimento ao uso obrigatório de máscara por Lula violaram a Portaria nº 55, da Casa Civil, editada em agosto, que permite a realização apenas de eventos no estado por causa da pandemia, com no máximo 100 pessoas e seguindo regras de distanciamento seguro. Também houve violação aos decretos estaduais nº 35.831, de maio, e nº 36.045, de agosto, editados pelo governador Flávio Dino (PCdoB), que tratam de medidas sanitárias destinadas à contenção do novo coronavírus.
Irritado com a divulgação da desobediência às normas, Carlos Lula debochou da cobertura que vem sendo feita pela imprensa sobre o caso. Sem citar nomes, insinuou perseguição de veículos de comunicação por causa das eleições, e disse, sem informar se fazia referência à participar de eventuais novas aglomerações ou à deixar os cargos na SES e no Conass, que não pretende se desligar.
“Quanto à espuma recente de certa #emissora e seus #aliados, infelizmente, apenas a prova que a campanha realmente começou. Se #enganam achando que vão me afastar”, publicou.
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