Dino fala em separação entre ‘joio e trigo’ em vídeo com Duarte

Declaração pode ser recado a encastelados e ao entorno do Palácio dos Leões que têm fechado apoio a Eduardo Braide, candidato de Roberto Rocha. Ambos são adversários do comunista

O governador Flávio Dino (PCdoB) usou uma forte expressão bíblica, em vídeo de apoio a Duarte Júnior (Republicanos), que pode significar um recado a encastelados e ao entorno do Palácio dos Leões que o abandonaram no segundo turno em São Luís e pularam para o barco de Roberto Rocha (PSDB) e Eduardo Braide (Podemos), adversários do comunista na disputa pela prefeitura da capital.

“Com a confiança de vocês, com a confiança da população, com o sentimento da população, evitando confusão, sabendo separar o joio do trigo, são só dois caminhos e o caminho certo é esse aqui”, disse, batendo no peito de Duarte Júnior.

A separação entre joio e trigo, uma explicação sobre paciência e justiça, consta no livro de Mateus, Novo Testamento. O joio representa os filhos do diabo e o trigo os filhos de Deus. No juízo Final, Deus separará os salvos dos condenados. Jesus Cristo contou a parábola para explicar que, no momento certo, o da colheita, o joio seria colhido e lançado no fogo, mas o trigo seria guardado no celeiro.

Se o governador do Maranhão teve a intenção de fazer a analogia, Deus seria ele próprio, o trigo os que estão com ele e o joio aqueles que pareciam ser seus aliados. O celeiro seria o Palácio dos Leões —que independente do resulto do pleito municipal ainda permanecerá sob os cuidados de Dino pelos próximos dois anos. A colheita seria realizada logo após as eleições de 2020, marcada para o próximo domingo 29.

Os encastelados que trocaram Flávio Dino por Roberto Rocha são: o PDT de Weverton Rocha; o DEM de Juscelino Filho; os deputados Neto Evangelista e Yglésio Moyses; o PTB de Pedro Lucas Fernandes; o PT e o deputado Zé Inácio; o presidente da Câmara de São Luís, Osmar Filho; Carlinhos Florêncio, que é do PCdoB; e diversos secretários e diretores de segundo e terceiro escalões do governo.

Edivaldo Holanda Júnior, Juscelino Filho, Pedro Lucas Fernandes, Erlanio Xavier da Famem (Federação dos Municípios do Estado do Maranhã), Weverton Rocha e Othelino Neto podem ser assim classificados, também, pela opção pessoal de neutralidade na disputa.


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