Weverton tenta polarizar com Dino em disputa por Lula, mas tem encontros ignorados pelo petista
Política

Weverton tenta polarizar com Dino em disputa por Lula, mas tem encontros ignorados pelo petista

Criação de cenário visa garantir sobrevivência política ao pedetista. Se derrotado em outubro, senador poderá enfrentar novamente Carlos Brandão ou disputar a Câmara em 2026 para se manter no poder

Em uma estratégia de polarização com o governador Flávio Dino (PSB) para tentar criar a impressão de que possui musculatura eleitoral, o senador e pré-candidato do PDT ao Palácio dos Leões, Weverton Rocha, tem investido na disputa pelo apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na avaliação da equipe de campanha do pedetista, ele precisa criar cenários em que no jogo do poder pelo comando do Executivo do Estado aparente existir apenas ele e o governador Flávio Dino (PSB).

Contudo, apesar de até conseguir a atenção e discursos favoráveis do petista, o plano não tem dado certo. Nas redes sociais, todos os encontros que Weverton conseguiu com Lula têm sido solenemente ignorados pelo ex-presidente, enquanto os realizados com o chefe do Executivo maranhense comemorados.

Ao contrário de Weverton Rocha, para encontros com Lula, Flávio Dino não precisa ser levado por quem tem real proximidade com o petista. No mais recente, por exemplo, para ser recebido, o pedetista precisou da ajuda de Márcio Jardim, ex-secretário de Esportes de Dino. Sinalizações de apoio do ex-presidente ao senador ocorrem também como afronta a Ciro Gomes, eterno presidenciável do PDT.

Embora considerado um dos cabeças do Congresso, a influência e operações do senador em Brasília (DF) não elevaram o pré-candidato do PDT ao status de liderança nacional, condição conquistada por Dino desde quando entrou na política eleitoral.

Além da alta estatura no âmbito nacional, Dino mantém o controle político no estado por meio do Palácio dos Leões, força que já começa a ser maior compartilhada com o vice-governador e escolhido pelo mandatário para sucedê-lo no Poder em 2022, Carlos Brandão (PSDB). Na cadeira, Brandão manterá consolidado o controle do grupo, influência na bancada maranhense e interlocução nacional.

Com praticamente metade do mandato no Senado já consumida, com a criação de cenário de polarização, Weverton articula pelo menos duas frentes: na mais remota, ser eleito governador do Maranhão. Na mais próxima da realidade, sobreviver politicamente e garantir pelo menos um mandato de deputado federal em 2026.

Em oposição sem retorno –conforme acostumou-se a repetir, “foguete não dá ré”–, Weverton sabe que, em Carlos Brandão sendo reeleito ao governo do Estado em outubro, no próximo pleito, uma das vagas ao Senado já terá dono: o próprio governador, se Brandão. A outra, porém, mesmo se não tivesse traído Dino e seu grupo político, jamais seria do pedetista.



Comentários 1

  1. Daniel Albuquerque

    Tenho gostado das tuas postagens nobre aborígene, tem se afinado com minhas ideias.
    E a propósito também, segundo o que tu falou: "uma das vagas ao Senado já terá dono: o próprio governador, se Brandão. A outra, porém, mesmo se não tivesse traído Dino e seu grupo político, jamais seria do pedetista."
    E complementando: e que também não seja nunca mais para Elisiane Grama.

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