Deltan Dallagnol
Deltan Dallagnol anuncia saída da coordenação da Lava Jato
Política

Procurador diz que decisão foi tomada por razões familiares. Assume a função o procurador Alessandro Oliveira

O procurador da República Deltan Dallagnol decidiu deixar o comando da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba (PR). O anúncio foi feito por ele, nesta terça-feira 1º, nas redes sociais, e em nota pela equipe do MPF (Ministério Público Federal) do Paraná.

Apesar do momento conturbado da Lava Jato, Dallagnol garante que a decisão foi tomada por questão pessoal. Segundo ele, a saída de coordenador da equipe de investigadores ocorre para se dedicar ao tratamento da filha, que tem um ano e dez meses de idade.

“Sim, é verdade que estou de saída da coordenação da Lava Jato. É uma decisão difícil, mas o certo a fazer por minha família. Continuarei a lutar contra a corrupção como procurador e como cidadão. A Lava Jato tem muito a fazer e precisa do seu e meu apoio”, publicou no Twitter.

“Há algumas poucas semanas, eu e minha esposa identificamos alguns sinais que nos preocuparam em nossa bebezinha, de um ano e dez meses de idade”, disse. “Identificamos que ela passou a ter uma série de sinais de regressão em seu desenvolvimento. Por exemplo, parou de falar algumas palavras que já falava, parou de olhar para a gente quanto chamávamos e parou de olhar nos nossos olhos. Se você tem bebês na família, fique atento aos sinais. No nosso caso, os médicos já levantaram suspeitas, e a nossa filha está passando por uma série de exames para um diagnóstico que ainda vai demorar nove semanas”, explicou Dallagnol, em vídeo no Youtube.

Em substituição, assume a função o procurador da República no Paraná, Alessandro José Fernandes de Oliveira, que atualmente faz parte do grupo de trabalho da Lava Jato da PGR (Procuradoria Geral da República).

Dallagnol rejeita convite para falar à Câmara; Jerry ataca:‘Arregou!’
Política

Comunista baixou o nível após procurador da República avisar que não irá comparecer à audiência para se explicar sobre supostos diálogos com Moro

O procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato de Curitiba (PR), enviou ofício à Câmara dos Deputados, nesta segunda-feira 8, avisando que não irá comparecer à audiência na Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Casa, marcada para esta terça-feira 9, às 14h.

A solicitação de presença de Dallagnol na CDH da Câmara foi feita pelo deputado Rogério Correa (PT-MG), após o The Intercept Brasil revelar mensagens supostamente trocadas entre ele e o ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, então juiz federal, pelo aplicativo Telegram.

No ofício, Dallagnol diz respeitar o Congresso, que trata como “uma das instituições mais relevantes em nossa democracia”, mas afirma que prefere manter suas manifestações “na esfera técnica”.

Integrante da comissão, o vice-líder do PCdoB na Câmara, Márcio Jerry (MA), baixou o nível. No Twitter, o comunista criticou a decisão de Deltan Dallagnol, disse que o membro do Ministério Público Federal (MPF) “arregou” e que agiu de “forma cínica”.

“Procurador Deltan Dallagnol diz em ofício que não comparecerá à Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos sobre revelações do The Intercept Brasil. Arregou! Sabe o que fez e por isso teme. De forma cínica ele diz : ‘acredito ser importante concentrar na esfera técnica minhas manifestações sobre mensagens de origem criminosa’. Logo Deltan Dallagnol, tão midiático em suas manifestações na Lava Jato. Ausência é confissão dos malfeitos praticados”, publicou Jerry.

Moro será ouvido por três comissões sobre mensagens vazadas da Lava Jato
Política

Ministro vai falar sobre troca de mensagens atribuída a ele e ao procurador Deltan Dallagnol

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, deve ser ouvido, nesta terça-feira 2, a partir das 14h, por três comissões da Câmara dos Deputados: de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ); de Trabalho, Administração e Serviço Púbico; de Direitos Humanos e Minorias.

Os deputados querem esclarecimentos sobre o conteúdo revelado pelo The Intercept Brasil, que trouxe mensagens supostamente trocadas entre Moro, então juiz federal, e o coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, o promotor Deltan Dallagnol.

Em audiência pública realizada na semana passada na CDH, o fundador do Intercept, o jornalista Glenn Greenwald, afirmou que houve conluio entre Moro e os procuradores que atuam na Lava Jato. Para ele, as mensagens vazadas apontam parcialidade nas decisões do então juiz.

O ministro da Justiça e os procuradores da Lava Jato têm negado irregularidade nas conversas e duvidaram do conteúdo das mensagens. Têm afirmado ainda que o conteúdo tem origem ilícita.

Mensagens mostram Moro direcionando Dallagnol na Lava Jato
Política

The Intercept Brasil divulgou conversa entre o então juiz federal e o procurador da República. MPF e ministro afirmam que foram alvos de ação hacker e negam irregularidade

Mensagens atribuídas ao ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro e ao procurador e coordenador da Lava Jato Deltan Dallagnol, do Ministério Público Federal (MPF), divulgadas pelo site The Intercept Brasil neste domingo 9, mostram o então juiz federal dando orientações sobre procedimentos da Operação Lava Jato. Esse tipo de comunicação é considerada ilegal pela Constituição Brasileira.

Segundo a publicação, Moro sugeriu ao MPF trocar a ordem de fases da Lava Jato, cobrou a realização de novas operações, deu conselhos e pistas e antecipou ao menos uma decisão judicial.

Em uma mensagem, ele sugere: “Talvez fosse o caso de inverter a ordem das duas planejadas”, falando de fases da Lava Jato. Em outra ocasião, quando a força-tarefa do MPF estava havia um mês sem realizar novas operações, Moro questionou: “Não é muito tempo sem operação?”.

As conversas apontam, ainda, que, em outro momento, o então juiz federal teria fornecido auxílio direto às investigações, indicando uma possível fonte de informações: “Aparentemente a pessoa estaria disposta a prestar a informação. Estou então repassando. A fonte é seria.”

Em nota, Sergio Moro negou a existência de “qualquer anormalidade ou direcionamento” nas mensagens reveladas pela reportagem. O ministro também disse que houve “sensacionalismo” na matéria e criticou o fato de não ter sido procurado antes da publicação.

A força-tarefa da Lava Jato também emitiu nota, em que classificou a revelação de mensagens de “ataque criminoso à Lava Jato”, atribuiu o fato à “ação hacker” e disse que o caso põe em risco a segurança de seus integrantes.

O The Intercept Brasil diz que obteve o material de uma fonte anônima, que pediu sigilo. O pacote inclui mensagens privadas e de grupos da força-tarefa no aplicativo Telegram de 2015 a 2018.